Arquivos diarios: 08/10/2021

NIETZSCHE (O ETERNO RETORNO)

Durante a sua estada, no verán de 1881, em Sils-Maria, Nietzsche terá unha autêntica “revelaçón”. Um pensamento que lhe permite romper a oposiçón entre o “devir” e o “ser” e que, além disso, proporciona um significado imanente à vida. Trata-se do “eterno retorno do mesmo”, a doutrina fundamental de Zaratustra. O mais abismal pensamento! Para introduzir-nos nesta ideia vamos recorrer à sua primeira formulaçón, que se encontra de novo em “A Gaia Ciência”, concretamente no fragmento intitulado “O maior peso”: O que aconteceria se certo dia ou certa noite um demónio entrasse furtivamente na tua solidón mais solitária e te dissesse: “Esta vida, tal como a vives agora e tal como a viveste, terás de vivê-la non só unha, mas incontáveis vezes, e nela nunca acontecerá nada de novo, mas que cada dor e cada prazer e cada pensamento e cada suspiro e cada cousa infinitamente pequena e grande da tua vida deberá retornar a ti, e tudo na mesma ordem e sucessón – e assim também esta aranha e este luar entre as árbores e também este instante e eu mesmo. O eterno relóxio de areia da existência dará a volta unha e outra vez – e tu com ela, minúsculo pó no pó!”? O eterno retorno apresenta-se como um exercício mental que consiste em imaxinar que todos os instantes que componhem a nossa vida ván retornar eternamente e de forma idêntica àquela em que se produziram. Tudo, absoluctamente tudo o que vivemos e temos vivido (“cada dor e cada prazer e cada pensamento e cada suspiro e cada cousa infinitamente pequena e grande”) se repetirá infinitas vezes e exactamente pola mesma ordem.

TONI LLÁCER

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (SOLÓN DE ATENAS)

A cobiça dos que mandam e a violência dos partidários, liberam forças destructivas que non podem controlar-se; isto foi o que aconteceu em Mégara e habería de passar de novo, muito mais tarde, em Corcira. A alabança por parte de Solón do estado de cousas contrário, o “bom goberno”, aparece e alcanza alturas líricas, com uns artifícios retóricos muito elaborados. Mas, as advertências de Solón seguirom desatendidas e os asuntos chegarom a um estado crítico, que em tantas outras cidades gregas derom como resultado a guerra civil ou a tiranía. Os atenienses conseguirom evitar a guerra civil e, por aquel momento, também a tiranía; Nomearom arconte a Solón com plenos poderes por um ano, para que actuára como “conciliador”, um cargo que se habia criádo com diversos títulos e, como último recurso, em varias cidades gregas divididas em facçóns (Mitilene, por exemplo). Solón, unha vez no cargo, pedíu a ambos os bandos que contiveram as suas esixências e inaugurou unha série de reformas (conhecidas como as “medidas para suprimir as dívidas”): que incluíam a prohibiçón de contrair dívidas; prohibiçón da escravidóm polas mesmas; o retorno a Atenas dos que foram deportados por elas; um código de leis para substituir ao feróz códigp punitivo de Dracón e muitas medidas mais. Mas todas elas eram compromisos, ningunha delas foi unha victória completa para bando algúm. Aos ricos, que eram a sua classe, aconselhou-lhes moderaçón: “Vós que tendes disfrutado da superabundância de todas as cousas boas, calmáde os vossos fortes ânimos, dentro dos vossos peitos, sentáde as orgulhosas mentes sobre propósitos moderados.” Aristóteles, que cita estes versos, nos dí que Solón criticou aos ricos, polas discordias civis. Mas, tampouco tinha ilusóns acerca do outro bando; num relato das suas acçóns, escríto depois de um ano de cargo, é igualmente duro com os dirixentes do partido popular, que tinham pronunciado o clássico grito revolucionário da distribuiçón de terras. Tem o orgulho de gabar-se de ter deixado descontentos a âmbos bandos, sobre tudo que despreçou as esixências de âmbos lados de castigo para os seus adversários. A sua lealdade non era para ningúm bando, só para Atenas. Aristóteles afirma que o poema que convenceu às duas facçóns a dar-lhe a autoridade suprema começaba com estes versos: “A pena médra no meu corazón, quando vexo a mais antiga terra da Xonia em decadência…”. “para ser campeón de cada bando, contra o outro, discutir o seu caso, e logo recomendar o fim da luta constante das facçóns”. O amor de Solón por Atenas compreende non só as suas xentes, senón a terra mesma; há unha nota de ternura no seu famoso orgulho, por ter arrancado os marcos que sinalabam o chán ático. A tentaçón de manter-se no poder, e o conselho dos seus amigos de que o fixéra, tivo que ser difícil de resistir, mas a sua negativa era inapelábel: “Axudei à terra dos meus páis, mantivem a minha mán lonxe da tiranía e da áspera violência…” Incluso foi o suficientemente intelixente como para saber que outros seríam mais ambiciosos que el; as tensóns do corpo político estabam aliviadas, non suprimidas e, Solón advertíu aos seus concidadáns que andaram com cuidado.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)