ROUSSEAU (CONFISSÓNS)

Um estilo que, por outro lado, non flui sem mais, mas que é o resultadp de um processo laborioso. Segundo nos diz no libro III das “Confissóns”, a sua dificuldade para escreber é extrema. As ideias fermentam até emocioná-lo, mas imerso em tal aturdimento é incapaz de escreber. Os seus manuscritos, pexados de riscos e borróns, confusos e indescifrábeis, testemunham o esforço que lhe custarom. Tinha de os transcreber quatro e até cinco vezes antes de os entregar à tipografía. Nunca conseguiu trabalhar de pluma na mán diante de unha mesa e de um papel. As ideias inesperadas e repentinas fluem durante as suas caminhadas, de noite na cama e durante as insómnias. Lamenta non ter levado o diário das suas viaxens. “Nunca pensei tanto, nem vivi tanto, nem fun tanto eu mesmo como nas que fixem só e a pé. A caminhada tem algo que anima e me aviva as ideias: quando estou quieto quase non consigo pensar”, lemos no libro IV das “Confissóns”. Xulga ter escrito as suas obras nos anos de declínio, polo qual aprecía muito mais aquelas que urdiu durante as viáxes, mas que nunca escrebeu. Naturalmente, nunca levava papel nem pluma. Tendo-o previsto, non lhe tería ocorrido nada. “As ideias vêm quando lhes apráz.” “Durante as minhas caminhadas” – lemos no libro IV das “Confissóns” – “podia submerxir-me caprichosamente no país das quimeras.” Para Rousseau, a natureza era o gabinete de trabalho intelectual. Dir-se-ia que Schopenhauer concorda com ele, quando compara o filosofar a unha excursón alpina. A filosofia sería como um elevado caminho alpino ao qual só se pode aceder seguindo unha escarpada e pedregosa senda pragada de penedos pontiagudos; “esta via de acesso é unha senda solitária, que se torna tanto mais intransitada conforme se ascende por ela. Lá em cima, no meio do ar puro da montanha, xá se consegue ver o sol, mesmo quando ainda reina a noite muito mais abaixo”, lemos no fragmento sexto dos seus “Escritos Inéditos de Juventude”. E as paisaxens suíças, tán caras a Rousseau, som também aproveitadas por Schopenhauer para se referir à empreitada de filosofar: “O verdadeiro filósofo procura sempre a luz e a clareza e esforça-se para ser como um lago suíço, capaz de xuntar unha grande profundidade a unha enorme clareza, que é precisamente, o que revela a sua profundidade”.

ROBERTO R. ARAMAYO

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