Arquivos diarios: 25/10/2021

ARISTÓTELES (UM PLATÓN DILUÍDO EM SENSO COMUM)

Segundo as mais comuns das classificaçóns cronolóxicas, as obras de Aristóteles podem dividir-se em três grandes períodos:

“CORPUS ARISTOTELICUM”

Período da Academia: As obras escritas durante a longa permanência de Aristóteles ao lado de Platón. Estes escritos têm unha clara influência do mestre, como se vê no facto de a maioría serem diálogos. Non se conserva nenhum deles completo. As principais obras deste período som o “Eudemo” ou “Tratado da Alma”, no qual se defendem teses tán platónicas como a “Teoria das Ideias” ou a “imortalidade da alma”, e o “Protréptico”, onde também abraça a droutina das “Ideias ou Formas”. Aparentemente, também pertencem ao período académico os primeiros escrítos sobre lóxica e física.

Período das viaxens pola Ásia Menor: As obras compostas durante a estada em Assos e Mitilene, depois de abandonar a Academia a causa da morte de Platón. Nestas, Aristóteles assenta as bases do seu próprio pensamento. Apesar de ainda se sentir “académico”, mostra-se crítico para com algunhas das abordaxens platónicas fundamentais. É um período de transiçón. Nesta etapa, escrebe obras como “Sobre a Filosofia”, um diálogo no qual ainda se apresenta Platón como a culminaçón do pensamento, mas critica-se a interpretaçón platónica das “Ideias” e intui-se o conceito de “Motor Imóvel”, central na futura teoloxia aristotélica; a “Ética a Eudemo”, na qual se mantém unha espécie de concepçón platónica da virtude, apesar de xá se começar a questionar o mundo das ideias, e duas obras de temas físicos, “Sobre o Céu” e “Sobre a Xeraçón e a Corrupçón”, nas quais se trata a estructura do cosmos (cosmoloxia) e os movimentos do mundo sublunar, respectivamente. Também se atribui a esta época um primeiro esboço da “Metafísica”.

Período do Liceu: A este período corresponde a grande maioria das obras que se conservam de Aristóteles, formadas principalmente polos xá mencionados textos esotéricos ou pedagóxicos. Estes escritos têm a sua orixem, como se indicou, nas notas ou apontamentos das dissertaçóns e das aulas que Aristóteles ministrava no Liceu e que, inicialmente, circulavam entre os seus discípulos. O próprio Aristóteles e as xeraçóns posteriores de peripatécticos encarregarom-se de as ir reunindo sob a forma de liçóns ou secçóns, até Andronico de Rodes editar a primeira compilaçón sistemática, referida anteriormente. O critério utilizado por Andronico para ordenar as obras non é cronolóxico, apesar de a quase totalidade do conxunto de escritos que passariam à história como “Corpus Aristotelicum” pertencer a este terceiro período, com as raras excepçóns de alguns dos primeiros textos lóxicos, físicos e metafísicos.

P. RUIZ TRUJILLO

LITERATURA CASTELÁN (“DENUESTOS DEL AGUA Y EL VINO”)

OS “DENUESTOS”

Os “Denuestos” guardam notábel afinidade com parecidas obras françêsas ou latinas, xá que o debate entre a àgua e o vinho é um tópico muito repetido na literatura medieval. A àgua e o vinho, discutem sobre as suas respectivas excelências e reprocham ao contrário os seus defeitos. A discusón oscila entre razóns de índole bastante material, com evidente intençón cómica, e motivos de valor teolóxico; assim, o vinho culpa a àgua que acaba por estragá-lo, quando se xuntam, e ésta alega os péssimos resultados que aquel causa na cabeça de quem o bebe; o vinho afirma logo, que el pode converter-se em sangre de Cristo, e a àgua, que é a matéria do bautismo. Ao fim, xocosamente. terminam a disputa pedindo vinho para alegrar-se. Dentro da sua brevedade, tanto a “Razón de amor” como os “Denuestos” apressentam aspectos muito complexos e valores literários de positivo interese. Ao referir-se a eles como poemas na sua “Poesía juglaresca y orígenes de las literaturas románicas”, Menéndez Pidal escrebe: “Esta obra, ainda que afirma ser rimada por um escolar que aprendeu cortesía na Alemanha, França e Italia, é de tôm muito xugraresco, polo seu metro irregular, por estar escríta em pareados, e por misturar consoântes com asonântes. Mas a pesar desse popularismo, é poesía muito artificiosa, tanto que se presta a muitas discusóns”. El mesmo, em efeito tinha dito anteriormente que “o que escrebeu este poema, a princípios do século XIII, non aspiraba, sem dúvida, a ser um tipo axugrarádo, senón trovadoresco: “Un escolar la rimó Que siempre dueñas amó, Mas siempre ovo criança En Alemania y en Francia, Moró mucho en Lombardía Por aprender cortesía; noutro paráxe declara-se “clérigo e non cavallero”, que sabe muito de trobar, de leyer e de cantar”.

J. L. ALBORG