
No entanto, embora esta questón biográfica e histórica sexa muito interessante, de um ponto de vista filosófico é muito mais importânte saber que conclusóns visa Hume tirar (ou que ideias visa defender) com os “Diálogos”. No essencial, essas conclusóns parecem ser três. Em primeiro lugar, Hume pretende probar que o cepticismo é a única posiçón consistente com as evidências em relixión. Várias das suas obras -em particular, o “Tratado da Natureza Humana e a Investigaçón sobre o Entendimento Humano”- têm um pendor céptico e, embora se discuta a natureza do seu cepticismo, ele é inquestionábel. É natural, portanto, que os “Diálogos” tenham também um cariz céptico. Esta é, contudo, unha razón meramente circunstâncial. Há unha razón mais importânte, que deriva da própria obra. O primeiro aspecto em que há desacordo entre Cleantes e Fílon, ainda na Parte I, antes mesmo de Cleantes apresentar o argumento do desígnio, prende-se com a possibilidade de conhecer a natureza da Divindade. Fílon defende entón, contra Cleantes -que pensa ser possíbel chegar a conhecimentos positivos acerca de Deus-, a suspensón do xuízo, e a sua argumentaçón no resto da obra tem por fim, polo menos em parte, estabelecer esta posiçón. Este aspecto é de grande importância, porque, por mais de unha vez, tanto simpatizantes como opositores de Hume xulgarám, com satisfaçón ou com mágoa, ver nele um ateu e é nos “Diálogos” a obra por intermédio da qual visava afirmar esse ponto de vista. Mas, nem Hume é ateu, nem os “Diálogos” visam estabelecer o ateísmo. O seu obxectivo, como vimos atrás, é apenas o de mostrar que os principais dogmas da relixión non tenhem fundamentos racionais e, por isso, nunca avança qualquer hipótese alternativa a non ser para tornar mais evidentes as dificuldades do teísmo. Esta forma de proceder de Hume é, obviamente, tipicamente céptica.
DAVID HUME (DIÁLOGOS SOBRE A RELIXIÓN NATURAL)