
Don Antonio, reprochaba-me a ingratitude. Aseguraba que eu era o que levaba a maior parte do ganho e para el era a mais pequena, pois, tinha que pagar ao falsificador e a outras pessoas mais. Estas razóns, aplacarom-me um pouco, mas a verdade é que me sentía enganado. Até ao momento em que Arsenio Puig, que ganhaba os cartos a exportas, me deu unhas seis mil pesetas, para compensar. Arsenio Puig começou a invitar-me a sítios de luxo. Eu só conhecia lupanares portuários e antros, nos quais se comiám bazófias por dous patacos o cuberto, e ainda por menos. Arsenio Puig, levába-me a restaurantes caros, non sabía com que intençón; a ver se resulta que este tipo é maricón, pensaba. Alí habia camareros que retirabam a cadeira, para que o cliente se sentara cómodamente, e estabam sempre pendentes de deitar vinho nas copas. Num aparador, cheio de cubos de àgua fresca, ou de xelo, se o vinho era branco, estabam colocadas as garrafas de cada mesa e os camareros nunca se confundíam. Iam e vinham avizorando as copas e outros detalhes. Eu trassegaba a tais velocidades, que non me dabam abasto. Quando lhes suxería que deixaram a garrafa ao meu albedrío sentiam-se aliviádos. Punham-me o cubo ao lado da mesa e xá está. O único que tinham que fazer era mudar a garrafa quando se acababa. O que ocurría com frequência. Um dia o “protésico” levou-me ao teatro, um que estaba nunha Rambla porriba da Praça de Catalunha, muito distinguido e bonito; vímos algo de um tal Casona, que a mim me era conhecido de algo, mas resultou um conhazo, “Los árboles mueren de pie”, penso. “Los árboles de pie, muriéndo-se”, vaia ocurrência. Mas aquilo, segundo me lembro, valía para dizer que o “Régimen de Franco”, xá se tinha transformado em demócrata e liberal, pois, até os exiliados podíam estrear nessa “nova” Espanha. O verdadeiro liberalismo, deixémo-nos de “coñas”, foi o que chegou com as suecas. Por aí, polos bikinis, o destape, o catre e o amor a braga sacáda, entrou a liberdade nesta terra. E, também pola economía, por suposto; “la pela, es la pela”, que decíam os cataláns. “Economía, Horacio, economía”, afirmaba o Hamlet de Shakespeare, que a este sí que o conhecía eu mais que ao Casona.
JAVIER VILLÁN E DAVID OURO