
Mas, polo contrário, o conhecimento que se tem do externo mediante os sentidos é superado em certeza polo que se obtem com o que está em nós ou por nós é producído. Pois estou mais certo de que tenho apetite e vontade, de que agora estou pensando isto, de que fai pouco evitaba aquilo ou o detestaba, que de estar vendo um templo ou a Sócrates. Acabo de dizer que temos certeza de que existe na realidade o que está ou acontece em nós. Porque, em quanto ao que pensamos xulgando acerca das cousas, mediante o discurso e o raciocínio, barruntamos que é de todo ponto incerto que sexa na realidade tal como nós pensamos. Tenho eu muita mais certeza de que existe e de que é branca esta folha de papel em que escrebo, que da sua composiçón polos quatro elementos, assím como de que tais elementos se den nela em acto e de que tenha unha forma diferente à destes. Nunha palabra: se deixas a um lado, o que está em nós ou que por nós é producido, o conhecimento mais certo de todos é o que se leva a cabo por meio dos sentidos, e o mais incerto, o que se realiza mediante o discurso, pois este non é verdadeiramente conhecimento, senón tanteo, dúvida, opinión, conxectura. A partir de ahí pôn-se unha vez mais de relêbe aquilo de que non é ciência o que se obtem por meio de siloxismos, divisóns, predicaçóns e outras operaçóns semelhantes da mente. Non obstânte, se fora possíbel captar a natureza interna de cada cousa, da mesma sorte que percebemos polos sentidos, de um modo ou outro, as qualidades externas das cousas, entón poderíamos dizer de nós que sabemos na verdade. Mas ninguém – que saibámos – púido xamais fazer isto. ¡¡Logo non sabemos nada!!
FRANCISCO SÁNCHEZ