Non é esaxerado afirmar que John Locke é um dos filósofos modernos mais decisivos quanto à comprehensón que os humanos têm do conhecimento, um dos que mais influenciou a forma como hoxe o concebemos. Non se trata, evidentemente, de que no século XXI aceitemos completamente, nem sequer substancialmente, a sua teoria do conhecimento, ou epistemoloxia ou gnosioloxia: muitos aspectos do seu modelo foram superados, e foram-no logo no século XVIII, antes até de Kant, com a sua “Crítica da Razón Pura” (1770), instituir unha nova abordaxem e paradigma da faculdade de conhecer. Non aceitamos, pois, todos os pontos da sua teoria do conhecimento, mas sabemos que John Locke abriu unha via nova em epistemoloxia, que a sua insatisfaçón com as concepçóns imperantes no seu tempo o levou a construir unha nova teoria mais concordante e veraz, com o que ele experimentaba na sua mente e consciência. Esta teoria foi exposta no “Ensaio Sobre o Entendimento Humano”, que é um dos textos fundamentais no seu campo. O novo caminho que Locke abriu chama-se empirismo. Como qualquer manual de filosofia nos dirá, o empirismo caracteriza-se por basear todo o conhecimento na experiência, entendida, essencialmente, como a aceitaçón dos dados proporcionados pelos sentidos. Convencionalmente considera-se que os humanos disponhem de cinco sentidos com os quais se relacionam com o mundo. O empirismo defende que o único conhecimento sólido, fiábel e com garantias é o que parte dos dados sensoriais: do que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e saboreamos. Locke enunciou perentoriamente este princípio básico, ainda que aplicado a ideias e conceitos, e non ao conhecimento como estructura global (neste segundo aspecto foi muito pouco empirista, como veremos daqui a algunhas páxinas).
DONA INÊS DE CASTRO. Protagonista de unha tradiçón literária, que procede da mençón que da sua história fai Pero López de Ayala na sua Crónica del rey don Pedro. Os romances sobre dona Isabel de Liar, descrebem um amor idêntico ao de Inês e don Pedro. A lenda orixinária de Portugal onde aparecerom as “Trovas à morte de D. Inês de Castro”, compiladas no Cancioneiro Geral de García de Resende (1516). Camoes no canto III de Os Lusíadas: ”misera e mesquinha / que, depois de ser morta, foi Rainha”. Antonio Ferreira escrebeu a “Traxédia de dona Inês de Castro”, com um estilo que queria imitar a traxédia grega. Fray Jerónimo Bermúdez, inspirado à sua vez por Ferreira, escrebeu baixo o tema de Inês as “Nise lastimosa” e “Nise laureada”. Suárez de Alarcón é autor de um poema chamado “La infanta coronada” e Mexía de la Cerda, da “Tragedia famosa de doña Inés de Castro” (1612). Lope menciona unha obra, hoxe perdida, “Doña Inés de Castro”, em “El peregrino en su patria” (1618). Vélez de Guevara escrebeu unha das mais fermosas obras com este tema: ”Reinar después de morir”. Matos Fragoso fixo a esta unha segunda parte, baixo o título de “Ver y creer”. A última versón pertence a Henri de Montherlant: ”La reine morte”. Ramón de la Cruz parodiou o tema na sua “Inesilla la de Pinto”. Os feitos, de acordo com as notícias de Fernao Lopes, forom os seguintes: em 1340 a fermosa galega Inês de Castro, chega à côrte de Portugal, como dama de companhia da esposa do rei don Pedro, dona Constança. Inês e Pedro amam-se e tenhem dous filhos, sem que ningúm membro da côrte chegue a suspeitar. Depois da morte de Constança, é descoberta a relaçón amorosa dos protagonistas. O rei de Portugal, manda a três homes matar a Inês, no seu pazo do Mondego, perto de Coimbra. Num lugar que recebe o nome de “Quinta das lágrimas”. A data deste assessinato político habitualmente aceitada foi 1355. Pedro é nomeado rei à morte do seu pai, e simula um perdón e um esquecimento, guardando para dentro a sua dor. Até que deita mán de dous dos assassinos (o terceiro escapou, e nunca mais foi encontrado). Mas, os dous que apanhou forom submetidos a unha espécie de destripamento em praça pública. E, perante os gritos terroríficos dos condenados, que pediam clemência, ele contestou: “¡¡tampouco vós, tivéstes pena dela!!”. O pobo reclamaba unha rainha, e el fixo desenterrar a Inês e a coroou depois de morta.
Com 84 anos, no início de 1778, Luís XVI autoriza-o a voltar a Paris. Aloxa-se em casa do marquês de Villette, situada xunto ao Sena, no que hoxe se chama Quai Voltaire, para assinalar o local onde morreu. Recebe muitas visitas dos seus antigos amigos e das personalidades do momento, como Benjamin Franklin, com quem conversa em inglês. As emoçóns vam-se acumulando e a sua saúde ressente-se e deteriora-se mais unha vez. Reúne a enerxía suficiente para assistir à cerimónia de iniciaçón da lóxia franco-maçónica das Nove Irmáns e para ir a unha sessón da Academia onde propón a elaboraçón de um dicionário da língua francesa. Tudo isso suportando as fortes dores provocadas por um cancro da próstata. Circulam muitos rumores sobre o seu final, relativos a um hipotéctico arrependimento através do qual estaria disposto a reconhecer-se como católico, para evitar problemas com o funeral, pois forom muitos os interessados em descrever um final escabroso como castigo para o impío. Segundo o seu secretário, Wagnière, Voltaire ter-lhe-ia pedido papel e pluma para escrever o seguinte: ”Morro a adorar Deus, a amar os meus amigos, sem odiar os meus inimigos e a detestar a superstiçón”. A única cousa verdadeira é que se negou a receber a comunhón e talvez as suas últimas palabras tenham sido: ”Deixem-me em paz”. Estábamos a 30 de Maio de 1778. Quando o testamento foi executado, a maior parte da sua fortuna foi parar às máns da sobrinha, que se apressou em casar com um home de trinta anos mais xovem do que ela e que a axudou a esbanxá-la num curto espaço de tempo. Ferney é vendida nesse mesmo ano ao marquês de Villette e a biblioteca de Voltaire, composta por perto de sete mil volûmes com anotaçóns do proprietário, é comprada, xuntamente com muitos manuscritos, por Catarina II da Rússia, que comprara previamente a biblioteca de Diderot, embora neste caso tenha sido vendida polo próprio interessado para obter unha dote para a sua filha. Esta circunstância faz com que muitos inéditos de Diderot e de Voltaire comecem a aparecer com o tempo, por continxências diversas, como acontece com um manuscripto de Diderot, encontrado num alfarrabista da marxem do Sena e que foi vendido por um xeneral “branco”, que o obteve antes de abandonar San Petersburgo, debído à Revoluçón Soviética. Outros dous sobrinhos de Voltaire recebem valiosas sumas, com a ordem de reservarem um ano de salários para os criados e unha certa quantia para dividir entre os pobres de Ferney, ”se ainda restarem”, diz o testamento. O seu coraçón e o seu cérebro som conservados, depois de o cadáver ser embalsamado; o segundo está na Galeria Nacional de Paris.
Anacreonte nasceu na cidade xónia de Teos, na Ásia Menor, e quando Harpagón, xeneral de Ciro, atacou as cidades costeiras gregas, navegou com o resto dos teanos para a Tracia, onde fundarom Abdera no 540 a. C. Logo o encontramos na côrte de Polícrates de Samos, cuxa tiranía está fechada nos anos 533-522, e trás o assessinato do seu patrón foi conducido a Atenas por Hiparco, filho de Pisístrato, o qual durante a tiranía do seu irmán Hipias, era o responsábel das questóns culturais. É possíbel que Anacreonte vinhera a Atenas trás o assessinato de Hipárco em 514, ou que marchara a Tesalia: som-lhe atribuídos epigramas escrítos para o dirixente tesalio Equecrátidas e a sua mulher Diseris. Parece verdadeiro que visitou Tesalia, e debeu voltar para Atenas, passando alí grande parte do resto da sua vida. Onde parece que entoou cantos a Crítias, avô do político ateniense do mesmo nome, e que disfrutou com a poesía de Esquilo. Nascería sobre o 570 e morrería no 485; também afirmam que viveu 85 anos. A maioría da sua poesía trataba do amor e do vinho: Máximo de Tiro falaba do “cabelo de Esmerdies e Cleóbulo, os caramilhos de Batilo e o canto xónico”, mas Cicerón esaxéra, quando diz que era toda erótica. Os banquetes dabam ocasión para que se representara; desde logo, Critias chamou-lhe “a provocaçón do banquete”. A política samia aparece duas vezes nos fragmentos; conservamos um poema satírico e há dactos sobre outros. Também sabemos que escrebeu poesía coral, aínda que non se conserva nada, excepto um fragmento duvidoso dos cantos de doncela. Anacreonte non escrebe com o estilo rico e sensual de Íbico, mas apoia-se para o seu efeito num trabalho cuidadoso, a elegância e o enxenho. Estas qualidades podem verse na sua invocaçón a unha xovem, escríta com um ritmo trocaico alegre, que contribuie muito para dar-lhe viveza: “Potrinha tracia, ¿por qué me miras de lado e despiadada escapas e pensas que non sei nada sábio? Pois tem por seguro que muito bem podería pôrte freio e brida e com as rendas na mán fazerte dar a volta ao estadio; pastas nos campos e xogas, brincando lixeiramente porque non teis um xinete hábil que te cabalgue.”
Para Aristóteles, lóxica e linguaxem mantém unha íntima relaçón. Se a linguaxem é constituída por signos com os quais expressamos (de forma falada ou escrita) o nosso pensamento, a lóxica permite-nos analisar determinados usos dessa linguaxem, mais concretamente os relacionados com a criaçón e a transmissón de conhecimento. Essa relaçón entre linguaxem, lóxica e pensamento é unha das grandes descobertas de Aristóteles, que defende que a lóxica non faz parte da filosofia, pois non é unha ciência como tal, mas é a ferramenta fundamental, o instrumento (organon, em grego), mediante o qual as ciências som possíbeis. Algo similar acontece com a linguaxem, pois tudo o que lhe diz respeito fica fora da ciência, mas sem linguaxem, num sentido lato do termo, non há ciência. Aristóteles parte de dois pressupostos básicos para a investigaçón e convém tê-los claros desde o princípio. O primeiro tem a ver com a causalidade dos axiomas a estudar, visto que tudo tem unha causa. As cousas non se xeram ou sucedem por acaso, qualquer cousa do mundo é o que é, e comporta-se como se comporta por algunha razón, ou sexa, porque existe no mundo algo distinto que é a sua causa. Do mesmo modo, tudo o que se move é movido por algo. De tudo isto deduz-se que conhecer algo, consiste em estabelecer as suas causas, os seus motores. Portanto, para conhecer o mundo será preciso determinar as relaçóns de causa e efeito que existem entre todas as cousas. Aristóteles desexa saber, e se saber algo consiste em determinar as suas causas, isso é o que ele perseguirá. Daí o seu interesse em criar um método que lhe permita descobrir a sequência de causas de todas as cousas. O segundo pressuposto tem a ver precisamente com a linguaxem e, de modo concreto, com a relaçón entre a linguaxem, o pensamento e a realidade. Apesar de, na linguaxem, se utilizarem diferentes formas segundo os acordos próprios da comunidade linguística, para Aristóteles é sempre unha expressón do pensamento e da realidade. Isto é, as palabras que se usam para designar unha cousa podem ser diferentes de acordo com as pessoas ou as comunidades linguísticas, mas os conteúdos mentais aos quais se referem essas palabras non o serán necessariamente. E non apenas isso. O pensamento também se serve da linguaxem, visto que, mediante os siloxismos, somos capazes de produzir novos conhecimentos a partir dos dados da experiência.
Quando chegarmos a Plutón, estaremos tán lonxe que o Sol – o nosso Sol, que nos aquece, nos dá vida – estará reduzido a unha cabeza de alfinete. Pouco mais será do que unha estrela brilhante. É, neste imenso vazio solitário, que começaremos a entender como até o mais importânte dos obxectos – como a lua de Plutón – passou despercebida. Até às expediçóns da “Voyager”, pensava-se que Neptuno tinha duas luas; a “Voyager” encontrou mais seis. Quando eu era miúdo, pensava-se que habia trinta luas no nosso sistema solar. O total, agora, é de polo menos noventa, das quais um terço foi encontrado apenas na última década. Claro que a licçón a tirar disto é a de que, quando consideramos o universo no sentido lato, nem sequer sabemos realmente o que se encontra no nosso próprio sistema solar. A outra cousa de que nos aperceberemos, ao ultrapassar Plutón a toda a velocidade, é de que estamos a ultrapassar Plutón. Se verificarmos o nosso itinerário, recordaremos que estamos a fazer unha viaxem aos confíns do nosso sistema solar, e receio que ainda non tenhamos lá chegado. Aínda que Plutón sexa o último obxecto representado nos mapas escolares, o sistema non acaba aí. Para dizer a verdade, nem nada que se pareça. Só chegaremos ao fim do sistema solar depois de atravessarmos a “nube de Oort”, um vasto lugar celestial de cometas à deriva. E, tenho muita pena de dizer isto, mas só conseguiremos lá chegar daquí a dez mil anos. Lonxe de marcar a fronteira do sistema solar, Plutón está a um quinquaxésimo milésimo (1/ 50.000) do percurso.
Mas para que nós, os que vivemos agora, possamos chegar à dimensón da verdade do ser e possamos meditar sobre ela, non temos mais remédio do que começar por esclarecer como se refére o ser ao home e como o reclama. Esse tipo de experiência essencial ocorre-nos no momento em que nos apercebemos de que o home é na medida em que existe. Se começarmos por dizer isto na linguaxem da tradiçón, diremos que a existência do home é a sua substância. É por isso que em “Ser e Tempo” volta a aparecer frequentemente a frase: “A substância do home é a existência”. O que acontece é que, pensado do ponto de vista da história do ser, “substância” xá é a traduçón encobridora do grego “ousia”, unha palabra que nomeia a presença daquilo que se apresenta e que normalmente, e debido a unha enigmática ambiguidade, fai também alusón a isso mesmo que se apresenta. Se pensarmos no nome metafísico de “substância” neste sentido (um sentido que em “Ser e Tempo”, de acordo com a “destruiçón fenomenolóxica” que aí se leva a cabo, xá está no ambiente), entón a frase “a substância do home é a existência” diz apenas o modo como o home se apresenta ao ser na sua própria essência é o extáctico estar dentro da verdade do ser. Mediante esta determinaçón essencial do home non se descartam nem se declaram falsas as interpretaçóns humanísticas do ser humano como animal racional, “pessoa”, ou ser dotado de espírito, alma e corpo. Polo contrário, pode afirmar-se que o único pensamento é o de que as supremas determinaçóns humanistas da assência do home aínda non chegam a sentir a autêntica dignidade do home. Neste sentido, o pensamento de “Ser e Tempo” está contra o humanismo. Mas esta oposiçón non significa que semelhante pensar choque contra o humano e favoreça o inumano, que defenda a inumanidade e rebaixe a dignidade do home. Simplesmente, pensa contra o humanismo porque este non pôn a “humanitas” do home à altura suficiente. É claro que a altura essencial do home non consiste em que ele sexa a “substância” do ente enquanto seu “suxeito” para depois, e xá que é ele que tem nas suas máns o poder do ser, deixar que desapareça o ser ente do ente nessa tán excessivamente celebrada “obxectividade”.
CEVALLOS, Pedro Fermín (Ambato, 1812-1893). Historiador e filólogo equatoriano. O seu “Resumen de la historia del Ecuador desde su origen hasta 1845 (2ª ed., 1886-1889, 6 volûmes), intenta superar a obra pioneira de Juan de Velasco. “Breve catálogo de errores en orden a la lengua y al lenguaje castellanos” (3ª ed., 1862) é a sua melhor aportaçón à filoloxía.
CETINA, Gutierre de (Sevilla, antes de 1520 – México, 1557?). Italianizante na sua poesía e na sua vida e sentimentos, pode-se colocar entre Garcilaso de la Vega e Fernando de Herrera dentro da tradiçón poética castelán. Traducíu a Petrarca e Ariosto e também a outros poetas longo tempo esquecidos. Foi o autor do maravilhoso madrigal “A unos ojos”. As suas obras forom editadas em 1895. Alí apareceu unha romântica biografía, que ao parecer non era a do autor. Non obstânte, sábe-se que foi para México, onde faleceu.
CESTERO, Tulio Manuel (San Cristóbal, 1877-1954). Escritor e diplomático dominicano. Começou a sua carreira literária como modernista: em “Sangre de primavera” (1908) apreça-se claramente a influênça de Gabriel d’Annunzio, o mesmo que em “Notas y escorzos” (1908), “Citerea” (1907) ou a mais temperán “El jardín de los sueños” (1904), mas o mais importânte da sua produçón som as novelas “Ciudad romántica” (1911) e “La sangre” (1914); esta última considerada como unha das obras cumbres da literatura dominicana. Nela Cestero descrebe a época da dictadura de Ulises Heureaux. Também escrebeu ensaios e estudos históricos e políticos, entre os que destacam “Rubén Darío” (1916), “El problema dominicano” (1919) e “Hostos, hombre representativo de América” (1940).
CÉSPEDES Y MENESES, Gonzalo de (Madrid, 1585? – 1638). Novelista e contista. A sua aportaçón literária mais importânte foi a mistura de elementos corteses picarescos dentro de um xénero que reaccionou contra a sordidez como pilar literário, que estaba de moda na sua época. As suas melhores obras som de carácter semiautobiográfico (“en parte verdaderos e en parte fingidos desengaños”: “Poema trágico del español Gerardo y desengaño del amor lascivo” (1615) e “Varia fortuna del soldado Píndaro” (Lisboa, 1626), âmbas reimpresas em 1851. Também é autor de cinco contos, “Historias peregrinas y ejemplares” (Zaragoza, 1623; ed. Cotarelo y Mori, 1906), o melhor dos quais é “La constante cordobesa”, precedente de “El burlador de Sevilla”. Menos atractivas som “Historia apologética” (1622), excessivamente conceptista, e a “Primera parte de la história de don Felipe” (Lisboa, 1631).
CÉSPEDES, Augusto (Cochabamba, 1904). Contista e novelista boliviano. Como Díaz Machicao, Céspedes lutou na guerra do Chaco, e escrebeu sobre ela nas vigorosas narraçóns incluídas em “Sangre de mestizos” (Santiago de Chile, 1936), que foi descripta como “novela vertebrada en crónicas de intenso realismo”. “Metal del diablo” (1946) é um ataque feróz à política do seu país, personificada no magnate e tirano Simón Iturri Patiño, que na novela leva o nome de “Zenón Omonte”. A sua obra mais importânte foi “El dictador suicida: quarenta anos de história de Bolívia” (Santiago de Chile, 1956), que abarca a carreira política de Germán Busch de 1900 a 1940. Os seus últimos libros forom “El presidente colgado” (1966) e “Trópico enamorado” (1968).
CERVERA, Guillem de (Século XII). Trovador catalán que escrebeu baixo o pseudónimo de “Cerverí de Girona”. Foi autor de 114 composiçóns líricas, cinco narrativas e um poema moral. Cultivou metros e temas diversos: compuxo sirventeses, pastorelas, cançóns amorosas, poemas de tema relixioso, etc…, e incorporou a algunhas das suas composiçóns os temas e o estilo da lírica tradicional, menospreçada polos demais trovadores. Mediante o cultivo do que denominou “vers” -xénero poético ápto para o tratamento de qualquer tema: paradoxas, xogos lingüísticos (“Lo vers revers”), etc… -desarrollou a sua veia irónica e enxenhosa e as possibilidades expressivas da fala. Cara ó final da sua vida escrebeu os “Proverbis” -que firmou com o seu nome-, tratado moral com 4.848 versos dirixidos aos seus filhos. Cerverí tinha um alto conceito da poesía e dos poetas, e aparecem a miúdo nas suas obras referências em primeira pessoa sobre o seu ofício de trovador. Com el cérra-se a grande época da poesía trovadoresca catalán.
CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de (Alcalá de Henares, 1547- Madrid, 1616). É um dos pilares da literatura universal. O seu pai foi Rodrigo de Cervantes, médico de escasos recursos, e a sua nai Dona Leonor de Cortina. Estudou as primeiras letras em Valladolid, depois parece que estudou com os Xesuitas em Sevilla, e que seguramente foi alumno de Juan López de Hoyos em Madrid. Em 1569 foi para Itália no séquito do cardeal Acquaviva. Enrrolou-se como soldado em 1570, e participou na famosa batalha de Lepanto, na qual foi ferido. O seu braço esquerdo quedou para sempre inutilizado. Passou seis meses num hospital da cidade de Messina. Depois participou nas campanhas de Corfú, Navarino e Túnez. Quando voltaba a Espanha em 1575, foi feito prisioneiro por piratas mouros e levádo para Argel. Forom encontradas cartas de recomendaçón de Juan de Austria dirixidas a importântes personáxes políticos espanhois. Polo qual, pensárom os captores que Cervantes tinha unha importância grande e foi esixído por el um elevado resgate, que só a meias pudo ser págo pela família do escritor. Depois de vários intentos de fuga, foi resgatado em 1580. Unha vez em Espanha, foi nomeádo recaudador de impostos para a Armada Invencíbel. Ao mesmo tempo que, ganhaba algúm dinheiro com os seus escritos, mas, viveu na pobreza toda a sua vida. Em 1584 casou com Catalina de Salazar y Palacios, mas, parece que non se entenderom muito bem. Esteve na gaiola duas vezes por fraude e dívidas. A partir de 1603 viveu em Valladolid, onde foi encarcerado depois de encontrar o cadáver de Gaspar de Ezpaleta na porta da sua casa. Separou-se da sua mulher. A partir de 1600, começou o seu período mais productivo depois de se estabelecer em Madrid, onde morreu o 23 de Abril de 1616, e foi enterrado no convento das Trinitárias. Poesía: Cervantes non está considerado um grande poeta, mas escrebeu algunhas obras interessantes neste xénero. “Viaje del Parnaso” (1614) com mais de três mil versos, distribuídos em oito cantos, está baseádo num poema com o mesmo título escrito por Cesare Caporali. Cervantes manexou o terceto com intelixência, e a obra resulta interessante, sobre tudo pela sua opinión sobre outros escritores noveis e contemporâneos. A miúdo emite xuízos irónicos. “Canto de Calíope”, sexto libro de “La Galatea”, que também abunda em opinións sobre outros autores. Consta de cento onze versos e é um documento sobre os gostos de Cervantes e sobre os autores da sua época. “La Epístola a Mateo Vázquez” foi escrita em Argel e dirixida ao secretário de Felipe II. É unha petiçón para ser resgatado escrita em tercetos. Atesoura um valor biográfico evidente, aínda que como documento literário non destaca. Por toda a sua obra están disseminados poemas escritos tanto nos metros tradicionais espanhois, como nos italianizantes: encontramos em “La Galatea” (oitavas reais, liras, tercetos), em “El Quixote” (românces e sonetos) e em “La Gitanilla” (românces), entre outras. Como poeta non foi apreçado até ao século XX, xá que a sua labor como prossista ensombrece aínda a sua melhor labor como poéta. Obras de teatro: Cervantes é o melhor autor teatral anterior a Lope de Vega. Foi espectador e autor teatral durante toda a sua vida. As suas primeiras obras som “El trato de Argel” imitado por Lope em “Los cautivos de Argel”, com um contído verdadeiramente autobiográfico. Cervantes incluíu-se a si mesmo na obra baixo o nome de Saavedra. Está escrito em versos lixeiros e descrebe as intrígas da vida dos bárbaros, desde o ponto de vista dos cautivos. “El cerco de Numancia”, é a melhor traxédia espanhola anterior a Lope. Esta obra foi precursora de “Fuenteovejuna”, xa que a comunidade enteira aparece como a principal protagonista do feito patriótico. A obra é extraordináriamente sobria e atractiva. As suas obras posteriores, reunidas em “Ocho comedias y ocho entremeses nuevos, nunca representados” (1615), están escritos totalmente em verso. As obras mais longas xá non están tán bem logradas como os entremeses, nos quais Cervantes se mostra um verdadeiro mêstre, tanto no desarrolho das situaçóns, como no manéxo das personáxes e no diálogo rápido, brilhante e humorístico. As oito obras som: “El gallardo español”, “Los baños de Argel” e “La gran sultana doña Catalina de Oviedo”, baseados nas suas vivências como cautivo, onde mostra a tensón entre mouros e cristáns; “La casa de los celos” e “El laberinto de amor”, de tipo caballeiresco, tán artificiosos na construçón de argumentos mistificadores, que som os menos interessantes de toda a sua obra teatral; a comédia de capa e espada “La entretenida”, interessante pola sua força e realismo; “El rufián dichoso”, comédia de santos sobre a conversón de Cristóbal de Lugo e Pedro de Urdemalas, fina comédia sobre um pícaro que se xunta a uns ciganos por amor dunha moça. Entremeses: están escritos em prossa e som dunha grande orixinalidade. Apresentam fragmentos da vida real com um diálogo lixeiro e matizado. Os entremeses escritos em verso, “La elección de los alcaldes de Daganzo” e “El rufián viudo”, ao parecer som anteriores. Entre os escritos em prosa citaremos: “El juez de los divorcios”, “El retablo de las maravillas” e “El vizcaíno fingido”. Mentras Calderón trata os mesmos temas com grande solemnidade, Cervantes mostra a sua universalidade ríndo-se simpaticamente das fraquezas humanas. Novelas: cronoloxicamente “Primera parte de La Galatea” (Alcalá, 1585), “El ingenioso hidalgo don Quixote de la Mancha” (primeira parte,1605), “Novelas ejemplares” (1613), “Segunda parte del ingenioso caballero don Quixote de la Mancha” (1615), e “Los trabajos de Persiles y Sigismunda, historia septentrional” (1617), publicada depois da morte do autor. “La Galatea” é a sua primeira obra de ficçón e foi publicada quando Cervantes tinha trinta e oito anos, aínda que a había escrito algúns anos antes. Descende da tradiçón literária da novela pastoril popularizada por Sannazaro. “La Galatea” resulta um esplêndido exemplo deste xénero hoxe tán esquecído do público leitor, ademais de ser unha leitura indispensábel na bibliografía cervantina. Nela encontramos grande quantidade de elementos que depois serán reelaborados por Cervantes nas obras posteriores. O estilo é homoxéneo. Isto surprehende um pouco a estas alturas da sua carreira. Queda muito das ideias neoplatónicas, que o autor recebeu do padre Fonseca e dos Diálogos de León Hebreo. Cervantes prometeu unha segunda parte da história que nunca chegou a escreber. “O Quixote” é a obra mais importânte das letras casteláns. A publicaçón da primeira parte tivo um êxito inmediato, e foi reimpresa cinco vezes. Logo, se fixérom traduçóns para inglês e para francês, e no século seguinte publicou-se em quase todos os idiomas. A popularidade desta grande novela, facilitou a adquisiçón de um público que aceitou muito bem as suas “Novelas ejemplares”, escritas na sua maioria entre 1600 e 1610, aínda que foram publicadas em 1613. Um modelo de narraçóns em diferentes xéneros: da novela ao estilo italiano, “Las dos doncellas”, “El amante liberal”, “La española inglesa”, “La señora Cornelia”; de estilo picaresco, “Rinconete y Cortadillo; de sátira, “El coloquio de los perros”, “El licenciado Vidriera”; realistas, “El celoso extremeño”, “La ilustre fregona”, “El casamiento engañoso”; de dupla identidade e anagnórisis, “La gitanilla”, “La fuerza de la sangre”. Em 1614, um tal Alonso Fernández de Avellaneda, publicou em Tarragona um “Segundo tomo del Ingenioso hidalgo don Quixote de la Mancha”, mentras Cervantes trabalhaba na sua própria “Segunda parte”, que apareceu em 1615 em Madrid. O resto da sua vida foi dedicado por Cervantes aos “Los trabajos de Persiles y Sigismunda” (1617), que logrou terminar pouco antes da sua morte, aínda que a começou a escreber em 1609. Ao parecer, a novela resente-se a causa da doença, pois o quarto e último libro contem únicamente 14 capítulos, mentras que o primeiro tinha 23, o segundo 22 e o terceiro 21. Muitas xeraçóns de leitores se perguntarom por qué razón Cervantes se puxo a escreber unha novela bizantina com a complicada trama que isto esixía, depois de haber escrito o Quixote. A maioria dos críticos acreditam, hoxe em dia, na teoría expressada por Américo Castro, que xustifica Cervantes afirmando que o desditado e menospreçado preferíu, ao fim dos seus dias, refuxiár-se num mundo fantástico (na última parte da Noruega, perto do polo Ártico) e criar personáxes com extraordinárias aventuras, em vez de enfrentar-se ao mundo realista de algunhas das suas novelas exemplares, ou à sabedoría das cousas deste mundo, que albergaba Sancho Panza. O propósito de Cervantes ao escreber esta obra, foi ilustrar a traxectória espiritual dos homes com os exemplos dos vícios e das virtudes para “enseñar y deleitar conjuntamente”. A posteridade xulgou o Persiles muito por debaixo do Quixote, aínda que segue sendo um românce interessante, sobre tudo para os amantes da literatura cervantina. Em algúm momento, as seguintes obras forom atribuídas à sua mán, mas, hoxe sábe-se que isto non é verdade: “Los mirones”, “Los habladores”, “El hospital de los podridos”, “La cárcel de Sevilla” e “Doña Justina y Calahorra” (entremeses). Refráns e românces vários: “El Diálogo entre Sillania y Selanio”. A novela exemplar “La tía fingida”. A comédia “La soberana Virgen de Guadalupe”; a cançón “A la elección del arzobispo de Toledo” e a carta “A don Diego de Astudillo Carrillo.
CERVANTES DE SALAZAR, Francisco (Toledo, 1514?-1575). Historiador espanhol transladado a México. Depois de estudar em Salamanca e dar classes em Osuna (1550) transladou-se a México em 1551, primeiro como professor de latim nunha escola e, a partir da fundaçón da Universidade de México em 1553, como professor de rectórica da mesma. Ao ano seguinte foi ordenado sacerdote. Como cronista oficial, escrebeu a “Crónica de la Nueva España” que permaneceu inédita até 1914. A partir de entón foi edictada várias vezes (Madrid, 1971; México, 1936 e 1976). Cervantes de Salazar conheceu pessoalmente a Cortés e utilizou as suas “Cartas de relación”, assím como também os escritos de López de Gómara. “Las Obras… que ha hecho, glosado y traducido…” (Alcalá, 1546) incluien textos de Mexía e de Luis Vives, ao mesmo tempo que inserta os seus diálogos sobre a fundaçón da universidade e sobre a vida e costûmes da sociedade colonial mexicana. As suas obras forom editadas e traducidas para castelán polo bibliógrafo mexicano Joaquín García Icazbalceta baixo o título de “México en 1554” (1898). O seu “Túmulo imperial de la gran ciudad de México” ( ed. A. Millares Carlo, México, 1954) contem vários poemas bastânte medíocres escritos em latim e castelán.