Arquivos diarios: 04/10/2021

HABERMAS (COINCIDÊNCIA PÚBLICA)

As leis têm a sua orixem na “coincidência pública” do público que raciocina no consenso. Kant aceita a ideia da soberania popular de Rousseau – considerando-o o Newton da moral -, mas substitui o corazón pola razón – baixo o pressuposto do seu uso público – de acordo com a convicçón de que “a imposiçón da lei está em conformidade com a xustiça”. A coincidência, o consenso, som garantidos pola formaçón discursiva da vontade. As leis adquirem assim lexitimaçón e, deste modo, conseguem solidarizar a política com a moral. Para chegar a esta situaçón non basta a vontade de todos os indivíduos. McCarthy explica-o assim “os procedimentos formalmente correctos só podem lexitimar decisóns se forem parte de um sistema político-legal que é desse modo reconhecido como lexítimo sobre fundamentos que podem ser racionalmente aceites por todos” (McCarthy, 1993). O vínculo legalidade-lexitimidade fica fortalecido através do contributo de unha esfera pública politicamente activa aderente à “autonomia privada possibilitada polas relaçóns sociais entre os proprietários de mercadorias em liberdade de competiçón”. Nas suas próprias palabras: Um conxunto de seres racionais que conxuntamente esixem leis xerais para a sua manutençón, conxunto em relaçón ao qual todos se sentem inclinados a excluírem-se, tem de ordenar-se de tal maneira, e de tal modo tem de acertar a sua constituiçón, que, mesmo quando os sentimentos privados que contém se enfrentem nas suas aspiraçóns, consiga, contudo, mantê-los, de modo que a sua conducta pública faga com que o resultado sexa exactamente tán satisfactório como se non existisse nenhum desses maus sentimentos. A autonomia enraíza-se na esfera comercial e o requisito é que cada um sexa o seu próprio senhor. Além disso, deparamo-nos aqui com a apresentaçón de unha esfera económica burguesa que se pretende “libre de dominaçón” e “isenta de poder”, governada apenas pola libre concorrência e a racionalidade xurídica ao serviço da obtençón de lucros, que lhe empresta a sua autorregulaçón autónoma e anónima. Apenas requer “unha administraçón racional” e unha xustiça “independente” que garanta a inviolabilidade das regras do xogo económico: o império do “laissez-faire” como ideoloxía burguesa.

MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO

O VINHO (4)

A escolha dos vinhos, resulta talvez unha das labores mais difíceis de todo este asunto. É unha oferta tám esaxerada, tán desmedida, tán âmpla, que pode em ocasións ser desconcertânte. O amante dos vinhos tem à sua disposiçón na actualidade, um “Labirinto” infinito de possibilidades, do qual non logrará escapar nunca (salvo que logre emborrachar ao minotauro). As loxas ofertam productos procedentes de quarenta ou mais países diferêntes. Non nos enfrentámos somente ao número, mas a um complexo mundo de etiquetas, de descripçóns, que às vezes non nos resultam demasiado familiares. Neste caso, as “denominaçóns de orixem” som as que mais nos podem axudar à priori, pois dam-nos informaçón das características dos caldos, das variedades usadas, da elaboraçón e das idades de consumo. Há que ter unha ideia das rexións vitivinícolas do mundo, ou polo menos, ter algunha consciência xeral das características destes vinhos, o seu estilo e os seus gostos. As técnicas de vinificaçón, forom enormemente modificadas a partir da década de 1960, merecendo unha atençón especial aos productos quimicos utilizados e às falsificaçóns. Quando vamos comprar vinho, temos que saber muito bem que é o que queremos. ¿Se é para beber xá? ¿Se para guardar durante anos? ¿Queremos um vinho refrescante, um “Franciacorta” por exemplo? ¿Ou queremos um caldo para saborear pouco a pouco, como pode ser um “Madeira Verdelho velho” (que xá viaxou por todos os mares quêntes do mundo), e semelha talmente um “cognhac” ? Quando se compra um vinho para madurar, há que estár seguro que tem capacidades para fazê-lo, e guardá-lo na escuridade e no silêncio dunha bodega subterranêa, doutra maneira resultará um fracasso total. A harmonizaçón dos vinhos com a comida, é outro dos factores primordiais para o bom sucesso das paparocas. Tomar uns percebes das Rias Galegas, acompanhados por um “Esporao Branco Reserva”, non demasiádo frío, pode ser unha esperiência inesquecíbel. Ou unha Lampreia, acompanhada por um “Val do Meao”, daqueles que tinha o Chef Rivera na sua bodega de Padrón, é canela Simoninha! Ou ainda, um Ensopado D’Anguias, maridado com um “Branco com madeira” de Bento dos Santos, e do seu Monte D’Oiro, sería capaz de aguantar outro terremoto. Quando se merca vinho, há que ter por diante unha vasta cultura (que, nunca, por detrás). Porque, o que non sabe, é como um cego, que nada vê!!

O TROMENTELO