
Em síntese, para Popper a única forma de raciocínio cientificamente aceitábel é a deductiva, non só na lóxica e na matemática como também nas ciências empíricas. Como chegamos entón às leis e às teorias da ciência, se non pode ser por induçón? Popper admite que, em muitos casos, podemos alcançá-las por deduçón: inferindo unha lei a partir de outra ou outras xá estabelecidas. Por exemplo, podemos deduzir (por modus ponens) a lei de que todo o ser humano tem nái a partir de duas leis mais xerais, a de que todo o ser humano é mamífero e a de que todo o mamífero tem um proxenitor do sexo feminino – leis essas que, por sua vez, poderiam deduzir-se de leis biolóxicas ainda mais xerais. Mas está claro que o processo non pode continuar de forma indefinida: em algum momento chegaremos às leis ou teorias mais xerais e fundamentais de unha disciplina, que xá non podem deduzir-se de outras. Como chegamos, entón, a essas leis fundamentais, se non é nem por induçón nem por deduçón? A resposta de Popper é que non se chega a elas por nenhum procedimento racionalmente controlábel: som ou producto da “imaxinaçón” ou da “inspiraçón”, se quisermos, através de actos de libre criaçón semelhantes aos que están na base das grandes produçóns astísticas. Assim, por exemplo, dissesse o que dissesse o próprio Newton sobre a pertinência do método inductivo na física, ele próprio non concebeu a lei da gravitaçón universal baseando-se num raciocínio inductivo a partir da observaçón de factos particulares; esta ocorreu-lhe num momento de inspiraçón. Depois viu imediatamente que dessa lei tán xeral se podiam deduzir leis mais particulares, como as leis planetárias de Kepler ou a lei de Galileu da queda dos corpos, as quais por sua vez, permitiam explicar fenómenos ainda mais particulares, como a órbita do planeta Marte ou a traxectória dos proxécteis. O grande cientista, tal como o grande artista, é unha pessoa doptada de unha enorme imaxinaçón, mas a diferença entre o cientista e o artista está em que o segundo, unha vez realizada a sua obra de arte, fica satisfeito, enquanto o primeiro, pelo contrário, unha vez concebida a sua grande teoria, non se deixa ficar sossegado, colocando-a unha e outra vez à proba perante os enunciados de base, os que descrevem experiências e observaçóns particulares que possam ser contraexemplos da teoria, que a possam falsificar, ou sexa, refutar. O grande cientista, ao contrário do grande artista, nunca se contenta com a sua própria criaçón.
C. ULISES MOULINES