Arquivos diarios: 17/10/2021

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (PLAUTO)

A autenticidade das obras de Plauto, está representada polas vintiunha obras chamadas “Fabulae Varronianae”; estes manuscríptos procedem de unha ediçón completa reunida por volta do ano cem d. C. Foi como se a posteridade conhecera a Shakespeare por copias feitas de unha ediçón em folio recopilada a partir de guións de representaçóns acessíbeis das várias obras representadas em 1920. “Vidularia”, a última, está quase perdida e outras tenhem lacunas mais ou menos sérias (“Cistellaria”, “Amphitruo”, “Bacchides”, “Aulularia”). Algunhas obras só eram accessíbeis em manuscríptos de reposiçóns (Casina) ou versóns incompatíbeis (Poenulus) ou recortadas drásticamente (Curculio). Qualquer signo empregado polos editores para explicar o estado das interpolaçóns, versóns alternativas e deslocaçóns perderom-se. As obras estám divididas em escenas e apresentam unha mistura dilectante de pronunciaçón arcaica e “moderna”. A divisón em actos das ediçóns modernas deriva de deducçóns equivocadas de erudictos renascentistas partindo do preceito de Horacio; o mesmo se pode aplicar a Terencio. Os manuscríptos nos quais Plauto chegou a ser conhecido no Renascimento e os que forom por primeira vez impressos, descuidavam em parte a divisón dos versos; de aí procede unha xustificaçón académica da prosa como meio para a comédia italiana e isabelina. Non había um “canon” das obras de Plauto no seu tempo ou pouco depois. Sobre os anos 160 a. C. Terencio podía alegar, plaussibelmente polo menos, que desconhecia que certa obra fora modificada por Plauto, e na xeraçón posterior, Accio negaba incluso a orixem plautina de outra comédia que Terencio consideraba xenuína. Elio Estilón, contemporâneo de Accio, consideraba autênticos somente vinticinco guións dos cento trinta aproximadamente que se representavam baixo o nome de Plauto. As chamadas “Fabulae Varronianae” som vintiunha, que Varrón agrupou como autênticas “por acordo unânime”, é dizer, a obra que ninguém discutia, e sería certo virtualmente que som as vintiunha que os manuscríptos conservam. As obras que realmente merecem o título de “Varronianae”, som as mesmas que forom questionadas por alguns autores como Accio e Estilón, mas que Varrón consideraba plautinas por motivos estilísticos, ao parecer outras deçanove. Tendo em conta a natureza precária da transmisón, podem surxir dúvidas com respeito à unidade do “corpus” e da qualidade do texto. A análise estadística mostra, non obstânte, que estamos ante a obra de unha só mán e que em ocasións está notabelmente bem conservada. Rasgos tais como a distribuiçón normal da coincidência de “ictus” e acento ou rasgos prosódicos como o tratamento de “s” final tras unha vocal breve ante unha consoânte inicial, revelam regularidades internas distintivas. Critérios como estes resultam evaluábeis porque passam desapercebidos para o leitor ou para o ouvinte e subconscientemente están determinados polo escritor; d’aí que sexam mais fiábeis que os rasgos de estilo superfíciais reconhecidos por Varrón e utilizados por el para adxudicar as obras discutidas. As identificaçóns mitolóxicas, formaçóns ocasionais típicas, xiros da frase característicos, etc… som precisamente os rasgos que um leitor cuidadoso notará e que reproducirá qualquer imitador ou falsificador competente.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

RUSSELL (ATOMISMO LÓXICO)

O filósofo analítico britânico Michael Dummett (1925 – 2011) defende que a oposiçón entre filosofia analítica e continental non faz sentido na sua orixem. Na realidade, o que aconteceu foi unha ruptura entre os métodos analíticos e os fenomenolóxicos (o método analítico centra-se nas definiçóns linguísticas, o fenomenolóxico na análise dos conteúdos da experiência), e ambos têm orixem em problemas que estabam a ser tratados “continentalmente” em particular, a crise da fundamentaçón das ciências (o mesmo debería ser dito sobre a mais recente divisón entre analíticos e hermenêuticos; ao contrário da fenomenoloxía, que situa a análise na primeira pessoa, a hermenêutica procura entender as intençóns do outro, sexa ele unha pessoa ou unha sociedade, as duas correntes ván beber a problemas semelhantes da interpretaçón, mas esta nova divisón vai além dos nossos obxectivos). De facto, apesar de serem personalidades muito diferentes, há um paralelismo suxestivo entre Edmund Husserl, fundador da fenomenoloxía, e Bertrand Russell. Ambos começam o seu trabalho com unha dupla inquietaçón perante o estado da ciência e da filosofia, que consideram cheias de incertezas e falta de bases. Ambos desenvolvem os seus próprios métodos de analise, que virám a ser constituintes da filosofia contemporânea e característicos das escolas mais influentes. Há que dizer também que ambos se verám rapidamente desafiádos, criticádos e, de certa forma, inxustamente tratados polos discípulos que terám igualmente unha presença importante no século XX: Heidegger no caso de Husserl, e Wittgenstein no de Russell. Até aos anos 20, Russell elaborou unha filosofia ou, talvez melhor um método filosófico, a que chamou “atomismo lóxico”. Na década sequinte, tentou salvar o que era possíbel das críticas, principalmente das que Wittgenstein lhe dirixira e das que apontavam os novos caminhos da lóxica, que em parte ele próprio iniciára (por exemplo, a obra de Godel sobre as limitaçóns dos formalismos que implica unha derrota dos sonhos do loxicismo russelliano). Talvez, entón, tenha descoberto também os seus próprios limites, e no resto da sua longa vida dedicou-se a outras tarefas, como a divulgaçón e sobretudo, o activismo político e a renovaçón educativa, que lhe trouxeram a fama e o reconhecimento popular.

FERNANDO BRONCANO