Arquivos mensuais: Xaneiro 2023

RORTY (A INVESTIGAÇÓN DEBE DAR LUGAR À CONVERSAÇÓN)

Em 1979, esse horizonte ainda non emerxe totalmente, e em boa parte de “A Filosofia e o Espelho da Natureza” prevalece unha retrospectiva de problemas que ainda som contemplados a partir do interior de unha tradiçón. Para muitos leitores, o libro parecia desmantelar a filosofia analítica, mas Rorty nunca o viu assim. Em 1982, afirmou: “xulgo que o erro do libro é que ainda levava muito a sério a empresa terapêutica de livrar-se de pseudoproblemas. Por momentos até esaxerei” O libro “non produziu nenhuma viraxem dramática nem nenhum escândalo”, nem sequer unha viraxem pragmática. Inclusivamente, o libro podería inspirar novos modos de fazer epistemoloxía. No entanto, Rorty ía mais lonxe na terceira parte do libro: “substituir” a epistemoloxía por outra cousa. Parecia antes um tubo por onde Rorty conseguia apanhar ar num ambiente fechado que cada vez se tornava mais irrespirábel. Antes de aparecer “A Filosofia e o Espelho da Natureza”, Rorty xá tinha escrito ensaios como “Superando a tradiçón: Heidegger e Dewey” (1974-1976), ou “A Metafísica de Dewey” (1975-1977), mas, surprehendentemente, a figura que acabou por emerxir nesse controverso terceiro capítulo do libro foi um epígono de Heidegger, Hans G. Gadamer. A sua obra “Verdade e Método”, publicada na Alemanha em 1960, foi traduzida para inglês em 1975 e foi bem recebida, em parte porque a filosofia europeia se lia mais em departamentos de literatura e crítica do que nos de filosofia. Pois bem, a ideia que Rorty lançou na terceira parte do libro foi que a epistemoloxía debería dar lugar à hermenêutica, ou como dizia Rorty, a “investigaçón” debe dar lugar à “conversaçón”.

RAMÓN DEL CASTILLO

HETERODOXOS HISPÂNOS (OSIO E O ARRIANISMO)

OSIO NAS SUAS RELAÇÓNS COM O ARRIANISMO, POTAMIO E FLORENCIO.

Non precisamente para vindicá-lo, que non o necesita, pois xá o fixérom outros, especialmente Flórez e o P. Miguel José de Maceda, senón polo enlazada que está a sua história com a do arrianismo, e por ser propósito nesta obra non omitir personáxe algunha que com fundamento ou sim ele tenha sído tildado de heterodoxia, vou escreber brevemente sobre o grande Osio, aproveitando tán memorábel ocasión para refrescar a memória daquel ornamento da nossa Igrexa. Varón o mais insígne que toda Hispânia producíu desde Séneca até San Isidoro. O nome de Osio (santo) é grego, mas o que o levou pertencía à raza hispanolatina, posto que no concilio Niceno tivo que explicar-se por intérpretes, segundo resulta das actas. Nasceu Osio em Córdoba, se fazemos caso ao irrecusábel testemunho de San Atanasio e ao de Simeón Metafrastes, alá polo ano de 256, posto que morreu em 357, ós cento e um anos de idade com escasa diferência. Foi electo bispo de Córdoba polos anos de 294, posto que em 355 levava sesenta de bispado, segundo San Atanasio. Confesor da fé durante a perseguiçón de Diocleciano, padeceu tormento, cuxas marcas mostraba ainda em Nicea, e foi enviado ao desterro, conforme testemunha o santo bispo de Alexandría. Da confesón fala o mesmo Osio na carta a Constancio: “Ego confessionis munus explevi, primum cum persecutio moveretur ab avo tuo Maximiano”. Asistíu depois ao concilio de Ilíberis, entre cuxas firmas vem em undécimo lugar a sua, como non levava mais de nove ou dez anos de obispado. Saíu de Hispânia, non sabemos se chamado por Constantino, a quem acompanhava em Milán o ano 313. O Imperador tinha em muita estima os seus conselhos, sobre tudo em cousas eclesiásticas, e parece indubitábel que Osio o converteu ao cristianismo e acabou por decidí-lo em favor da verdadeira relixión, pois o pagán Zósimo atribuíe a conversón do césar a um exípcio da Hispânia, debendo-se entender a palabra “exípcio” no sentido de “meigo”, sacerdote ou sábio, como a interpretan quase todos os historiadores, quem assim mesmo convenhem em identificar a Osio com o “exípcio”, por non saber-se de outro catequista hispâno que seguíse a corte de Constantino naquela data. Levantou-se polo mesmo tempo em Àfrica a herexía dos donatistas, sustentada pola hispâna Lucila, de quem darei notícia em párrafo aparte. Desbancarom aqueles sectários ao bispo de Cartago Ceciliano, acusando-o de “traditor”, é dizer, de haber entregando aos xentís durante a última perseguiçón os libros sagrados, e elixírom anticanónicamente a Mayorino. Chegou o cisma a ouvidos do papa Melquiades, quem, chamando a Roma a Ceciliano com doze dos seus e outros tantos donatistas, pronuncíou sentênça em favor do lexítimo bispo, prévia consulta a três preládos das Galias e a quince italianos (313). Apelarom os donatistas, e forom condenados de novo o ano seguínte, e recorrerom a Constantino, o qual, lonxe de ouvílos, os ameazou com rigores. Vingaronse estes, acusando a Osio, conselheiro do Imperador, e ao papa Melquiades de “traditores”, partidários e cúmplices de Ceciliano. Mas xá dixo Santo Agostinho, no salmo “Contra Donatistas”: “Sed hoc libenter finxerunt quod se noverunt fecisse, quia fama iam loquebatur de librorum traditione, sed qui fecerunt latebant in illa perditione: inde alios infamaverunt ut se ipsos possint celare. De sorte que o crime estaba de parte dos Donatistas. Decían de Osio que tinha sído convicto de “tradición” polos bispos hispânicos e absolvídos polos das Galias, e que el era o instigador de Constantino contra os da facçón de Donato. Santo Agostinho declara calumniosas ambas acusaçóns, e na verdade que rifam com tudo o que sabemos da perseguiçón sufrída por Osio; sendo ademais de advertir que os seus enemigos, os arrianos, nunca repetirom o cargo formulado polos donatistas. Em ponto ao seu proceder com estes sectários, Santo Agostinho adverte que Osio torceu “in leniorem partem” o ânimo do Imperador, enoxádo com as cabezas e fautores do cisma.

MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO

HERÓDOTO (HISTÓRIAS)

“Em seguida, visto que Aliates se negava a entregar os “Citas” que Ciaxares reclamava, estalou entre Lídios e Medos unha guerra de cinco anos, no decurso da qual muitas vezes os Medos venceram os Lídios e estes muitas outras os seus opositores. Unha vez realizaram até unha batalha nocturna. Prosseguiam eles a guerra com sorte igual durante o sexto ano, quando aconteceu, que, empenhados em pleno combate, de súbito o dia se fez noite. Unha tal alteraçón do dia tinha-a previsto aos Xónios Tales Milésio que indicara como limite o ano em que, efectivamente, esse fenómeno aconteceu. Mas os Lídios, bem como os Medos, quando viram o dia fazer-se noite, cessarom o combate e ambos se empenharom com mais dilixência em concluir a paz. E quem os reconciliou foi Siénesis da Cilícia e Labineto da Babilónia. Eles non só se empenharom em que fizessem o xuramento do pacto, mas ligarom-nos também polos laços do casamento: resolverom pois que Aliates desse a sua filha Aríenis a Astíages, filho de Ciaxares. Xá que, sem unha forte obrigaçón, os convénios non acostuman a permanecer em vigor. As cerimónias dos xuramentos que estes povos executam som semelhantes às dos Helenos, mas também ainda, depois de fazerem incisóns superficiais nos braços, o sangue um do outro.”

HERÓDOTO, HISTÓRIAS – LIBRO I, EDIÇOES 70, LISBOA, 2015.

POETAS DA TERRA (FERMÍN BOUZA BREY)

NO CEMITERIO DE CORTEGADA DE MIÑO

Ben vin o gaio

do corpo labrado

na póla do pino delgado.

.

Ben vino o gaio

do peito chorido

na galla do pino brandido.

.

-“Ben haxas, gaio,

co teu cantorío,

que eisí labras o meu rechouchío…”

.

-“Ben haxas, gaio,

co teu leixaprém,

que eisí me brandeas o peito tamén…”

.

Ben vexo ao gaio

do bico amaranto

na maceira brava do campo santo.

.

Ben vexo ao gaio

co seu peteirar

orballada de frores ceibar

.

-“Ben haxas, gaio,

co teu abaneo,

que eisí compres as mandas do Ceo…”

.

-“Ben haxas, gaio,

ca túa depena,

que eisí me decoras a campa da Nena!…”

.

FERMÍN BOUZA BREY

LOCKE (A REVOLUÇÓN CIENTÍFICA)

O século XVII é o da revoluçón científica. Nele encontramos, de forma concatenada, grandes nomes da história da ciência que, como as suas contribuiçóns, conseguiram superar a filosofia natural de caríz aristotélico, própria da Idade Média. A concepçón de um cosmos finito fragmentado num espaço sublunar e outro estelar, herdada dos gregos, é substituída pela de um universo infinito e unitário que podemos matematizar e submeter à xeometria. Tanto a ideia de que os segredos do universo se encontram escritos em linguaxem matemática como o desenvolvimento de instrumentos que permitiram torná-lo observábel e previssíbel orixinarom unha nova relaçón com a natureza. Graças ao facto de se terem aperfeiçoado os telescópios e os microscópios como nunca, os investigadores tomarom consciência da grandiosidade do céu e da diversidade do diminuto, o que os levou a explorar teorias que situavam a Terra como um ponto insignificante que se deslocaba pelo vasto universo. A revoluçón copernicana, o recém-resgatado atomismo e as ideias de infinito e de vazio contribuíram para formar unha ciência mais productiva e imaxinativa, ao mesmo tempo que serviram também para questionar o princípio de autoridade que tinha mantido a escolástica durante séculos. Um dos factos mais admirábeis deste momento histórico é que podemos encontrar, com poucos anos de diferença, alguns dos cientistas mais conceituados que existiram. Coincidiram na mesma época algunhas das mentes mais inquietas, responsábeis pelas descobertas mais estimulantes que a humanidade veria durante muito tempo. temos as observaçóns astronómicas de Tycho Brahe (1546-1601), a concepçón materialista da realidade e o universo infinito de Giordano Bruno (1548-1600), as leis sobre os movimentos planetários de Johannes Kepler (1571-1630), a defesa do heliocentrismo e a matematizaçón da natureza de Galileu Galilei (1564-1642), as contribuiçóns para o cálculo integral, a mecânica de fluidos e a invençón do barómetro de Evanxelista Torricelli (1608-1647), a descoberta da circulaçón sanguínea de William Harvey (1578-1657), o racionalismo de René Descartes (1596-1650) e do seu crítico Pierre Gassendi (1592- 1655), o cálculo diferencial e a teoría de probabilidades de Pierre Fermat (1601-1665), até Blaise Pascal (1623-1662) com os seus estudos matemáticos e o desenvolvimento de unha calculadora mecânica, a Robert Boyle (1627-1691), o fundador da nova química, com os seus estudos sobre os gases, a Christiaan Huygens (1629-1695) e à sua teoria ondulatória da luz, ao racionalismo panteísta de Baruch de Espinosa (1632-1677) ou à descoberta da célula por Robert Hooke (1635-1703). E, xá recolhendo a herança de alguns deles, temos ainda Isaac Newton (1643-1727) com a nova física, que ilustra a sua teoria da gravidade, e também aquele que seria o seu grande concorrente no campo do cálculo infinitessimal, Gottfried Leibniz (1646-1716).

SERGI AGUILAR

¿POR QUÉ EXISTE UM UNIVERSO E POR QUÉ É COMO É? (FI-64)

Segundo a tribu dos Boshongo da África central, no início só había obscuridade, água e o grande deus Bumba. Um dia, Bumba, nunha dor de estômago, vomitou o Sol. Transcorrido um tempo, o Sol secou parte da água e deixou ao descoberto terra firme, mas Bumba todavía padecía a dor e vomitou mais cousas: a Lua, as estrelas e algúns animais: o leopardo, o cocodrilo, a tartaruga e, finalmente, o home. Os maias de México e América Central falan de unha época semelhante antes da criaçón, quando tudo o que existía era o mar, o céu e “El Hacedor”. Na lenda maia, o Hacedor, entristecido porque ninguém o adoraba, criou a terra, as montanhas, as árbores e a maioría de animais. Mas, como os animais non podíam falar, decidíu criar os humanos. Primeiro fixo-os de barro, mas so decíam cousas sem sentido. Deixou que se desfixéram e intentou de novo, fazendo-os agora de madeira, mas essa xente era muito torpe. Decidíu destruílos, mas escaparom para a selva, sufrindo sucessivos danos ao largo da sua carreira, transformando-se em macacos. Depois deste fracaso, El Hacedor finalmente encontrou a fórmula que funcionou, e construíu os primeiros humanos com milho verde, branco e amarelo. Actualmente fazemos etanol com milho verde, mas ainda non conseguímos repetir o fito de El Hacedor, de construir xente que o beba. Mitos da criaçón como estes intentam dar resposta às perguntas que nos formulamos neste libro. ¿Por qué existe um universo e por qué o universo é como é? A nossa capacidade de tratar tais questóns foi crescendo ao largo dos séculos, desde os antigos gregos e de maneira mais profunda no último século. Pertrechados com as bases proporcionadas polos capítulos anteriores, estamos em disposiçón de oferecer unha possíbel resposta a estas perguntas. Unha cousa que resultou evidente incluso em tempos muito primitivos foi que, ou bem o universo é unha criaçón muito recente, ou bem os humanos só existirom durante um pequeno lápso de tempo na história do universo. Isto é assim, porque a espécie humana foi melhorando (ou empiorando), de forma tán rápida em conhecimentos e tecnoloxía que, se a xente tivéra estádo aquí durante milhóns de anos, a nossa espécie estaría muito mais avanzada nas suas destrezas e conhecimentos (isto, sempre que os avances foram num sentido positivo, cousa que está bem lonxe de ser assim).

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

VOLTAIRE (OS SERÁNS DE FERNEY)

Voltaire preocupa-se com o cultivo das terras, supervisiona a plantaçón das árbores, o cuidado do vasto xardim e, enquanto continua a emprestar dinheiro a príncipes alemáns e nobres franceses com elevados xuros, emprega artesáns especialistas em seda e renda, xuntamente com os xá referidos reloxeiros xenebrinos, que após conflíctos com os seus patróns, decidem trabalhar para o senhor de Ferney, que promove a venda dos relóxios em todas as cortes europeias. Também considera que tem o deber de amparar os moradores da comarca, na qual non deixa de ter certos direitos senhoriais. De facto, protexe-os de um modo quixotesco, o que faz com que tenha sérias disputas com o bispo e com outras autoridades locais. O xá mencionado historiador britânico Gibbon descrebe um dos seráns de Ferney, mais concretamente um em que se representa “O Órfan da China”, com Voltaire e a sobrinha nos papéis principais: “Talvez” – escrebe Gibbon – “eu estivesse demasiado perplexo perante a ridícula figura de Voltaire, xá septuaxenário, a fazer de conquistador tártaro com voz profunda e roufenha, a cortexar unha sobrinha realmente horríbel com cerca de 50 anos. A peça começou às oito e acabou às onze e meia. Todos forom convidados a quedar. Por volta da meia-noite, sentámo-nos diante de unha elegante mesa com cerca de cem talheres. O xantar terminou às duas, toda a xente dançou até às quatro; quando xá non aguentávamos mais, metemo-nos nas nossas carruaxens e regressámos a Xenebra quando estavam a abrir as portas da cidade”. “Diz-me” – desafia Gibbon à sua madrasta – “se conheces outro poeta, na história ou na lenda, que aos setenta anos tenha representado as suas próprias peças e tenha concluído a cena com um xantar e um baile para cem pessoas. Acho que esta última questón é a mais extraordinária das duas”. O escoçês James Boswell, o futuro biógrafo do doutor Samuel Johnson, também visita Ferney. Primeiro é informado de que Voltaire está doente e de que non pode recebê-lo por estar acamado. Na verdade, levanta-se sete ou oito vezes por dia e acaba por travar brilhantes conversas com um Boswell desconcertado perante a vigorosa vitalidade do seu anfitrión, bem como perante o ambiente hospitaleiro que reina no castelo.

ROBERTO R. ARAMAYO

ESCRITORES HISPÂNOS (FERNANDO CALDERÓN)

CALDERÓN, Fernando (Guadalajara, México, 1809-1845). Autor teatral e poeta mexicano. Afiliou-se ao partido liberal e foi logo perseguído e posteriormente elevado à alcaldia de Zacatecas. É um poeta imitativo, como nos poemas em que se serve do romantismo mais temperán para expressar imaxinárias penas amorosas. Non obstânte, as suas “Obras poéticas” (1844) forom reimpressas muitas vezes. Destacou como autor teatral, especialmente em “A ninguna de las tres” (1854), que foi unha réplica a “Marcela” ou ” ¿Cuál de las tres? de Bretón de los Herreros. Nela satirizou a manía de copiar tudo o procedente da França, a hipocrisía política e a deficiente educaçón das mulheres no mundo hispâno. Escrebeu também o drama em cinco actos “Ana Bolena” (1854), “Hernán, o la vuelta del Cruzado” (1854), a obra em quatro actos com reminiscências cabaleirescas “El torneo” (1865), a traxédia neoclássica “Muerte de Virginia por la libertad de Roma” (1882), em verso, e a comédia em prosa “Los políticos del día” (Zacatecas, 1883). Considerado o melhor autor teatral mexicano da sua época. Tivo grande êxito na escena, ainda que como poeta foi menor. Manexou com maestría a construçón dramática nas suas obras, assim como o diálogo, a intensidade da trama e outras técnicas. Em 1959 Francisco Monterde publicou “Dramas y poesías” (México).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (BARTOLOMÉ CAIRASCO DE FIGUEROA)

CAIRASCO DE FIGUEROA, Bartolomé (Gran Canaria, 1540). Poeta, autor teatral e canónigo da Catedral de Las Palmas. Escrebeu um longo poema de cinco mil oitavas, “Templo de la Iglesia militante o Flos sanctorum” (Lisboa, 1612, três volûmes). A. Castro seleccionou algunhas das suas “Definiciones poéticas morales y cristianas” para a BAE (1857, vol. XLII).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (BEATO DIEGO JOSÉ DE CÁDIZ)

CÁDIZ, Beato Diego José de (Cádiz, 1743-1801). Nome relixioso do capuchino José Caamaño García Texero. O seu estilo fixo-se muito popular no seu tempo pola sua sinxeleza e o seu alonxamento tanto do conceptismo como do culteranismo, considerados indispensábeis até nos sermóns. Das suas obras mais conhecidas citaremos “Afectos de un pecador arrepentido” (Barcelona, 1776) e o seu ataque às obras teatrais, “Dictamen sobre asunto de comedias y bailes” (Pamplona, 1790).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JOSÉ CADALSO Y VÁZQUEZ)

CADALSO Y VÁZQUEZ, José (Cádiz, 1741 – 1782). Poeta e autor de sátiras. Foi, com Jovellanos, unha das figuras literárias mais importântes do século XVIII, herdeiro do desengano de Quevedo e de Gracián. Estudou no coléxio dos Xesuitas em Cádiz e aprendeu inglês, francês, alemán e italiano nos seus frequentes viáxes por Europa. Regressou a Madrid em 1758. Combateu na campanha portuguesa de 1762 e foi nomeado cabaleiro da Ordem de Santiago de Espada em 1766; nesse mesmo ano conheceu a Jovellanos. Exilou-se em 1768 por ser o suposto autor de um manuscrípto que ofendía a honra de várias damas da corte: o “Calendario manual”. Durante os dous anos seguintes escrebeu desde o seu desterro de Aragón os poemas reunídos em “Ocios de mi juventud” (Salamanca, 1773), os melhores do libro forom ecrítos na honra “Filis”, a actríz María Ignácia Ibáñez, que representou a personáxe de Dona Ava na traxédia de Cadalso “Don Sancho García” em Xaneiro de 1771. Cadalso amou a Ibáñez até à sua morte em Abril de 1771. Durante o ano seguinte acudíu pontualmente à tertúlia da “Fonda de San Sebastián” em Madrid e publicou “Los eruditos a la violeta y el suplemento”, sátira sobre a falsa sabedoría dos pedantes, que sem apenas saber ler e sem minimamente estudos, querem opinar de tudo e o fán com pretensóns. O libro está estructurado a partir de unhas “Lecciones” de poesía, filosofía, leis, matemáticas e outros temas. O grande êxito da sátira, levou-o a escreber “Un buen militar a la violeta” (1790). Passou parte dos anos 1773-1774 em Salamanca, onde conheceu a Juan Meléndez Valdés. Nesse lápso escrebeu as suas melhores obras, “Cartas marruecas” (1793), e “Noches lúgubres” (1798), que apareceron por entregas no “Correo de Madrid” (1789-1790). Foi ascendido a coronel em 1782 e quinze dias depois morreu no sítio de Gibraltar. A história amorosa de Cadalso, o seu activo patriotismo, o seu atrevimento crítico frente às intituiçóns hipócritas encumbram-no a unha figura imprescindíbel do prerromantismo espanhol.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (GUILLERMO CABRERA INFANTE)

CABRERA INFANTE, Guillermo (1929). Novelista, contista, guionista e crítico de cinema cubano. As suas críticas publicaron-se reunidas em “Un oficio del siglo XX” (1963). Em 1959 fundou “Lunes”, suplemento semanal do diário “Revolución” que se publicou até que foi prohibido em 1961. Ingresou no serviço diplomático, do qual foi cesado em 1965. O seu libro de contos basado no período do dictador Baptista foi publicado em “Así en la paz como en la guerra” e traducído ó francês, polaco, italiano e outros idiomas. Com a novela “Tres tristes tigres” ganhou em 1964 o “Premio Biblioteca Breve”. A versón non censurada desta obra non se editou até 1967. Aparentemente, a obra é unha espécie de guía da vida nocturna de La Habana, mas o verdadeiro protagonista é a linguáxe, cheia de experiências, neoloxísmos, associaçóns fonéticas, palabras inventadas e intelixência. Cabrera Infante narra neste libro a decadência do seu país na etapa prerrevolucionária. Vive em Londres e foi privado da nacionalidade cubana. Em 1975 publicou “Vista del amanecer en el trópico y O”; e em 1980, “Habana para un infante difunto”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (LUIS CABRERA DE CÓRDOBA)

CABRERA DE CÓRDOBA, Luis (Madrid, 1559-1623). Historiador, Cortesán que tomou parte na Armada Invencíbel. A sua obra mais importante foi “Biografía de Felipe II, rey de España” (I, 1619; II, 1876-1877, quatro volûmes), que foi a fonte da importante obra teatral de Pérez de Montalbán, “El segundo Séneca de España”. O melhor da sua obra foi a precisón e a brevidade, mas o seu estilo resulta a miúdo ilexíbel: os capítulos non tenhem unha estructuraçón lóxica e isto dificulta a comprehensón dos complexos feitos que narra. Ao parecer, non practicou o que predicaba no seu manual “De historia, para entenderla y escribirla” (1611). Um estudo relativamente menos importante, ainda que com notabeis dactos, é “Relaciones de las cosas sucedidas en la Corte de España, desde 1599 hasta 1614” (1857).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MANUEL DEL CABRAL)

CABRAL, Manuel del (Santiago de los Caballeros, 1907). É o poeta dominicano mais importânte deste século. A pesar de que os seus primeiros libros forom publicados durante a dictadura de Trujillo (1930-1961), a sua poesía reivindicou aos negros e aos mulatos antillanos e denunciou as inxustiças que padecen, A sua poesía última benefícia-se de unha maior amplitude temática e de unha actitude tolerante respeito da sociedade que lle tocou viver e el amor, que el divide em quatro categorías: sexual, literário, romântico e metafísico. A sua gama de expressón resulta tán âmpla como a sua temática. A sua “Antoloxía tierra” (Madrid, 1949) incluie poemas publicados em “Pilón” (1931), “Color de agua” (1932), “Doce poemas negros” (1935), “Biografía de un silencio” (1940), “Trópico negro” (1942), “Compadre Mon” (1943), “Sangre mayor” (1945), e “De este lado del mar” (1949). “La Antología clave, 1930-1956” (1957) selecciona poemas de outros libros: “Los huéspedes secretos” (1951), “Sexo y alma” (1956) e “Dos cantos continentales y unos temas eternos” (1956). Desde entón publicou unha autobiografía, “História de mi voz” (Santiago de Chile, 1964), que revela a elaboraçón interna das obras de um grande poeta. “Pedrada planetaria” (1958), “Carta para un fósforo no usado y otras cartas” (1958), “Catorce mudos de amor” (1962), “La isla ofendida” (1965) e “Los anti-tiempo” (1967). Também escrebeu dous volûmes de poemas em prosa: “30 parábolas” (1956) e “Chinchina busca el tiempo” (1945), ademais da novela “El presidente negro” (1973).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MERCEDES CABELLO DE CARBONERA)

CABELLO DE CARBONERA, Mercedes (Moquegua, 1845-1907). Novelista peruana. Foi membro da tertulia de Juana María Gorriti em Lima e escritora de “escandalosa reputaçón e grande talento” segundo V. García Calderón, As suas três primeiras novelas forom: “Los amores de Hortensia” (1888), “Sacrificio y recompensa” e “Eleodora” (1886 e 1887, respectivamente), todas igualmente insípidas e sentimentais. “Blanca Sol” (1889), em câmbio, foi a primeira novela naturalista escrita no Perú; na qual se analisam os vicios e a hipocresía da alta sociedade peruana. “Las consecuencias” (1890) ataca o vicio do xogo, agora num escenário rural. A sua última novela, “El conspirador: autobiografía de un hombre público” (1892), som as memórias fictícias de um xefe de partido que é atraiçoado polos seus amigos e logo encarcerado. “La novela moderna” (1892) reimprimíu-se em 1948.

OXFORD