
Com a queda deste primeiro rexíme popular de inspiraçón savonaroliana em 1498, o governo florentino remodela-se de novo e profundamente. A consequente depuraçón dos partidários do dominicano nos lugares de responsabilidade, constituíu a grande oportunidade para o nosso protagonista, que se tinha mostrado abertamente contrário ao monxe destituído. E um dos lugares que tinha ficado vacío, fora o de secretário (responsábel máximo) da Segunda Chancelaria, cuxa xurisdiçón era a administraçón dos próprios territórios florentinos, baixo a direcçón da Primeira Chancelaria. Non deixa de surprehender que se começasse a falar no nome de Machiavelli, para ocupar tán elevada posiçón, sobretudo porque era practicamente um desconhecido, a sua família non era aristocrática e acabava de completar vintinove anos. Porém, contra todos os prognósticos, Machiavelli consegue finalmente o tal lugar, sem dúvida com a axuda do primeiro secretário de Florença, Virgilio Adriani, que fora seu professor na universidade. Quando em 1502 se decidíu tornar vitalício o cargo de “gonfaloniero” (à semelhança do “dux veneziano” ou “doge”), a pessoa escolhida foi Piero Soderini que, por sua vez, fixo de Nicolaus o seu mais próximo colaborador. Foi este político florentino que servíu de modelo a Machiavelli, de boa pessoa, mas, de mau gobernante, unha condiçón que o leva a colocar duas questóns centrais na sua obra: em primeiro lugar, como é possíbel que se dê tal contradiçón e, em segundo lugar, o que é preferíbel em termos do bem comum para o Estado: ¿que o governante entre no reino dos céus ou que a cidade terrena viva com o máximo explendor, ordem e bem-estar para os seus cidadáns?
IGNACIO ITURRALDE BLANCO