Arquivos diarios: 27/10/2021

HEIDEGGER (“SER-AÍ” (DASEIN)

“DASEIN” LUGAR ONDE SE CRUZAN O SER E O ENTE.

Se non há mais ser do que o dos entes, mas, se, por outro lado, “ser”, como se disse. tem sentido contrário ao do ente, a investigaçón terá de alcançar essa diferença onde se cruzam o ser e o ente. O primeiro obxectivo da investigaçón, consequentemente, será procurar como surxe essa diferença entre o ser e os entes, em suma, unha diferença ontolóxica, porque tem que ver com a forma como aparece o ser. Reparemos no facto de a fórmula se referir a unha questón complicada, pois trata-se do cruzamento entre os entes e o ser, entre o que comparece e o que non pode comparecer. De facto, a sua manifestaçón será muito problemática. Se a diferença aparecer, terá de fazê-lo como um ente, mas a sua característica óntica e, consequentemente, a sua manifestaçón, non consistirá em ser isto ou aquilo (um martelo, um corpo, um escudo, um home), mas em conservar unha referência ao ser ou às cousas. Como Heidegger assinalará, o seu carácter de ente consistirá apenas em “compreender” o ser, entendendo xá que a “compreensón” non faz alusón a unha faculdade de conhecimento, mas, exclusivamente, a conservar unha relaçón com o próprio ser. Assim, o ente que conserva essa relaçón com o ser poderá interpretar-se como o lugar onde reside a diferênça, precisamente onde ser tem lugar. No começo de “Ser e Tempo” nomear-se-á esse ente como “ser-aí” (Dasein), termo que, por um lado, faz alusón a “ser” e por outro a “lugar”. Non há dúvida algunha de que será um estranho lugar, pois non pressupón território nem localizaçón. Remete apenas para o facto de algo ter “lugar” e aparecer como cousa. Desde o primeiro momento, Heidegger identificará essa figura filosófica “ser-aí” que, em suma, é a expressón dessa diferênça ontolóxica, “connosco próprios”. Aqui todo o edifício filosófico de “Ser e Tempo” desabaría se, por um momento, se pensasse que partimos metodoloxicamente do “home”.

ARTURO LEYTE