
O século XVII é o da revoluçón científica. Nele encontramos, de forma concatenada, grandes nomes da história da ciência que, como as suas contribuiçóns, conseguiram superar a filosofia natural de caríz aristotélico, própria da Idade Média. A concepçón de um cosmos finito fragmentado num espaço sublunar e outro estelar, herdada dos gregos, é substituída pela de um universo infinito e unitário que podemos matematizar e submeter à xeometria. Tanto a ideia de que os segredos do universo se encontram escritos em linguaxem matemática como o desenvolvimento de instrumentos que permitiram torná-lo observábel e previssíbel orixinarom unha nova relaçón com a natureza. Graças ao facto de se terem aperfeiçoado os telescópios e os microscópios como nunca, os investigadores tomarom consciência da grandiosidade do céu e da diversidade do diminuto, o que os levou a explorar teorias que situavam a Terra como um ponto insignificante que se deslocaba pelo vasto universo. A revoluçón copernicana, o recém-resgatado atomismo e as ideias de infinito e de vazio contribuíram para formar unha ciência mais productiva e imaxinativa, ao mesmo tempo que serviram também para questionar o princípio de autoridade que tinha mantido a escolástica durante séculos. Um dos factos mais admirábeis deste momento histórico é que podemos encontrar, com poucos anos de diferença, alguns dos cientistas mais conceituados que existiram. Coincidiram na mesma época algunhas das mentes mais inquietas, responsábeis pelas descobertas mais estimulantes que a humanidade veria durante muito tempo. temos as observaçóns astronómicas de Tycho Brahe (1546-1601), a concepçón materialista da realidade e o universo infinito de Giordano Bruno (1548-1600), as leis sobre os movimentos planetários de Johannes Kepler (1571-1630), a defesa do heliocentrismo e a matematizaçón da natureza de Galileu Galilei (1564-1642), as contribuiçóns para o cálculo integral, a mecânica de fluidos e a invençón do barómetro de Evanxelista Torricelli (1608-1647), a descoberta da circulaçón sanguínea de William Harvey (1578-1657), o racionalismo de René Descartes (1596-1650) e do seu crítico Pierre Gassendi (1592- 1655), o cálculo diferencial e a teoría de probabilidades de Pierre Fermat (1601-1665), até Blaise Pascal (1623-1662) com os seus estudos matemáticos e o desenvolvimento de unha calculadora mecânica, a Robert Boyle (1627-1691), o fundador da nova química, com os seus estudos sobre os gases, a Christiaan Huygens (1629-1695) e à sua teoria ondulatória da luz, ao racionalismo panteísta de Baruch de Espinosa (1632-1677) ou à descoberta da célula por Robert Hooke (1635-1703). E, xá recolhendo a herança de alguns deles, temos ainda Isaac Newton (1643-1727) com a nova física, que ilustra a sua teoria da gravidade, e também aquele que seria o seu grande concorrente no campo do cálculo infinitessimal, Gottfried Leibniz (1646-1716).
SERGI AGUILAR