LITERATURA CASTELÁN (O “LIBRO DE ALEXANDRE”)

O “Libro de Alexandre”. Este poema, o mais extenso do “mester de clerecía”, posto que rebasa os dez mil versos, conservou-se em dous manuscríptos. O mais antigo, em pergaminho, de finais do século XIII ou princípios do XIV, pertencéu à biblioteca do Duque de Osuna e está guardado hoxe na Biblioteca Nacional de Madrid; alberga leonessismos na sua linguáxe e na última estrofa afirma-se que “escrevió” Juan Lorenzo de Astorga. O outro manuscrito, em papel, do século XV, conserva-se na Biblioteca Nacional de París, tem algún aragonessismo e a estrofa final atribuie-o a Gonzalo de Berceo. Esta diversa atribuiçón prantexou o complicado problema da autoría. Antes de conhecer-se o manuscripto de París, admitia-se em xeral a paternidade de Juan Lorenzo, mas, depois do descobrimento deste, o alemán Baist aceitou a atribuiçón a Gonzalo de Berceo, opinión compartída por outros investigadores, como E. Müller. Menéndez Pidal, defensor da orixem leonesa do poema, sostén a autoría de Juan Lorenzo, parecer que apoia R. I. Moll e, com certa cautela, Federico Hanssen. Mas a asignaçón a Berceo parece que non se pode defender com êxito – aparte dos problemas que apresenta a interpretaçón dos textos – dadas as profundas diferênças entre o “Alexandre” e os poemas do clérigo riojano: nada mais alonxádo do carácter, temas e estilo de Berceo, que este largo relato – profano, militar e pseudoclássico – da vida e façanhas de Alexandro de Macedónia. Berceo esquéce frequentemente os nomes latinos e gregos e confunde a miúdo os dactos xeográficos e históricos, mentras que o autor do “Alexandre” – desde os versos primeiros em que encarece a perfeiçón da sua arte; “Mester trago fermoso, non es de ioglaría…”- fazendo gala unha e outra vez da sua condiçón de clérigo e do seu extenso saber, em cuxa exhibiçón se envanece. Por outra parte, dado que o poema parece composto a começos do século, pertencería à época xuvenil de Berceo, o que fai ainda mais inverossímil a atribuiçón, pois haberíam de ser maiores as mostras da sua curta cultura, bastante limitada ainda nas suas obras autênticas, que som sem dúvida algunha posteriores. Em quanto a Juan Lorenzo parece o mais probábel que se trate de um simples copista, como o foi Per Abbat do “Cantar de Mío Cid”, opinión apoiada por Alarcos. A paternidade do “Alexandre” continúa, pois, sem resolver. Também se desconhece a data em que o “Libro” foi composto, mas aceita-se xeralmente que na primeira mitade do século XIII; Raymond S. Willis chega a remontar a data até 1201 ou 1202. Discutíu-se muito por extenso, à vista dos leonessísmos e aragonessísmos que oferecem respectivamente os dous manuscriptos conservados, quál foi o dialecto orixinal em que se escrebeu o “Alexandre?”. Alarcos Llorach, depois de estudar detidamente as diversas teorías, chega à conclusón de que o autor se servíu do dialecto castelán; as palabras que a primeira vista non parecen peculiares de Castela deben estimarse como arcaísmos precasteláns, arrinconados por aquél nos dialectos limítrofes. O poema refére – desde a sua infância até à sua morte – a vida de Alexandro Magno, que interrompe para intercalar variádos episódios, como o relato da guerra de Troia – larga disgresón em 1.688 versos -, que conta o próprio Alexandro aos seus capitáns contemplando as ruínas da cidade; o sermón satíricomoral sobre a corrupçón das costûmes; a descripçón da baixada aos infernos, etc. O autor do “Libro de Alexandre” alardeia, de unha copiosa erudiçón. Ainda que a través de compêndios e refundiçón, conhecía a Homero, a Ovidio, a Quinto Curcio e a grande número de autores – arábigos e cristáns – representativos da cultura da sua época. As fontes principais da obra som dous poemas: um latinomedieval, o “Alexandreis”, de Gualterio de Chatillon que segue à sua vez a história de Quinto Curcio, e outro francês, o “Roman d’Alexandre”, de Lambert le Tort e “Alexandro de Bernay ou de París”. Mas existem ademais outras muitas fontes secundárias de variáda procedência. García Gómez estudou os elementos arábigos incorporados polo poeta espanhol, como o invento que fai Alexandro da máquina voadora. As duas cartas em prosa de Alexandro à sua nái, que figuran incorporadas no final do manuscripto de Osuna, procedem também probabelmente de colecçóns arábigas de sentênças ou, inclúso, de versóns musulmanas da lenda alexandrina.

J. L. ALBORG

Deixar un comentario