
Félix Ravaisson, muito admirado por Bergson, assistíu a aulas de Schelling em Munique e levou para França parte desse impulso, revitalizando assim um espiritualismo adormecido. Ravaisson apadrinhou unha linha minoritária conhecida como “positivismo (ou realismo) espiritualista” que alcançaria o seu auge em Bergson, após passar pelos seus professores Lachelier e Boutroux. Face à soberba conveniente de outros espiritualistas, estes autores caracterizam-se por “manchar as máns” de ciência a fim de arrebatar ao “inimigo materialista” as suas armas. Lonxe de representar unha “queda” no nada, a matéria é usada polo espírito como um acelerador dos seus processos criadores. Mais: o verdadeiro emerxir do espírito no mundo só pode ser encontrado vendo de perto o mundo natural. No seu seio non se encontra xá a cega necessidade, mas a “continxência”, noçón que reivindicam como um facto orixinário e non como o resultado de unha complexidade mecânica. Ou se coloca a liberdade desde o princípio ou non a conseguiremos entender. Neste sentido, no seu “Do Hábito”, Ravaisson escrebeu que “do mecânico non se pode passar ao vivo por via de composiçón; é a vida que dará a chave do mundo inorgânico”. Além de ser filósofo, Ravaisson foi conservador no Museu do Louvre. Aí restaurou, entre outras, a Vénus de Milo e a Victória de Samotrácia, devolvendo-as às suas actitudes orixinais a partir de um punhado de ruínas. O factor decisivo para entender a conversón “espiritualista” do xovem Bergson, no entanto, é o enorme potencial que ele vê no “suplemento de alma” que passa para o corpo para dotar as suas acçóns de alcance e eficácia. A consciência é vista por sí como unha reserva de acçón virtual que se manifesta na vontade. Unha alma alargada non só “tem mais mundo”, como também chega mais lonxe e atinxe com mais força, porque o esforço é o espaço de comunhón e transferência entre o sentido e o valor, a ideia e o corpo, o espírito e a matéria. Daí nasce a noçón metafísica de “intensidade” que Bergson defenderá na sua tese de doutoramento.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO
