
Mani nasceu a quatorze de Abril de 216 d. C. na Babilónia, rexión que, naquela altura, fazia parte do poderoso império Sassânida e que se estendia desde as fronteiras orientais do Império Romano até aos limítes ocidentais da Índia, no território actualmente ocupado polo Iraque, Irán, Afeganistán e Paquistán. Depois de ouvir vozes durante três dias seguidos, o seu pai, Patek, converteu-se à seita gnóstica xudaico- cristán dos elcasaitas e foi no seu seio que o xovem Mani foi educado dos quatro aos vinte anos. No entanto, duas revelaçóns levarom Mani a abandonar a comunidade relixiosa do seu pai e a iniciar a sua própria pregaçón. A primeira ocorreu quando o profecta tinha doze anos: um anxo apareceu para lhe transmitir as mensaxes do “Rei do paraíso das luzes” (o Deus bom do maniqueísmo). A segunda, doze anos mais tarde, ordenava-ĺhe que se manifestára publicamente e proclamasse em voz alta a sua doutrina” (240 d. C.). Mani atravessou o Império Sassânida para chegar à Índia, onde viveu durante dous ou três anos. É provábel que aí tenha recebido a influênça da espiritualidade indú. Xá de regresso a Pérsia, apresentou-se diante do rei sassânida Shapur I que, fascinado com as doutrinas do xovem profecta, lhe deu permisso para pregar no império. Nos trinta anos seguintes, até à morte de Shapur I, Mani e os seus discípulos levarom a cabo um trabalho intenso de proselitismo e pregaçón, difundindo as ideias da nova relixión, non só de unha ponta à outra da Pérsia, mas também mais alá das fronteiras do império. Porém, a morte de Shapur I em 272 significaría o começo da queda em desgraça do profecta. O poderoso clero masdeísta aproveitou a ascensón de Bahram I ao trono para condenar a pregaçón maniqueísta, tendo o profecta sido preso e submetido a um calvário de vinte e seis dias até à sua morte, a vintiseis de Febreiro de 277. O seu corpo foi despedaçado, a sua cabeça exposta na porta da cidade e os seus restos entregues aos cáns. Apesar da perseguiçón a que o maniqueísmo foi submetido nos territórios Sassânidas, as sementes deixadas polos longos anos de pregaçón iriam dar frutos duradouros. O seu êxito no Ocidente romano (e depois cristán) está testemunhado nunha carta escríta polo imperador Diocleciano ao procônsul em África, em que mostra a sua preocupaçón pola difusón de unha nova relixión persa (302 d. C.), por obra de Santo Agostinho (que foi maniqueísta durante nove anos), e pola aprovaçón de dous decretos antimaniqueísta, em 372 e 445. Seguir-se-iam anos de perseguiçóns implacáveis, xá na época cristán que, porém, non conseguiriam extirpar por completo os ensinamentos maniqueístas. O seu rasto levanos até à seita medieval dos bogomilos, que subsistíu nos Balcáns (Bulgária, Sérvia e Croácia) até muito depois do início do século XV, e cuxas doutrinas parecem ser a base do movimento cátaro do século XII. A sua difusón também non foi menor polo lonxínquo Oriente, onde as doutrinas maniqueístas se espalharom polos territórios da Ásia Central até chegar à China: o maniqueísmo foi adoptado como relixión oficial polo império Uigur no século VIII, e na China subsistiram comunidades maniqueístas até ao século XIV da nossa era.
E. A. DAL MASCHIO
