Arquivos diarios: 10/04/2023

AURELIUS AGUSTINUS (AMBIÇÓN DE HEXEMONIA)

A situaçón da Igrexa católica nas províncias africanas, era ainda mais vulnerábel e fráxil, se isso fosse possíbel. O catolicismo competia ali, pelo mercado das almas com dous poderosos adversários: os xá mencionados “maniqueístas” e o cristianismo resultante do “cisma donatista”. Ainda que tenhamos oportunidade para falar detalhadamente sobre estes últimos mais à frente, basta dizer que a sua presença e difusón na Numídia era igual (ou superior) à do catolicismo oficial, representando, assim, a principal ameaça à sua ambiçón de hexemonia. Ao elenco de exércitos inimigos xuntaram-se, com os anos, os seguidores de “Pelágio” e os pagáns da cidade terrena. Perante um tal contexto, Santo Agostinho dedicou todas as suas enerxías a combater os inimigos da única e autêntica fé. Unha luta na qual se revelou um rival implacábel, capaz de recorrer a obscuras intrigas palacianas, e a impressionantes técnicas de propaganda ou mesmo a lexitimar a violência física se precisa fora para aniquilar os opositores. A polémica actividade que envolve toda a vida do bispo, até aos seus últimos anos, é determinante no desenvolvimento da sua obra, de tal forma que quase se poderia dizer que, de unha forma ou outra, toda ela nasce e evolui como resposta a um ou outro adversário. Por último, e intimamente relacionado com as controvérsias relixiosas da época, Santo Agostinho ergueu à sua volta unha comunidade ascéptica de “servi Dei”. Impôs que os sacerdotes da sua diocese convivessem com ele na casa do bispo, na ríxida observância de um rigoroso código monástico e sob a éxide intelectual do bispo. Quando o império começou a desmoronar-se, sob pressón das populaçóns bárbaras, a remota Numídia converteu-se num dos últimos bastións do catolicismo (unha autêntica reserva espiritual do Ocidente, para utilizar unha expressón de triste memória). Com o tempo, muitos dos discípulos de Santo Agostinho tornarom-se bispos de outras dioceses, deixando unha indelébel impressón agostiniana na futura configuraçón da Igrexa.

E. A. DAL MASCHIO