
É assinalábel que Kant non estivesse obcecado com a ideia de publicar nem de ir aumentando um currículo de obras, que era o que impunha, como agora, embora non tanto, o sistema de promoçón universitário: o número de itens publicados como critério de mérito. Muito polo contrário, Kant publicava só quando tinha algo substâncial com que contribuir para o campo do conhecimento. Meditava longamente nas questóns científicas e filosóficas, sem se deixar acossar nem angustiar por prazos, e non dava as suas exposiçóns a imprimir sem antes considerar que as tinha examinado a fundo. Contudo, non foi pouco o que publicou. Citemos os mais destacados desses trabalhos científicos iniciais, de títulos eloquentes: “Pensamentos sobre o Verdadeiro Valor das Forças Vivas” (1747: física pura), “A Terra Sofreu Algumas Modificaçóns no seu Movimento de Rotaçón desde a Orixem” (1754), “A Terra Envelhece? Pesquisa Feita do Ponto de Vista Físico” (1754), “História Geral da Natureza e Teoria do Céu” (1755: sobre a orixem do sistema solar a partir de unha massa nebular mediante processos puramente mecânicos “hipótese nebular”), “Novas Observaçóns sobre a Teoria dos ventos” (1756), “Novo Conceito do Movimento e do Repouso” (1758)… Segue-se unha segunda etapa, ainda pré-crítica, em que abandona os anteriores temas científicos para abordar questóns de metafísica, inicialmente a partir de unha perspectiva racionalista (Leibniz-Wolff) que, com os anos, se vai debilitando e diluindo. Nestes textos pré-críticos temos de observar o paulatino mas incessante afastamento dos postulados racionalistas e unha crescente insatisfaçón com os princípios tradicionais da filosofia. Da constataçón das suas insuficiências ván emerxindo diversas intuiçóns e ideias que, inicialmente desconexas, se ván aperfeiçoando lentamente. De 1770 a 1781, Kant passará doze anos a analisar a fundo e a resolver os problemas que ele próprio, com a axuda de Hume, tinha assinalado na filosofia anterior. Chegamos assim à fase crítica. Em rápida sucessón som publicados a “Crítica da Razón Pura” (primeira ediçón, 1781; segunda, muito revissáda, 1787: teoria do conhecimento e metafísica), a “Crítica da Razón Práctica” (1788: ética) e a “Crítica do Xuízo” (1790: estéctica e teleoloxia). Intercaladas entre elas, duas obras de igual importância que as complementam e, no segundo caso, ampliam e melhoram: “Prolegómenos a Toda a Metafísica Futura” (1783) e “Fundamentaçón da Metafísica dos Costumes” (1785); o bloco crítico encerra com a “Metafísica dos Costumes” (1797). Ficam de fora do núcleo duro da filosofia crítica, embora tratem de temas essenciais de história, política, antropoloxia e educaçón: “Ideia de unha História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita” (1784), “O que é o Iluminismo?” (1784), “A Relixión nos Limites da Simples Razón” (1793), “A Paz Perpéctua” (1795), “Antropoloxia em Sentido Pragmático” (1798) e “O Conflicto das Faculdades” (1798). Posteriormente seria publicada, com a aprovaçón de Kant, a transcripçón de alguns dos cursos que leccionou: “Lóxica” (1800) e “Xeografia Física e Pedagoxia” (1800).
JOAN SOLÉ