Arquivos diarios: 20/03/2022

PLOTINO (UM AMOR POLA FILOSOFIA)

Compreensivelmente, Plotino apoiou-se, no início, nas doutrinas e no estilo de exposiçón de Amónio Sacas. Xá nunha segunda etapa, por volta do ano 253, começóu a voar e distanciou-se do mestre, segundo ratifica Longino, um importânte estudioso da época que, embora fosse muito crítico para com Plotino (considerava-se seu rival), non teve outro remédio senón reconhecer a originalidade e ambiçón do alexandrino e do seu discípulo Amélio (braço direito do mestre antes da chegada de Porfírio): “Longino reconheceu entón que Plotino e Amélio se destacavam sobre todos os seus contemporâneos pola quantidade de problemas abordados, e que estes mais que ninguém usaram um método orixinal de especulaçón filosófica”. Na sua segunda etapa, xá na casa dos cinquenta, Plotino destaca-se non xá apenas como mestre, mas como escritor de tratados filosóficos. Os seus escritos, que podemos ler na íntegra, reflectem um sistema completo (como é habitual em filosofia) com a inestimábel axuda de unha série de alunos brilhantes que, como Porfírio, lhe esixem precisón sobre zonas confusas da doutrina. Em linhas xerais, sabemos que a filosofia de Plotino se caracterizou por unha desconfiança face ao platonismo académico (xá muito artificialmente sistematizado e desvalorizado em relaçón ao Platón orixinal) que era lecionado em Alexandria e Atenas. Plotino procura, por isso, superar esse academicismo enquistado, o que, curiosamente, o aproxima dos cristáns do seu tempo. Estes, segundo Porfírio, defendiam que “Platón non tinha explorado as profundidades da Essência intelixível”, afirmaçón de que Plotino acabaria por se apropriar com a sua revisón da teoria das Ideias. Para o filósofo alexandrino, o platonismo de escola xá non conseguia fornecer soluçóns para os problemas da sua época, caracterizada por unha espiritualidade no seu apoxeu e unha procura de refúxio xá non na razón ou na condiçón política do ser humano, mas na sua condiçón “divina”. É verdade que o cristianismo, aos seus olhos, tratava esses problemas, mas, segundo el, as soluçóns que fornecia -como a chegada histórica de um messias ou o criacionismo do mundo a partir do nada- non eram satisfactórias. Para Plotino, era necessário competir com a nova e puxante visón cristán do mundo, reivindicando a superioridade conceptual da tradiçón filosófica grega.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO