CALLE, Manuel J. (Cuenca, 1866 – 1918). Xornalista equatoriano. Foi um prolífico polemista na sua columna “Charlas”. Os seus ensaios forom reunidos em “Biografías y semblanzas” (1920), mas é mais conhecido por um libro dedicado à xuventude: “Leyendas del tiempo heroico: episódios de la guerra de la Independência” (Guayaquil, 1905).
CALVO SOTELO, Joaquín (A Coruña, 1905). Autor teatral cuxa actitude reflexa a das clásses médias católicas, ainda que non por isso deixa de criticálas. As suas cinquenta obras teatrais som melodramáticas, desiguais e cheas de convencionalismos. Abarcou três xéneros: a farsa, a comédia propriamente dita e a obra de tese. Entre as farsas podemos citar “El contable de estrellas” (1937) e “Tánger” (1945); das obras de tese “La muralla” (1954), “La ciudad sin Dios” (1960) e “El poder” (1965). Cultivou mais a comédia, desde a sua primeiriza “Una comedia en tres actos” (1930) até “A la tierra, kilómetros 500.000” (1932), ou a triloxía formada por “Una muchachita de Valladolid” (1957), “Cartas credenciales” (1961) e “Operación embajada” (1962); “Micaela” (1964), baseada num conto de J. A. Zunzunegui; “El proceso al Arzobispo Carranza” (1964), “La condesa Laurel” (1965), “El inocente” (1969) e “Una noche de lluvia” (1969).
CALVETE DE ESTRELLA, Juan Cristóbal (Sariñena, Huesca, 1526 ?-1593). Humanista. Estudou em Alcalá e pertenceu à côrte do príncipe Felipe (depois, Felipe II). Escrebeu “Felicísimo viaje del príncipe Felipe, hijo de Carlos V, a Alemania y a Flandes” (Amberes, 1522; ed. M. Artigas, 1930), do que foi testemunha presencial. Resulta unha descripçón absorbente e detalhada do torneo ofertado a Carlos V pola rainha da Hungría em 1549. Isto demostra o profundo arraigo dos libros de cavalaria e os usos que se tinham instaurado na sociedade da época. É autor de um poema sobre a vida de Carlos V (1590), de um elóxio ao duque de Alba em latim: “Túmulo imperial, adornado de historias” (Valladolid, 1559), e de um relato da conquista de unha cidade norteafricana: “De aphrodisio expugnato quod vulgo Aphrica vocant” (Amberes, 1551).
CALVET, Agustí (Sant Feliu de Guíxols, 1887-1964). Ensaista, xornalista e autor de libros de viáxes e de memórias. Em 1914 entrou no xornalismo profisional com a publicaçón em “La Vanguardia” de unha série de artígos sobre a guerra europeia, que firmou com o pseudónimo de “Gaziel”. Están reunidos no libro “Diario de um estudante en París” (1915), e mais tarde, em “Narraciones de tierras heroicas” (1916), “En las líneas de fuego” (1917), etc… Em 1933 foi nomeado director de “La Vanguardia”. Outras obras som “Tots els camins duen a Roma”. “Història d’un destí (1893-1914) (1958), memórias; a série “Viatges i somnis”, que consta da “Trilogia ibérica” (Castella endins, 1959; Portugal enfora, 1960; e “La península inacabada”, 1961), na qual manifestou o seu interesse polo carácter e convivência dos diferentes pobos peninsulares, e “Cura d’aires” (Seny, treball i llibertat, 1961; e “L’home és el tot”, 1962), onde aparecem algunhas das suas teses políticas.
CALILA E DIGNA, El libro de. Versón de unha colecçón de fábulas morais escríptas em sánscrito, Pançatantra, vertídas ao castelán a instâncias de Alfonso X el Sabio. A obra passou a Europa a través de unha antiga versón persa escrita por Barzuya e através de unha versón árabe de ‘Abd Allâh ibn al-Muqaffa’, fontes de todas as versóns posteriores que conhecemos. A versón ordenada por Alfonso X de 1251, servíu de base para a latina feita por Raymond de Béziers em 1313. A versón latina mais popular foi a de Juan de Capua (1263-1278), basada em um texto hebreo. A obra é conhecída também como “Kalîla wa-Dimna” em árabe, ou como “Fábulas de Bidpai”, corrupçón do nome do sabio mais importânte da côrte de um príncipe indio.
CALDERS I ROSSINYOL. Pere (Barcelona, 1912). Prossista catalán. Estudou desenho e pintura na Escola Superior de Belles Arts de Barcelona. Em 1936 publicou por primeira vez em “L’Esquella de la Torratxa”, revista que chegou a dirixir xunto com A. Artís-Gener; este mesmo ano apareceu o seu primeiro libro de contos: “El primer arlequí”. Durante a guerra escrebeu e desenhou para um bom número de publicaçóns (Treball, Diari de Barcelona, etc…). Nesta primeira época, cabe relacionar-se com o grupo de Sabadell (Francesc Trabal, Joan Oliver, etc…) que exercía, através da ironía e da fantasía, a crítica à sociedade da época. A vía fantástica iniciada com a sua primeira obra vê-se truncada pola experiência da guerra, que reflexa em “Unitats de xoc” (1938). Acabada a contenda, partíu para o México, onde permaneceu vintitrês anos e participou nas actividades do grupo de exiládos cataláns daquel país: com Carner y Bartra, fundou a revista “Lletres”. “Cròniques de la veritat oculta” (1955) supón a sua reincorporaçón à literatura catalán, depois de um largo parêntese. Pouco depois publicou duas colecçóns de contos: “Gent de l’alta vall” (1957), com protagonistas mexicanos, e “Demà a les tres de la matinada” (1959). Em 1962 regresou do exílio e ao ano seguinte publicou “L’ombra de l’atzavara”, novela psicolóxica. Outras obras som “Ronda naval sota la boira” (1966), “Aquí descansa Nevares” (1967) e “Tots els contes” (1968). O grupo Dagoll-Dagom escenificou com grande éxito em Catalunya um montáxe teatral inspirado em vários dos seus contos: “Antaviana”.
CALDERÓN DE LA BARCA, Pedro (Madrid, 1600-1681). É o dramaturgo mais importante do “Siglo de Oro”. El e a sua escola diferencíam-se de Lope e o seu círculo por unha série de características estilísticas: Lope leva a cabo as suas obras basândose nunha composiçón lírica e rápida, mentras que Calderón busca efeitos especiais que derívan do uso do conceptismo e do culteranismo e da maior importância ao uso da fala e à construçón da obra no aspecto formal. A obra de Calderón é mais tendenciosa e mais didáctica que a de Lope. Em quanto aos temas, âmbos partem de um material mais ou menos comúm, ainda que Calderón, pola sua maestría no xénero do auto sacramental, debe ser considerado superior. Calderón estudou no “Colegio Imperial de los Jesuitas” dos nove aos quatorce anos, quando se matriculou em Alcalá (1614). Estudou direito canónico em Salamanca até 1620, mas abandonou a carreira eclesiástica e regresou a Madrid. Alí levou unha vida relativamente axitada na companhia dos seus irmáns Diego e José. Os seus pleitos com Diego de Velasco, acabarom com o misterioso assassinato deste. A primeira comédia de Calderón “Amor, honor y poder” é de 1623. No ano seguinte viaxou por Flandes e polo norte de Itália e em 1625 entrou ao serviço do duque de Frías. A maioría das suas peças teatrais forom estreádas no teatro do Palácio Real. Graças ao cargo de autor teatral oficial, chegarom às nossas máns obras que, escritas por outro, tiveran sido meramente circunstânciais. A causa de unha zaragata, Calderón voltou a meter-se em problemas, quando por vingança, violou o sagrado do convento em que -casualmente- a filha de Lope se encontraba. Lope e Fray Hortensio Paravicino protestarom por este sacriléxio. Calderón vingou-se do frade parodiando o seu sermón acusatório em “El príncipe constante”. A pesar dos seus roces com a lei e com a Igrexa, nunca perdeu o favor do rei, quem em 1637 o fixo cabaleiro da ordem de Santiago de Espada. Nesse mesmo ano começou a servir como soldado a ordens do Duque del Infantado e foi ferído nunha mán durante a revolta dos cataláns. Por acompanhar a Felipe IV no sítio de Lérida foi-lhe concedida unha pensón vitalícia de trinta escudos em 1642. Uns anos mais tarde tivo um filho ilexítimo, mas presume-se que a sua amante morreu pouco despois, pois non se soubo mais dela. Em 1651 ordenou-se sacerdote e foi nomeado capelán da “Capilla de los Reyes Nuevos” na Catedral de Toledo, ainda que continuou visitando Madrid com frequência e escrevendo péças teatrais seculares, ao mesmo tempo que as aplaudidas séries de autos sacramentais e outras obras mais largas. Quando o Patriarca das Indias o censurou por escreber obras de teatro sendo eclesiástico e lhe encargou autos sacramentais para “Corpus Christi”, Calderón respondeu com xusta indignaçón: “o es malo o es bueno: si es bueno, no me obste y se es malo no se me mande”. Non disminuíron o número de obras que escreveu no futuro. Em 1663 foi nomeado capelán de honra de Sua Maxestade e passou ainda mais tempo escrebendo obras e autos. O seu prestíxio sobrevivéu ao reinado de Felipe IV e persistíu ao longo do reinado seguinte. Respeito da sua fama entre os contemporâneos, Menéndez y Pelayo comenta que “rara vez se víu exemplo de unha popularidade parecida á de Calderón, entre os seus contemporâneos; realmente a de Lope foi mais ruidosa, mas non tán funda nem tán duradeira”. A pesar de que em vida do autor se publicarom quatro “Partes”, que incluíam grande parte das suas obras, ningunha foi publicada por el, nem sequer aprobada por el. A “Primeira parte das comedias” (1636) e a “Segunda parte” (1637), reuníam doze péças teatrais cada unha (como era costûme na época). A ediçón esteve a cargo de José Calderón. Seguramente estavam mais cuidadas que as publicadas em forma pirata, mas non existe qualquer certeza de que calderon fornecera ao seu irmán os orixinais das suas obras. A “Terceira parte” (1664) foi preparada por Ventura de Vergara, amigo de Calderón. A “Quarta parte”, alberga um prólogo de Calderón no qual nega haber escrito unha larga lista de obras que lhe tinham sído atribuídas. Unha “Quinta parte” totalmente espúria que se publicou em 1677: continha quatro obras que non eram do seu cunho e seis mais, tán desfiguradas polos erros e emendas, que tampouco parecem suas. Doce autos sacramentais forom publicados como “Primeira parte” em (1677). Non existe unha classificaçón consensuada das obras de Calderón, mas Díez Echarri e Roca Franquesa organizam-na como segue: “Tragedias”: El pintor de su deshonra; El mayor monstruo, los celos; El médico de su honra; A secreto agravio, secreta venganza. “História Nacional”: Amar después de la muerte; El príncipe constante; La niña de Gómez Arias; El alcalde de Zalamea (de feito non é histórica); El sitio de Breda. “História de outros países”: El cisma de Inglaterra; La hija del aire e La gran Cenobia. “Comedias de costumbres”: La dama duende; Casa con dos puertas mala es de guardar; Guárdate del agua mansa. “Obras palaciegas”: La banda y la flor; No siempre lo peor es cierto. “Obras mitolóxicas”: Eco y Narciso; Ni amor se libra de amor; La fiera, el rayo y la piedra; El mayor encanto, amor. “Obras filosóficas”: La vida es sueño; En esta vida todo es verdad y todo es mentira. “Obras de tema caballeresco”: El castillo de Lindabridis; La puente de Mantible. “Obras de zarzuelas”: El laurel de Apolo; La púrpura de la rosa. “Obras de entremeses”: El dragoncillo; El pésame de la viuda; Carnestolendas; La casa de los linajes. O cuidado que puxo Calderón na sua obra -muito menor em volûme que a de Lope- resulta evidente para um leitor actual. Non obstânte, há que reconhecer que a Calderón lhe faltarom a imaxinaçón e a fantasía de Lope, nunha obra como “El caballero de Olmedo”. Lope foi mais variádo no uso das suas fontes, mentras que Calderón repetíu muito as intrigas amorosas nas suas obras de costûmes. Várias das suas obras, algunhas importântes, non se diferênciam grande cousa unhas das outras: “El pintor de su deshonra” e “A secreto agravio, secreta venganza, por exemplo. Também se escrebeu muito sobre a tendência a repetir personáxes similáres em diferêntes obras, e a sua costûme para simplificar lhe saca profundidade e interesse à personáxe. O seu uso da fala é arquetípico do final do “Siglo de Oro”; tráta-se de unha linguaxem complexa. Como os heróis das obras de Tirso e Lope, os discursos dos heróis e viláns de Calderón parecem excessivamente violentos, comparados com os feitos que levam a cabo. Segundo Valbuena Prat, as personáxes de Calderón albergam virtudes e defeitos esaxerádos e desproporcionados. Os seus “dramas relixiosos” podem-se classificar entre os mais longos e xuntamente com os “autos sacramentais”: “Dramas de tema bíblico”: Los cabellos de Absalón; La sibila de Oriente; Judas Macabeo. “Dramas circunstânciais”: El gran príncipe de Fez, don Baltasar de Loyola (apoloxía dos xesuitas). “Dramas de santos”: El mágico prodigioso; Las cadenas del demonio; Los dos amantes del cielo. “Leyendas piadosas”: La devoción de la Cruz; El purgatorio de san Patricio; Origen, pérdida y restauración de la Virgen del Sagrario. A primeira é um asombroso drama de violência, crime e incesto, na qual o elemento salvador é a devoçón que Eusebio tinha pola Cruz durante toda a sua vida. Os “autos sacramentales” de Calderón non som só os piadosos interludios de alguns dos seus contemporâneos, senón que alcanzam unha estatura comparábel à das melhores criaçóns do seu teatro de maior lonxitude. Tenhem de mil a dous mil versos e utilizam imáxes muito complexas: o mundo como mercado em “El gran mercado del mundo”, ou do mundo como teatro em “El gran teatro del mundo”. Reelaborou algunhas das suas obras maiores para adaptálas como “autos sacramentáles” em “El pintor de su deshonra” e “La vida es sueño”. Os autos sacramentais podem-se dividir nas seguintes classificaçóns: “Filosóficos e teolóxicos”: La vida es sueño; El pintor de su deshonra; El gran teatro del mundo; El gran mercado del mundo; Pleito matrimonial del alma y el cuerpo; Lo que va del hombre a Dios; El veneno y la triaca. “Mitolóxicos”: Los encantos de la culpa (alegoría da comédia “El mayor encanto, amor”); El divino Orfeo; El labirinto del mundo; El divino Jasón; Andrómeda y Perseo. “Do antigo testamento”: La torre de Babilonia; El árbol del mejor fruto; Sueños hay que verdad son; Primero e segundo Isaac; La cena del rey Baltasar; Las espigas de Ruth; Mística y real Babilonia. “Do novo testamento”: El tesoro escondido; La siembra del Señor; Llamados y escogidos; El día mayor de los días; A tu prójimo como a ti. “Histórico-legendarios”: El cubo de la Almudena; La protestación de la fé; Al santo rey don Fernando (I e II partes); La devoción de la misa; A María, el corazón. “Circunstânciais”: Las órdenes militares; Los misterios de la Misa; No hay instante sin milagro. “De tema mariano”: La hidalga del valle. A selecçón anterior das obras maiores e dos autos de Calderón pode considerar-se representativa de um autor que no âmbito hispâno é comparábel a Shakespeare, tanto na variedade dos temas como na riqueza da linguáxe. Os autores que colaborarom com el forom: Rojas Zorrilla, Moreto, Cubillo de Aragón, Coello, Henríquez Gómez, Diamante, Hoz y Mota, Juan Vélez de Guevara, Matos fragoso e Ramírez de Arellano. As obras non dramáticas de Calderón, están totalmente esquecídas, excepto por E. R. Curtius, que anota a importância da “Deposición a favor de los profesores de pintura en la teoría del arte del siglo XVII”. Forom feitas muitas edicçóns das obras de Calderón, tanto das suas obras completas como de textos ailhados.
Em conclusón: do conhecimento que se refére ao interno, igual que do outro, que non chamo conhecimento senón opinión, a saber, o que se fai por meio de unións, negaçóns, comparaçóns, divisóns e outras operaçóns da mente, trataremos mais âmplamente no seu lugar, onde se pondrá de manifesto que âmbos quedam em ignorância. Mas, por agora, bástenos deixar dito algo únicamente acerca do conhecimento que temos do externo mediante os sentidos. Em este há dous meios (as vezes três ou quatro, mas, em todo caso, dous) a través dos quais se efectúa a sensaçón, segundo que o meio a produzca no seu interior ou a transmita. Mas, isto non nos vai deter agora. Um dos meios é interno: o olho. O outro, externo: o aire. ¿Será possíbel conhecer algo perfeitamente a través destes meios? De ningunha maneira, pois o que se hade conhecer perfeitamente non debe ser conhecido mediante outra cousa, senón, que debe conhecê-lo o próprio cognoscente inmediatamente e por sí mesmo. Agora bem: a substância das cousas revélase a través dos accidentes percibídos polos sentidos ou, mais bem ao contrário, oculta-se trás eles. Sobre a substância das cousas a mente é informada, ou também enganada polos faláces sentidos. Logo ¿como poderíamos saber algo perfeitamente? Xá que, segundo tú, a ciência debe versar sobre as substâncias das cousas. E dos accidentes ¿cabe acaso um conhecimento perfeito? Menos ainda! Só há unha cousa a favor: que se percíbem polos sentidos. Mas há muitas em contra: que non som quase nada, que non chegam à mente eles mesmos senón só as suas imáxes e, finalmente, que enganan muitas vezes aos sentidos. Isto debe-se à variedade na natureza, colocaçón e disposiçón, tanto do meio externo como do interno. Baste falar de um ou dous sentidos. Da vista, por exemplo, que, a pesar de exercerse por meio de órgano perfeitíssimo e de ser o mais seguro e o mais nobre dos sentidos, se engana, com tudo, muitíssimas vezes. O meio externo acostuma variar, e por isso afecta de várias maneiras ao sentido. O aire -o meio comúm- parece transmitir melhor as cousas, pois aparece desprovisto de todo color. A água representa-as doutra maneira. Estes som meios naturais. Meios artificiais há muitos: o vidro, o corno pulido, o cristal e outros semelhantes. ¿De qual deles te vas a fiar?
Um home chamado Manoeleiro foi, dunha vez, ao xogo, e tanto xogou e con tan ruín sorte, que perdeu cantos cartos tiña e tamén a capa e o cabalo. E cando acabou con todo, foise pra casa enrabeado e maldecindo da súa fada. Iba andando e, conforme camiñaba, alcontrouse cun caballero, moi ben posto, que entrou en conversa coíl e, dunha cousa na outra, perguntoulle se tiña algún desgusto ou se lle pasara algunha disgracia. E o Manoeleiro respondeulle que andaba desgustado, porque fora ao xogo e perdera canto levaba consigo. E entón o caballero quedouse plantado a mirar para il, e púxoselle: -Se eres home pra me dar unha palabra, eu douche unha baraxa pra que rescates todo o que perdiches e máis, se queres. E o Manoeleiro, que estaba cego pola perda que tivera, acetou o trato, e o outro deulle unha baraxa. E volveu coela ao xogo, e non soio rescatou o que deixara, senón que ganou moitísimo diñeiro. E cando marchaba co peto ben cheo, o caballero que lle dira a baraxa, díxolle: -O que eu prometín xa está feito. Agora ti, tes que cumprir a palabra que me diches. Goberna as cousas que teñas que gobernar e bótate polo mundo adiante, deica que alcontres o castillo de Irás e non Volverás. E despois, xá falaremos. Foise pra casa o Manoeleiro, gobernou os seus asuntos, despediuse da familia e máis dos veciños e botouse polo mundo adiante a perguntar se alguén sabía do castillo de Irás e non Volverás. Andivo moitas terras, e a poder de perguntar, sen que ninguén lle dera razón do sitio, houbo unha persoa que lle falou dun señor que era dono de meio sol, de meia lúa e de meio mundo, e que lle dixo que fora onda il a ver se sabía do castillo. Foi alá o Manoeleiro, e o señor, despois de matinar un pedazo, respondeulle que il no ouvira falar nunca de semellante castillo, máis que había outro señor que tiña un libro para chamar polas aves todas, que quizais soupera dil. E, camiñando moito, chegouse o Manoeleiro xunto de tal señor, que en canto se enterou de pra que viña, púxose a ler no libro que chamaba polas aves. Cando acabou de ler, acodiron as aves, e o señor contounas e notou que faltaba unha. Perguntoulle, así e todo, ás presentes, se sabían do castillo de Irás e non Volverás, e ningunha lle deu razón dil. E entón, díxolle ao Manoeleiro: -Hai que agardar uns días a ver se chega isa ave que falta, pois, se non morreu, non pode tardar moito. E ao cabo de tres días, apareceu a ave diante do señor que lle perguntou como fora pra tardar tanto, e ela contestoulle que viña de moi largas terras, das terras onde estaba o castillo de Irás e non Volverás. Deseguida o señor díxolle á ave se ela era valente pra levar alá ao Manoeleiro, e ela contestoulle que si, máis que coma o viaxe era moi longo, tiñana que manter todo o tempo que durara a poder de carne. O Manoeleiro acetou a condición e comprou dous bois dos máis grandes que había naquil país, mais denantes de rematar o viaxe xa os consumira a ave e, pra cumprir o tratado, ía xa o Manoeleiro a cortar un pedazo de carne das súas propias nádegas, cando a ave lle dixo que aquelo non podía ser, que agora xa estaban ao cabo do camiño e que pro que quedaba por andar, que pasaría sen nada. E cando chegaron a dar vista ao castillo, a ave, que se fixera amiga do Manoeleiro e que quería facerlle ben, díxolle: -Mira, ti vaste quedar eiquí ao pé diste tanque, ben escondido. E cando veñan bañárense as tres fillas do dono do castillo, que son mozas e moi ben parecidas, ti tes que collerlle a roupa á máis pequena e que esconderlla. E non lla volvas, a menos que che dea palabra de librarte de tódolos traballos que che ha pór o seu pai. Marchou a ave e o Manoeleiro meteuse atrás dunha peneda, e dalí a pouco chegaron as tres mozas que se espiron e metéronse na auga. E foi il, e veloulle a roupa à mais pequena, e, en canto viu que andaban a bañárense, escondeulla nun sitio retirado. E cando saíron as tres da auga, as dúas maiores colleron a súa roupa, vestíronse e fuxiron; mais a pequena, cando se fartou de buscar, berrou altamente: -Vaite, correndo, onda o meu pai e pergúntalle que traballo che dá pra mañá. Foi, e o pai díxolle que estaba sen viño pro mediodía, e que tiña, na mañá, que pór as cepas, podalas, atalas, azufralas e traguerlle o viño pro xantar. E cando soupo cal era o seu traballo, marchou onda a Blancaflor, que era como lle chamaban á rapaza, contoulle o que tiña que facer e que non sabía cómo cumprir o que lle mandaran. E entón ela sacou unha variña e dixo: -Variña: pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, vai a ise terreo, pon as cepas, átalas, azúfralas e tráeme o viño pro xantar. E o Manoeleiro, non ben a variña fixo todo, levoulle o viño ao pai de Blancaflor. E deseguida perguntoulle que traballo lle daba pro outro día, e il respondeulle que fose a un terreo, que sementase o pan, que o segase, que o mallase, que o cocese e que o trouguese pro mediodía, pois facíalle moita falta. E en canto o Manoeleiro informou á Blancaflor do traballo que lle puxeran, foi ela e mandoulle á variña: -Variña: pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, vai a ise terreo, sementa o pan, ségao, mállao, cóceo e traino pro mediodía. E pro mediodía presentouse o Manoeleiro, co pan, diante do pai da Blancaflor, e perguntoulle que traballo tiña que facer pro outro día. E il díxolle que fose a unha montaña moi alta, a máis alta que por alí había, e que fixese, sen cimentos, unha torre que non se lle dise vista. Foi o Manoeleiro contarlle o caso á Blancaflor, que colleu a variña e díxolle: -Variña pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, vai a aquil monte e fai unha torre, sen cimentos, que non se lle dea vista. E dalí a un pouco a torre estaba feita, e ao vela feita o pai, púxoselle ao Manoeleiro: -Non sei como poideches facela. Paréceme que anda a miña filla, Blancaflor, contigo. Mais o Manoeleiro respondeulle que non coñecía tal filla, e que non sabía quen era. E o pai díxolle, entón: -Eso xa o veremos.
Pra mañá vouche dar outro traballo, e quero ver como saes dil. O bisavó do meu avó, paseando un día polo meio do mare, perdeu un anel que ten que estar ainda no sitio. Vai por il e tráemo. Volveu o Manoeleiro onda Blancaflor, e cando lle contou o traballo que lle puxera o pai, díxolle ela: -É un traballo ben malo, mais hemos saír adiante. Mira, tes que ir á casa; traguer unha mesa, unha servilleta de lanzanisco, un coitelo que corte ben e unha fonte bastante grande. Despois plántasme por riba da mesa e co coitelo ródasme, como se fora unha pescada. Ao ouvir aquelo o Manoeleiro, pasmouse todo, e contestoulle que como lle había faguer un daño tan grande a unha persoa que tanto ben lle fixera. Mais a Blancaflor, botouse a rir e díxolle: -Por iso non teñas medo, que a min ningún mal me virá, e se non a fas meu pai mátate. Anda, ródame na mesa, e así que estea rodada bótame ao mare; mais ten tino que non saia sangue fóra da servilleta, porque se sai descóbrennos e somos perdidos. E o Manoeleiro fixo como lle decían, e soio ao meterlle o coitelo a primeira vez, brincou pra fóra da servilleta unha pinga de sangue. E así que a tivo rodada, puxo os cachos na fonte, recolleu o sangue na servilleta e botou todo ao mare. E dalí a un pedazo viu que saía da auga a Blancaflor enteira, co seu corpo e a sua cara e co anel na man. E soio lle faltaba a puntiña do dedo meniño, por causa da pinga de sangue que brincara para fóra da servilleta de lanzanisco. Contentouse moito o Manoeleiro ao vela, e a Blancaflor díxolle: -¿Non che dixen que non me había pasar nada? Agora xa o ves. E agora, anda, vaite á présa levarlle o anel ao meu pai, e en canto llo presentes il hache decir que ten tres fillas, que vas casar cunha delas escollida por ti, e que, pra escolleres, non lles has de ver ás tres máis que un dedo que che mostrarán polo burato dunha pechadura. E fíxate ben agora, que eu hei meter o dedo meniño porque lle falta a puntiña. E así podes escoller en min. E o Manoeleiro levoulle o anel ao pai e pasou todo como dixera a Blancaflor. E cando as tres fillas meteron os dedos polo burato da chave, il escolheu na que lle faltaba a puntiña do dedo meniño. E pasado algún tempo, casaron, e na noite do día da voda, fóronse deitar xuntos. E estando xa deitados, díxolle a Blancaflor ao Manoeleiro: -O meu pai está cheo de carraxe e vai vir logo contra de nós. Temos que fuxir e deseguida. Vou preparar eiquí nun instante o que nos fai falta e ti chégate correndo, á corte dos cabalos, que alí están dous, un do Pensamento e outro do Aire. Non te enganes. O do Aire é gordo e o do Pensamento é moi flaquiño. Fíxate ben e trai o flaquiño, que é o que nos cómpre, porque é o que corre máis. Marchou o Manoeleiro, e mentras tanto ela colleu dous pelexos de viño, preparounos moi xuntos, facendo de matrimonio cas súas cabezas arriba e depois puxo un pouco de cuspe no cabezal, pra que aquil cuspe falara por ela. E coma o cabalo xa estaba, daquela, listo, montaron os dous e botaron a correr que voaban. Mais o Manoeleiro enganárase, e en vez de iren montados no cabalo do Pensamento ían montados no do Aire. Alá pola meia-noite, o pai foise chegando ao coarto en que il coidaba que estaban os recén casados e petou na porta. E o cuspe falou, anque non moi claro, pois solo deu así como un rosmido. E dalí a pouco volveu chamar: -Blancaflor. Mais, como había menos cuspe, a resposta foi mais baixa; como se case estiveran dormidos. E o pai foi entón por un coitelo, entrou adispacio no coarto e acoitelou os dous pelexos que reventaron, deitando o viño coma se fora sangue. E crendo que quedaban mortos a Blancaflor e mais o Manoeleiro, foise onda a súa muller e díxolle: -Xa quedan mortos. Está a cama toda chea de sangue. Mais a muller, que era máis aguda que il, púxoselle: -¡Ah, burro! Que non che eran iles. Vaite á corte, correndo, e mira que cabalo levaron. Foi, e viu que levaran o do Aire. E entón il montou no do Pensamento. E a muller, berráballe: -Vaite alá, e corre a buscalos. Como o cabalo do Pensamento corría moito mais que o do Aire, axiña lle deu alcance. A Blancaflor viuno chegar, colleu moito medo e díxolle ao seu home: -Alá vén o meu pai. Se non andamos listos, somos perdidos. E sacou a variña e púxoselle: -Variña: pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, fai de min unha eirexa, do cabalo un sacristán e do meu Manoeleiro un crego pra decir a misa. Chegou o pai, e díxolle ao sancristán que estaba tocando a misa: -¿Il viu pasar por eiquí un home e unha mulher dacabalo dun cabalo? -Estoulle tocando a misa. ¿E logo, que di vostede? -¿Se viu pasar por eiquí un home e unha muller dacabalo dun cabalo? -Non lle digo iso. -¿E logo, que? -Se quere vir á misa veña, que lle está saíndo o crego. E entón o pai volveuse, e ao chegar á casa contoulle á muller o que lle pasara. E púxoselle ela: Éranche aqueles. Volve alá deseguida. Correu outra vez o pai, e, ao velo vir, dixo a Blancaflor: -Alá volve o meu pai. E colleu a variña decindo: -Variña pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, fai de min unha horta, do meu Manoeleiro os repolos e do cabalo o hortelán. E cando chegou o pai ao pé diles, perguntoulle ao hortelán:
-¿Il viu pasar por eiquí un home e unha muller dacabalo dun cabalo? -Teño boos repolos. -Non lle digo iso. Dígolle se viu pasar un home e unha muller dacabalo dun cabalo. -Se quere, véndollos, e se non déixeos. E o pai volveuse pra casa, tan incomodado que botaba lume, e contoulle á muller o que lle pasara. E a muller, púxoselle: -Éranche iles. Corre, a ver se aínda os colles. Ou senón, trai o cabalo que vou eu, que a min non me enganan. Cando a Blancaflor avistou á sua nai, díxolle ao Manoeleiro: -Agora si que somos perdidos, que vén alí a miña nai. Mais colleu a variña e mandoulle: -Variña: pola bondade que ti tes e pola virtude que Dios che deu, fai de min un río, do meu Manoeleiro unha barca e do cabalo un barqueiro. E cando a nai de Blancaflor chegou á beira do río, parouse e berrou: -¡Blancaflor! Mais vendo que o barqueiro remaba pra diante, volveu a berrar moi incomodada: -¡Ai, barqueiro! E o barqueiro remaba pra diante. Entón a nai, de enrabechada que ía, meteuse polo rio adiante; a corrente levouna e afogouse. O Manoeleiro e mais a muller, visto o que sucedera, foron pra atrás cara á casa dil, e cando chegaron cerca díxolle a Blancaflor ao seu home: -Ten moito tino que non che dían un beixo ou un abrazo, sobre todo xente da túa familia, porque se cho dan, marchouse o encanto e xa non nos coñeceremos máis. E cando chegaron ao lugar do Manoeleiro, viñeron as veciñas e os veciños aos fatos, decíndolle que xa pensaban que non volvía nunca, e todos se lle puñan diante a perguntarlle que fixera en tanto tempo e por que terras andivera. E ca xente toda veu unha tía do Manoeleiro, que por atrás chegouse a il e deulle un abrazo, decindo: -Ai, meu sobrinciño; que nunca pensei de te volver ver. E no mesmo intre quedaron desencantados, e nen a Blancaflor conheceu ao Manoeleiro nen o Manoeleiro á Blancaflor. E ela fixo unha casa no lugar e os mozos ían pretendela porque era moi boa rapaza, mais, como estaba soia, todos lle propuñan de dormiren xuntos. A Blancaflor decíalles sempre que si, e cando se ían deitar, metíase ela primeiro na cama e despois púñase faguendo como se quixera erguerse: -Ai, que deixei aberta unha ventana. Vouna pechar. E o mozo, entón, decíalle que non se erguese que el a iría pechar, e en canto lle botaba a man á ventana quedaba alí toda a noite sen se poder desenredar dela. E outras veces, despois que a Blancaflor estaba na cama, decía que ía erguerse pra arreglar unhas botellas pra tomaren unhas copas pola mañán, e o mozo decíalle que non se erguese que il iría, e en canto se chegaba ás botellas quedaba enredado coelas toda a noite. E pasaron así uns cantos, deica que chegou un que non a pretendeu pra dormiren xuntos. E trataron o casamento, e casaron. Mais como o noivo viña sendo íntimo amigo do Manoeleiro, chamouno á voda e ao acabaren de xantar trataron de que cada un había de contar os traballos que pasara na vida. E emprincipiou a Blancaflor, e en canto rematou foi o Manoeleiro e contou os seus. E resultaron seren os mesmos. E a Blancaflor, dixo: -¡Iste é o meu home! E o Manoeleiro: -¡Ista é a miña muller! E entón abrazáronse e viviron sempre os dous xuntos.
LÓPEZ CUEVILLAS, F. ; FERNÁNDEZ HERMIDA, V. ; E LORENZO FERNÁNDEZ, X. , 1936: ALDEIA DE VELLE, SEMINARIO DE ESTUDOS GALEGOS, SANTIAGO DE COMPOSTELA.
A polémica continuou e hoube unha feroz troca de acusaçóns. Em pleno duelo, aconteceu unha cousa que agravou seriamente a situaçón. Em 1655, o abade Pisté negou-se a dar a absolviçón ao duque de Liancourt pola sua ligaçón a Port-Royal. Perante este facto, que foi considerado pelos jansenistas como unha excomunhón, Arnauld respondeu com unha carta aberta na qual manifestava a indignaçón da congregaçón. Pisté encarregar-se-ia de fazer chegar o assunto aos ouvidos do confessor do rei, que acusou Arnauld e, portanto, Port-Royal, de protestantismo. A segurança de Arnauld estaba em perigo, unha vez que era procurado em París para o prenderem. De modo a fuxir desta perseguiçón, decidiu esconder-se durante algum tempo em Port-Royal; foi aí que se encontrou com Pascal, que chegara à abadia para fazer um retiro. Em 1656, o papa Alexandre VII, instigado por París, escrebeu unha nova condenaçón contra o jansenismo. Port-Royal estava ameaçado e a sua continuidade encontrava-se em perigo: as forças opositoras -Roma, os jesuítas e, agora, também o rei- tinham ido cerrando fileiras e preparavam o ataque definitivo. A intelixência de Pascal, era muito valorizada pelos seus contemporâneos e xá tinha algunha reputaçón, pelo que os irmáns Arnauld, xuntamente com a sua irmán Jacqueline, convenceram-no da necessidade de se envolver na defesa do jansenismo. Com esta finalidade, Pascal escreveu “As Provinciais”, das quais falaremos mais à frente. Em 1661, quatro anos depois da última carta provincial, a Assembleia do Clero reuniu-se e redixíu o documento antijansenista, o qual todas as congregaçóns eram obrigadas a assinar, caso non quixessem ser imediatamente proscriptas. Quando o documento chegou a Port-Royal deu-se um acalorado debate na casa dos Pascal. Os irmáns Arnauld decidiram sibscrevê-lo, mas Pascal e a irmán, como referimos anteriormente, negaram-se. Com a assignatura do documento, chegou um período conhecido como a Paz da Igrexa. Durante este tempo, os jansenistas desenvolveram as suas teorias sem encontrarem obstáculos especiais. Destaca-se, neste sentido, o trabalho realizado pelos irmáns Arnauld, mas seria a obra do teólogo Pasquier Quesnel que conseguiria dar maior amplitude e sistematizaçón à doutrina jansenista, embora também tenha sido a que propiciou a condenaçón radical do movimento: os opositores ao jansenismo leram-na com atençón, e Clemente XI condenou-a por conter proposiçóns que apelidou de herécticas. O fim de Port-Royal estaba próximo. Foi prohibida a entrada de novas noviças na abadia, e terminou tudo quando Luís XIV decidiu tomar as rédeas do assunto e declarou em 1709: “Passaremos o arado sobre Port-Royal”. Assim foi, e, sem nenhum tipo de escrúpulos, desaloxaram Port-Royal e demoliram tudo, incluindo a sua igrexa gótica e os sepulcros. Pascal morreu durante a Paz da Igrexa; por isso, non assistiu ao fim de Port-Royal. Mas ao recusar-se a assinar aquele documento, sabía que o fim do jansenismo xá estava decidido e que a única cousa que se podía fazer era aceitá-lo sem se rebaixar, o que os irmáns Arnauld non souberam ou non quixérom ver.
Apesar das vantaxens da igualdade equitativa de oportunidades, Rawls apercebe-se rapidamente das suas principais limitaçóns. Em primeiro lugar, mesmo se as medidas propostas para a sua realizaçón fossem um sucesso, continuaria a permitir-se que as barreiras naturais afectassem imerecidamente o resultado social. A igualdade equitativa de oportunidades tem como finalidade eliminar as continxências sociais, mas permite que a distribuiçón final dos lucros e da riqueza sexa determinada pola distribuiçón natural de capacidades e talentos, apesar de essa distribuiçón ser igualmente arbitrária de um ponto de vista moral. Observemos que o imerecido non é a posse do talento, mas os seus efeitos no sucesso ou no fracasso social. Non é que unha pessoa non tenha direito aos seus dotes naturais. Non tem é direito a tirar partido social deles sem respeitar as regras de reciprocidade dos princípios de xustiça. O mesmo acontece com as vantaxens sociais: a igualdade equitativa de oportunidades non pretende declarar inxusta “per se” a desigualdade social e económica, mas declarar inxusto que os indivíduos utilizem os seus priviléxios sociais para terem vantaxens no acesso aos cargos e às posiçóns relevantes, que som basicamente duas: a igual cidadania e o lugar que se ocupa na distribuiçón de rendimentos e riqueza. Trata-se, portanto, de garantir que os priviléxios sociais non alterem a igualdade de direitos políticos, sociais e económicos das pessoas nem determinem a desigualdade socioeconómica das xeraçóns seguintes; ou sexa, trata-se de evitar a desigualdade herdada, que passa de pais para filhos. Mas surxe aqui o segundo efeito da igualdade equitativa de oportunidades: a família. Enquanto existir a instituiçón da família e se respeitar a sua autonomia, será impossíbel nivelar completamente o terreno de xogo para que os talentos sobressaíam sem barreiras sociais, xá que a influênça da família na motivaçón e no desenvolvimento dos talentos dos mais xovens é evidente. Como é que Rawls resolve este contrassenso? Com o princípio de diferença.
Houbo um momento em que tivem que pôr-me a trabalhar nunha cafetaria da rua Aribau esquina da Diputaçión; alí conhecím a vários xogadores do Condal e decía-lhe “oxalá vos metan unha dozena!” Pesse ao qual, nos fixémos amigos e me queríam muito. Começabam a rir, e respondiam “anda, trai-nos água, mas que sexa de “Vichy catalán”. Esta drogaría, era unha das muitas que controlabam os amigos de Manolo Trigueros, e que me acolherom para facer-me um favor; porque “camareros” maiormente non necesitabam. E menos ainda, tán inéptos coma mím. Ao meiodía os xogadores do Condal vinham do treino, e eu servía-lhes o vermuth, mentras xogabam às máquinas tragaperras. Vinham acompanhados de Flotats, o treinador, que tinha sído meio volante do Barça, formando linha com Bosch. Este Flotats, odiádo desde o princípio, era um estirado e había que dar-lhe de comer à parte. Protestaba por tudo: polo limón velho e mûstio do vermuth, por meter os dedos no copo ó deixá-lo sobre a mesa, polo estado das ameixoas ó natural; nada lhe parecía bem. Sempre tomaba ameixoas ó natural, meia dozena, e em ocasións repetía. Um día escuitou isso de: “oxalá vos metan unha dozena” e na verdade sentou-lhe fatal. foi-se directamente ao encargado e non é que pedíra que me despediram, mas quase. Com esse fulano alí a vida era insoportábel. Assím que marchei. Os seus xogadores, tinham-me tomádo afecto e lamentarom sinceramente a minha partída; Pujol, que era um extremo ezquerdo brilhante; ou Martí Filosía, um dianteiro centro letal. E Comas, um guardarredes que chegou a internacional xuvenil. Cito a estes três, porque forom quem me deixou dinheiro para passar um mal trago. Quando, com as primeiras ganâncias de Canet, fum pagarlhes à cafetaría do chaflán Diputación-Aribau, non me quixérom cobrar. Entón, decidín convidá-los a vermuths, escásamente cargados de xinébra, a água de Vichy catalán e a ameixoas ó natural. -¡¡A todos, menos a esse -dixem!! E apuntei para o Flotats. Non lhe importou muito, a verdade sexa dita. E, acaso para foder-me a carteira, deu licença aos xogadores para consumir o que quixéram, sem abusar do “alpiste”. O trabalho daquela drogaría, pesse a tudo, tivo as suas ventáxas; graças a el adquirím certa soltura que lhe permitíu a Trigueros levarme para o hotel de Canet.
Recordemos o que aprendemos (ou deberíamos ter aprendido) na escola: suponhamos que temos um triângulo rectângulo cuxos dous catetos medem um metro cada um. Qual é o comprimento da hipotenusa desse triângulo? Pelo teorema de Pitágoras sabemos que a hipotenusa terá em tal caso um comprimento da raiz quadrada de 2 metros. Ora, este valor é o que em matemática se chama um número “irracional”; ou sexa, non se pode expressar através de nenhuma fraçón do tipo “m/n”, em que “m” e “n” som números inteiros. Non há assim, nenhuma unidade que possa servir de medida comum na comparaçón dos comprimentos da hipotenusa e dos catetos. Diz-se, por isso, que hipotenusa e cateto non som comensurábeis (apesar de os respectivos comprimentos se poderem comparar dizendo que a hipotenusa é “mais” comprida que o cateto; só non se pode determinar com exatidón precisamente quanto).
O “Libro de Alexandre”. Este poema, o mais extenso do “mester de clerecía”, posto que rebasa os dez mil versos, conservou-se em dous manuscríptos. O mais antigo, em pergaminho, de finais do século XIII ou princípios do XIV, pertencéu à biblioteca do Duque de Osuna e está guardado hoxe na Biblioteca Nacional de Madrid; alberga leonessismos na sua linguáxe e na última estrofa afirma-se que “escrevió” Juan Lorenzo de Astorga. O outro manuscrito, em papel, do século XV, conserva-se na Biblioteca Nacional de París, tem algún aragonessismo e a estrofa final atribuie-o a Gonzalo de Berceo. Esta diversa atribuiçón prantexou o complicado problema da autoría. Antes de conhecer-se o manuscripto de París, admitia-se em xeral a paternidade de Juan Lorenzo, mas, depois do descobrimento deste, o alemán Baist aceitou a atribuiçón a Gonzalo de Berceo, opinión compartída por outros investigadores, como E. Müller. Menéndez Pidal, defensor da orixem leonesa do poema, sostén a autoría de Juan Lorenzo, parecer que apoia R. I. Moll e, com certa cautela, Federico Hanssen. Mas a asignaçón a Berceo parece que non se pode defender com êxito – aparte dos problemas que apresenta a interpretaçón dos textos – dadas as profundas diferênças entre o “Alexandre” e os poemas do clérigo riojano: nada mais alonxádo do carácter, temas e estilo de Berceo, que este largo relato – profano, militar e pseudoclássico – da vida e façanhas de Alexandro de Macedónia. Berceo esquéce frequentemente os nomes latinos e gregos e confunde a miúdo os dactos xeográficos e históricos, mentras que o autor do “Alexandre” – desde os versos primeiros em que encarece a perfeiçón da sua arte; “Mester trago fermoso, non es de ioglaría…”- fazendo gala unha e outra vez da sua condiçón de clérigo e do seu extenso saber, em cuxa exhibiçón se envanece. Por outra parte, dado que o poema parece composto a começos do século, pertencería à época xuvenil de Berceo, o que fai ainda mais inverossímil a atribuiçón, pois haberíam de ser maiores as mostras da sua curta cultura, bastante limitada ainda nas suas obras autênticas, que som sem dúvida algunha posteriores. Em quanto a Juan Lorenzo parece o mais probábel que se trate de um simples copista, como o foi Per Abbat do “Cantar de Mío Cid”, opinión apoiada por Alarcos. A paternidade do “Alexandre” continúa, pois, sem resolver. Também se desconhece a data em que o “Libro” foi composto, mas aceita-se xeralmente que na primeira mitade do século XIII; Raymond S. Willis chega a remontar a data até 1201 ou 1202. Discutíu-se muito por extenso, à vista dos leonessísmos e aragonessísmos que oferecem respectivamente os dous manuscriptos conservados, quál foi o dialecto orixinal em que se escrebeu o “Alexandre?”. Alarcos Llorach, depois de estudar detidamente as diversas teorías, chega à conclusón de que o autor se servíu do dialecto castelán; as palabras que a primeira vista non parecen peculiares de Castela deben estimarse como arcaísmos precasteláns, arrinconados por aquél nos dialectos limítrofes. O poema refére – desde a sua infância até à sua morte – a vida de Alexandro Magno, que interrompe para intercalar variádos episódios, como o relato da guerra de Troia – larga disgresón em 1.688 versos -, que conta o próprio Alexandro aos seus capitáns contemplando as ruínas da cidade; o sermón satíricomoral sobre a corrupçón das costûmes; a descripçón da baixada aos infernos, etc. O autor do “Libro de Alexandre” alardeia, de unha copiosa erudiçón. Ainda que a través de compêndios e refundiçón, conhecía a Homero, a Ovidio, a Quinto Curcio e a grande número de autores – arábigos e cristáns – representativos da cultura da sua época. As fontes principais da obra som dous poemas: um latinomedieval, o “Alexandreis”, de Gualterio de Chatillon que segue à sua vez a história de Quinto Curcio, e outro francês, o “Roman d’Alexandre”, de Lambert le Tort e “Alexandro de Bernay ou de París”. Mas existem ademais outras muitas fontes secundárias de variáda procedência. García Gómez estudou os elementos arábigos incorporados polo poeta espanhol, como o invento que fai Alexandro da máquina voadora. As duas cartas em prosa de Alexandro à sua nái, que figuran incorporadas no final do manuscripto de Osuna, procedem também probabelmente de colecçóns arábigas de sentênças ou, inclúso, de versóns musulmanas da lenda alexandrina.