BERGSON (CURSOS COM PLENA LIBERDADE PERANTE UM PÚBLICO ADULTO)

Pola primeira vez na sua carreira, Bergson tem luz verde para preparar os seus cursos com plena liberdade perante um público adulto, e non irá desiludir. Cada ano é unha aventura diferente: “História da ideia de tempo”, “Evoluçón do problema da liberdade”, “Teorias da memória”, “O problema da personalidade…”, alêm do comentário de textos clássicos de Berkeley, Espinosa, Leibniz, Plotino ou Aristóteles. Terá inclusive tempo para saldar contas com o seu repudiado Spencer. Durante estes anos, os seus cursos serán vistos por muitos como a culminaçón do sistema educativo republicano: o rigor acumulado por xeraçóns de mestres posto à disposiçón do talento cuidadosamente seleccionado. A síntese perfeita de tradiçón e inovaçón, da instituiçón pública e do xénio individual. O que dizer deles hoxe? Sobreviveram à inexorábel passaxem dos anos? O certo é que, alêm da simpatia que professemos polo autor, cada curso constitui, pola sua combinaçón de clareza e profundidade, unha valiosa descoberta para qualquer amante da filosofia, e só podemos lamentar que muitos permaneçam inéditos ou se tenham perdido para sempre. Resta, polo menos, o consolo de que algo deles nos chegou, catalisado, através das obras de alguns dos seus xovens assistentes: os poetas Antonio Machado e T. S. Eliot, os historiadores da filosofia Émile Bréhier e Étienne Gilson, os filósofos Jean Wahl e Jacques Maritain ou o escritor Charles Péguy, entre muitos outros. Muitíssimos, de facto, pois o êxito foi impressionante. Ao longo de mais de unha década, as suas aulas das sextas à tarde transformam-se em fervedouros mundanos e eventos sociais. Xuntamente com os sisudos estudantes começa a amontoar-se a alta sociedade. Atentemos nunha queixa perante a torrente de ramos de flores: “som um professor, non unha bailarina”. Com a fama chega, non obstânte, a invexa, e os seus detractores mais frustrados atiram-lhe à cara a elevada presença femenina num tempo em que o acesso da mulher à cultura era ainda rara: “unha filosofia para damas”, pode ler-se com óbvia mordacidade patriarcal. Para o êxito destes anos, coroado por conferências na Gran-Bretanha e nos Estados Unidos, contribuem três publicaçóns sucessivas de relevância ascendente: “O Riso” (1900), a “Introduçón à Metafísica” (1903) e o seu terceiro grande libro, “A Evoluçón Criadora” (1907), que surxe perante um público rendido e que confirmará o bergsonismo como um fenómeno de alcance mundial.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

Deixar un comentario