
Após a nomeaçón do novo imperador, e depois de unha breve “paraxem técnica” em Ulm, onde seria assaltado pola sua grande epifania intelectual (“Sonho de unha noite de inverno”), dirixiu-se a Viena para se alistar nas tropas do xá citado Maximiliano. Este poderoso exército encontrava-se em marcha, na direcçón de Praga, como parte da campanha militar católica destinada a despoxar das suas possessóns ao reformista Frederico, eleitor do Palatinado da Boémia, o que constituiría o começo da funesta Guerra dos Trinta Anos. Chegado a Praga, Descartes participou na batalha da Montanha Branca, onde, nunha sangrenta manhám de Novembro de 1620, os vinte mil homes de Maximiliano venceram os quinze mil de Christian de Anhalt, do Palatinado. Embora non tivesse chegado a entrar em combate (supostamente mantívo-se como enxenheiro na retaguarda), Descartes ia no continxente que ocupou a rexión (hoxe checa) da Morávia. Seguíu-se entón unha feroz repressón dos protestantes boémios, que incluíu execuçóns massivas e atrocidades de todos os tipos. Com o catolicismo reinstaurado a ferro e fogo, os xesuítas desembarcarom em tropel para exercerem o control de escolas e universidades. Mas embora fosse o grande império católico (os Áustrias e os seus aliados xermânicos) a ter tomado a iniciativa na guerra, isso foi posteriormente o princípio do seu declínio: as outras potências europeias de ampla populaçón protestante, particularmente a França e a Suécia, observaram os sangrentos acontecimentos e aproveitariam os anos seguintes para estrangular loxística e diplomaticamente o inimigo, que tinha demasiados frentes abertos e se desdobrava ao longo de unha extensón territorial imensa. Pouco depois da sua “missón” em Praga, Descartes partíu para Itália, atravessando a perigosa rexión da Valtellina, unha passaxem estratéxica controlada polos Áustrias que estaba quase a cair nas máns do inimigo. Em Itália, viveu dous anos entre Veneza e Florença, e aproveitou para ir peregrinar a Loreto (lugar sagrado ao qual uns anxos supostamente levaram de Nazaré a casa da Sagrada Família) para, presumivelmente, dar graças pola sua revelaçón em Ulm. Quando regressou de Itália, provavelmente dando por finalizada a sua vida como viaxante (ou espión), tentou sem grande êxito encontrar um lugar como xurista similar ao do seu pai, na sua terra natal. Descartes era um tipo impaciente e, ao ver que os procedimentos se prolongavam, decidiu ficar três anos em Paris, onde permaneceu até 1628.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO