OS GRANDES MÊSTRES ESTOICOS (ZENÓN DE CÍTIO E CLEANTES DE ASSOS)

Ao contrário do ensino especializado e elitista da Academia e do Liceu, Zenón optou por levar o conhecimento para a rua – ou melhor dito, para a ágora – para situá-lo ao alcance de todos: unha inscripçón em pedra declarava que, à semelhança de Sócrates, a maioría dos seguidores de Zenón era formada por xovens, aos quais era oferecido um novo modelo de virtude inspirado no estilo de vida do filósofo. Neste aspecto, Zenón aproximava-se dos cínicos, que expunham as suas ideias (entre outros) às pessoas da rua, distanciando-se, por outro lado, dos epicuristas, que se isolavam no seu Xardím com os mêstres, nos subúrbios de Atenas. Porém, Zenón veio xuntar a este proselitismo, semelhante ao dos cínicos, unha abordaxem filosófica mais coherente e rigorosa. A vontade de se relacionar com os outros obedece à convicçón optimista estoica de que a cooperaçón entre as pessoas é possíbel (convicçón derivada das crênças, igualmente optimistas, na bondade humanas e no sentido do universo). Embora Zenón apresente o modelo ideal de um sábio que non intervém resoluctamente na política, nos estoicos posteriores, sobretudo nos do terceiro período (o romano), esta tendência conduzirá ao relacionamento e compromisso com os assuntos públicos. Zenón morreu em Atenas em 262 a. C. e a cidade concedeu-lhe grandes honras públicas, o que non era nada frequente entre os metecos. Cleantes de Assos (actual Turquia) sucedeu a Zenón como director da escola, durante trinta anos (até à sua morte em 232 a. C., com a provecta idade de 98 anos). Cleantes foi unha personaxem muito curiosa, detentora de um perfil muito pouco habitual no campo da filosofia. O seu primeiro oficio foi o de puxilista e, xá em Atenas está relacionado com o estoicismo, conseguíu precariamente subsistir trabalhando à noite como aguadeiro para poder assistir durante o dia às aulas da “Stoa”. O seu interesse pola reflexón filosófica foi tardío e entusiasta, o que só vem dar razón à máxima epicurista de que: “nunca é demasiado tarde nem demasiado cedo para filosofar, porque nunca é dmasiado tarde nem demasiado cedo para ser feliz”. Compôs várias obras filosóficas (conhecemos o título de 57), mas apenas conservamos intácta a sua breve composiçón poética “Himno a Zeus”. Som-lhe atribuídas sobretudo três grandes ideias desenvolvidas a partir dos princípios estoicos: declarou o “fogo” como orixem de tudo o real, tál como Heráclito (vexa-se mais adiante), deu um grande impulso aos estudos lóxicos e estabeleceu a dimensón relixiosa desta filosofia (é considerado o mais relixioso dos estoicos).

J. A. CARDONA

Deixar un comentario