¡¡QUE NADA SE SABE!! (57)

Em conclusón: do conhecimento que se refére ao interno, igual que do outro, que non chamo conhecimento senón opinión, a saber, o que se fai por meio de unións, negaçóns, comparaçóns, divisóns e outras operaçóns da mente, trataremos mais âmplamente no seu lugar, onde se pondrá de manifesto que âmbos quedam em ignorância. Mas, por agora, bástenos deixar dito algo únicamente acerca do conhecimento que temos do externo mediante os sentidos. Em este há dous meios (as vezes três ou quatro, mas, em todo caso, dous) a través dos quais se efectúa a sensaçón, segundo que o meio a produzca no seu interior ou a transmita. Mas, isto non nos vai deter agora. Um dos meios é interno: o olho. O outro, externo: o aire. ¿Será possíbel conhecer algo perfeitamente a través destes meios? De ningunha maneira, pois o que se hade conhecer perfeitamente non debe ser conhecido mediante outra cousa, senón, que debe conhecê-lo o próprio cognoscente inmediatamente e por sí mesmo. Agora bem: a substância das cousas revélase a través dos accidentes percibídos polos sentidos ou, mais bem ao contrário, oculta-se trás eles. Sobre a substância das cousas a mente é informada, ou também enganada polos faláces sentidos. Logo ¿como poderíamos saber algo perfeitamente? Xá que, segundo tú, a ciência debe versar sobre as substâncias das cousas. E dos accidentes ¿cabe acaso um conhecimento perfeito? Menos ainda! Só há unha cousa a favor: que se percíbem polos sentidos. Mas há muitas em contra: que non som quase nada, que non chegam à mente eles mesmos senón só as suas imáxes e, finalmente, que enganan muitas vezes aos sentidos. Isto debe-se à variedade na natureza, colocaçón e disposiçón, tanto do meio externo como do interno. Baste falar de um ou dous sentidos. Da vista, por exemplo, que, a pesar de exercerse por meio de órgano perfeitíssimo e de ser o mais seguro e o mais nobre dos sentidos, se engana, com tudo, muitíssimas vezes. O meio externo acostuma variar, e por isso afecta de várias maneiras ao sentido. O aire -o meio comúm- parece transmitir melhor as cousas, pois aparece desprovisto de todo color. A água representa-as doutra maneira. Estes som meios naturais. Meios artificiais há muitos: o vidro, o corno pulido, o cristal e outros semelhantes. ¿De qual deles te vas a fiar?

FRANCISCO SÁNCHEZ

Deixar un comentario