Arquivos diarios: 23/04/2022

(AUGUSTINUS A OBRA FUNDAMENTAL DO JANSENISMO)

Tanto os escritos como as declaraçóns de Cornelius Jansenius desta época colocaram-no no centro das atençóns da Inquisiçón, que, com o obxectivo de se xustificar, instou-o a ir a Madrid para ser interrogado. Teve de visitar Espanha em duas ocasións, unha em 1624 e outra em 1626, e na segunda livrou-se por pouco de unha condenaçón. Apesar de estar nunha situaçón delicada, quando regressou a lovaina escrebeu e declarou que a Bélxica se devia librar do xugo espanhol, opinión que lhe valeu unha nova chamada de atençón. Jansenius, tomando consciência do perigo que corria, fez unha manobra para acabar com as suspeitas escrebeu “Mars Gallicus”, um texto no qual criticava as ambiçóns territorias da França – entón inimiga da Espanha – e acusava Richelieu de ser o seu principal instigador. Madrid gostou do texto, mas este trouxe-lhe inimizades em França. Em 1636, foi nomeado bispo da cidade belga de Ypres e, desde essa data até à sua morte, em 1638, dedicou-se a preparar a sua grande obra relixiosa, a base sobre a qual o jansenismo se desenvolveu. O texto foi publicado postumamente, em 1640, com o título de “Augustinus”. A capa com a qual foi para a gráfica ilustra bem aquilo que Jansenius pretendia: aparecem os Padres da Igrexa, e Santo Agostinho no meio, com o coraçón de Jesus flamexante na mán, pisando os frades que se tinham afastado da ortodoxia com as suas propostas de reformar a Igrexa. Non é de descartar que os frades pisados fossem os xesuítas.

GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE