Althusser nunca se definiu como estructuralista – tanto ele como Balibar se distanciaram explicitamente desta corrente -, mas do que non há dúvida é que a sua interpretaçón de Marx debia muito ao estructuralismo. Um dos seus conceitos mais importantes foi o de “causalidade estructural”, que Althusser remeteu para o próprio Marx, afirmando que foi a chave da sua “revoluçón teórica”, que -como comentávamos mais acima- iria afastá-lo das filosofias da história e encaminhá-lo polo trilho que desembocaria na sua obra definitiva, “O Capital”. Esse momento crucial ocorreria na famosa “Introduçón” de 1857, a que Althusser chamaria “o discurso do método” de Marx. Nesse texto, Marx utilizava certas metáforas que, para Althusser, avançavam um dos motivos “estructuralistas” que, com o tempo, ia ser mais tematizado: o conceito de unha “eficácia” estructural. Em todas as formas de sociedade, é unha produçón determinada e as relaçóns que ela enxendra som as que atribuem nível e importância a todas as outras produçóns e às relaçóns enxendradas por aquelas. É unha iluminaçón “Beleuchtung” xeral onde están submersas todas as cores, e que modifica as tonalidades particulares. É um éter particular que determina o peso específico de todas as formas de existência que nele se destacam. (Marx, Grundrisse) Althusser resumia o problema do seguinte modo: “Através de que conceito se pode pensar o tipo de determinaçón nova, que acaba de ser identificada como a determinaçón dos fenómenos de unha rexión dada pola estructura dessa rexión? (…) Como definir o conceito de unha causalidade estructural?” (Althusser, “A Favor de Marx”). As duas metáforas utilizadas – o “éter” e a “iluminaçón” – referem o próprio obxecto da obra de Marx: o capitalismo da sociedade capitalista. Mas, naquele momento, eram metáforas; era necessário substituí-las por um conceito que evidenciasse aquilo que, portanto, a obra de Marx consistia em pôr em xogo. E o seminário “Lire Le Capital” encontrou no conceito de “causalidade estructural” a forma de esclarecer o enigma, integrando assim, para o bem ou para o mal, o âmbito de correntes que se agrupou sob o título do “estructuralismo”. Na sua explicaçón sobre “noçón de estructura”, Lévi-Strauss citaba determinadas palabras que podem ser agora muito oportunas: Um sistema ou configuraçón é sempre, por natureza, outra cousa e mais do que a suma das suas partes; inclui também as relaçóns entre as partes; a sua rede de interligaçóns, que acrescenta um elemento significativo suplementar. Isto é bem conhecido da psicoloxia da “Gestalt” ou psicoloxia da forma. A “Forma” de unha cultura pode ser definida como o sistema (pattern) das relaçóns entre as suas partes constitutivas. (Lévi-Strauss, Antropoloxia Cultural) Neste sentido, nada poderia ilustrar mais graficamente este ponto -que Lévi-Strauss transforma nunha espécie de manifesto estructuralista- do que um texto de Marx, no qual se pretende, no último capítulo do Livro I de “O Capital”, tornar público o “segredo” profundo da sociedade moderna da qual o resto da obra acaba de dar conta. Há que dizer que estamos a falar de algo muito sério. A obra de Marx persegue, antes de mais, a resposta à pergunta “o que é o capital?”; e, neste momento, vai-nos falar de um senhor chamado Wakefield que, em sua opinión, teria encontrado a chave da tán ansiada resposta. E o caso é que Wakefield non era um filósofo, mas um colonizador britânico, um grande home de negócios, fundador das sociedades britânicas da Nova Zelândia e da Austrália. Acontece, porém, que alá nas colónias, Wakefield apercebe-se de repente de algo que em Inglaterra resultaba invisíbel. Como vamos ver, foi unha espécie de sobressalto platónico, unha inesperada “reminiscência” que o levou a um mundo novo: o “mundo das estructuras”. Aí encontrou o segredo mais profundo da economia capitalista, aquilo a que poderíamos chamar a sua “estructura profunda”. E o que descobriu foi precisamente que, como dizia o texto citado por Lévi-Strauss, “um sistema ou configuraçón é sempre algo mais do que a suma das suas partes”.