
Qual terá sido o primeiro xérmen de toda a tradiçón? Com que elementos se foi alimentando depois, até se fixar provisoriamente, por exemplo, no grande esquema formal em que Kant consegue embutir a ciência galileano-newtoniana da natureza? Non será cada “paradigma” em epistemoloxia um elo na cadeia das evoluçóns históricas das molduras conceptuais? Non serán, entón, elas próprias simples “conxecturas” que a nossa atrevida imaxinaçón, estimulada, sem dúvida, polo afán da adaptaçón óptima ao meio, lança sobre os cada vez mais vazios “conteúdos primários”, ou sexa, sobre o texto do próprio mundo? Gadamer incorreu na confusón (herdada de Heidegger) do saber hermenêutico com a prudênça (a “phrónesis” dos clássicos gregos e, em especial, de Aristóteles). As “cousas mesmas” xá quase non som aqui mais do que nós de sentido histórico, no meio de tradiçóns cada vez mais converxentes. O xogo esexético é realmente o mesmo, quase o mesmo, quando enfrento a leitura do mundo, quando enfrento a leitura dos restantes homes, quando enfrento a leitura de mim próprio; mas também se trata do mesmo xogo quando a interpretaçón se refere a um texto, a unha obra de arte qualquer e, em xeral, a Deus ou aos “deveres morais” e, porque non, às mesmas “verdades eternas” das quais falámos acima. Quase non seria possíbel reconhecer nenhum espaço para as velhas (caducas, apesar do testemunho de um Husserl?) virtudes intelectuais da “ciência, da intelixência e da sabedoria”. Xá non existe espaço senón para a técnica e a “prudência”. A prudência com que aproveitamos a “tradiçón eterna” non será, xamais, utopia nem ucronia. Xá o observámos. A revoluçón, o messianismo, a redençón, a relixión de inspiraçón ética e a moral que se rebela “efectivamente e non em ván” contra a tradiçón enraizada (com “chán firme” sob as prantas, como Heidegger gostava de dizer: “bodenständig”) têm de ficar, antes, do lado do “fantasma devastador” da técnica. Dele están o liberalismo, o cosmopolitismo, a ciência moderna, a democracia universalizada, o monoteísmo ético e supranacional, o platonismo, o socratismo… definitivamente, todos os ovos de todos os basiliscos.
MIGUEL GARCÍA-BARÓ