AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (117)

Aquí vou referir-vos um sonho que tivem com a minha defunta nai, o dia dez de Abril de 1938. Fún à Encostada, redactar duas cartas, para a Checa e para a Guicha, ao vir de volta, Xosé do Manteigueiro dixo-me que o do Crasto iva chamar-me a mim e ao Vareiro a Pontareas diante dos falangistas; él e a Perica andabam danados por culpa das veigas, e para que lhe pagase três pesetas diárias durante o tempo que me tivo em casa trabalhando (tanto trabalhos domésticos como artísticos), passando unha escravitude, ademais do milho que me usurpou, etc… De noite fun dar-lhe notícias ao Vareiro, que xá estaba na cama, fixem-no levantar a el e à sua nai, e cheguei à minha casa às onze e meia. Logo me fún deitar, e sonhei o seguinte: Era um lugar que parecia San Martinho (mas melhor será decir que era desconhecido), xunto dum caminho, unhas casas velhas. Entrei dentro dunha (e vêm-me unha aspiraçón do pensamento, que era minha, mas logo forom correr-me dalí, e fuxim. A poucos passos avistei outra, aproximei.me, uns homes vinham correr comigo, non tivem demasiádo medo, mas por fim tratei de vir saltando através dos sucalcos, e fún ter a um caminho (carreiro) encontrando-me com a minha querida nái. Estaba perfeita, como nos últimos anos da sua existência, antes de lhe dar mal. Depois de estar alí um pouco de conversa, recordo que lhe perguntei ¿Onde está? Parece que falamos sobre xente conhecida de Guillade. O que si me recordo é que me dixo: “Xunto daquela rapariga non vaias, non vaias mais.” -¿Qual rapariga? -“A Generosa, à Generosa.” Aquí lhe referím, a minha vida na casa dela (ut supra), entón vêm-me unha aspiraçón que estaba morta, e continuaba sempre a conversa, amonestândo-me.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

Deixar un comentario