OS “DENUESTOS”

Os “Denuestos” guardam notábel afinidade com parecidas obras françêsas ou latinas, xá que o debate entre a àgua e o vinho é um tópico muito repetido na literatura medieval. A àgua e o vinho, discutem sobre as suas respectivas excelências e reprocham ao contrário os seus defeitos. A discusón oscila entre razóns de índole bastante material, com evidente intençón cómica, e motivos de valor teolóxico; assim, o vinho culpa a àgua que acaba por estragá-lo, quando se xuntam, e ésta alega os péssimos resultados que aquel causa na cabeça de quem o bebe; o vinho afirma logo, que el pode converter-se em sangre de Cristo, e a àgua, que é a matéria do bautismo. Ao fim, xocosamente. terminam a disputa pedindo vinho para alegrar-se. Dentro da sua brevedade, tanto a “Razón de amor” como os “Denuestos” apressentam aspectos muito complexos e valores literários de positivo interese. Ao referir-se a eles como poemas na sua “Poesía juglaresca y orígenes de las literaturas románicas”, Menéndez Pidal escrebe: “Esta obra, ainda que afirma ser rimada por um escolar que aprendeu cortesía na Alemanha, França e Italia, é de tôm muito xugraresco, polo seu metro irregular, por estar escríta em pareados, e por misturar consoântes com asonântes. Mas a pesar desse popularismo, é poesía muito artificiosa, tanto que se presta a muitas discusóns”. El mesmo, em efeito tinha dito anteriormente que “o que escrebeu este poema, a princípios do século XIII, non aspiraba, sem dúvida, a ser um tipo axugrarádo, senón trovadoresco: “Un escolar la rimó Que siempre dueñas amó, Mas siempre ovo criança En Alemania y en Francia, Moró mucho en Lombardía Por aprender cortesía; noutro paráxe declara-se “clérigo e non cavallero”, que sabe muito de trobar, de leyer e de cantar”.
J. L. ALBORG