Arquivos diarios: 04/09/2021

ROUSSEAU (CONFISSÓNS)

Um estilo que, por outro lado, non flui sem mais, mas que é o resultadp de um processo laborioso. Segundo nos diz no libro III das “Confissóns”, a sua dificuldade para escreber é extrema. As ideias fermentam até emocioná-lo, mas imerso em tal aturdimento é incapaz de escreber. Os seus manuscritos, pexados de riscos e borróns, confusos e indescifrábeis, testemunham o esforço que lhe custarom. Tinha de os transcreber quatro e até cinco vezes antes de os entregar à tipografía. Nunca conseguiu trabalhar de pluma na mán diante de unha mesa e de um papel. As ideias inesperadas e repentinas fluem durante as suas caminhadas, de noite na cama e durante as insómnias. Lamenta non ter levado o diário das suas viaxens. “Nunca pensei tanto, nem vivi tanto, nem fun tanto eu mesmo como nas que fixem só e a pé. A caminhada tem algo que anima e me aviva as ideias: quando estou quieto quase non consigo pensar”, lemos no libro IV das “Confissóns”. Xulga ter escrito as suas obras nos anos de declínio, polo qual aprecía muito mais aquelas que urdiu durante as viáxes, mas que nunca escrebeu. Naturalmente, nunca levava papel nem pluma. Tendo-o previsto, non lhe tería ocorrido nada. “As ideias vêm quando lhes apráz.” “Durante as minhas caminhadas” – lemos no libro IV das “Confissóns” – “podia submerxir-me caprichosamente no país das quimeras.” Para Rousseau, a natureza era o gabinete de trabalho intelectual. Dir-se-ia que Schopenhauer concorda com ele, quando compara o filosofar a unha excursón alpina. A filosofia sería como um elevado caminho alpino ao qual só se pode aceder seguindo unha escarpada e pedregosa senda pragada de penedos pontiagudos; “esta via de acesso é unha senda solitária, que se torna tanto mais intransitada conforme se ascende por ela. Lá em cima, no meio do ar puro da montanha, xá se consegue ver o sol, mesmo quando ainda reina a noite muito mais abaixo”, lemos no fragmento sexto dos seus “Escritos Inéditos de Juventude”. E as paisaxens suíças, tán caras a Rousseau, som também aproveitadas por Schopenhauer para se referir à empreitada de filosofar: “O verdadeiro filósofo procura sempre a luz e a clareza e esforça-se para ser como um lago suíço, capaz de xuntar unha grande profundidade a unha enorme clareza, que é precisamente, o que revela a sua profundidade”.

ROBERTO R. ARAMAYO

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (A COMEDIA)

ANDRONICO E NEVIO

Volcacio Sedígito nem sequer menciona a Andronico na sua lista dos dez melhores (é dizer, mais divertidos) comediógrafos, mas asignaba a Nevio um terceiro lugar depois de Cecilio e Plauto, invertindo a sua ordem cronolóxica. Cicerón non consideraba as obras de Andronico dignas de unha segunda leitura e mais ainda na comedia que na traxédia, o seu destino foi sofrer comparaçóns invexosas por parte dos seus sucesores. Supunha-se logo que Plauto tinha tomado muito de Andronico, e existía a tradiçón de que Terencio citaba satíricamente um verso de Andronico, “lepus tute es: pulpamentum quaeris?” (És unha lebre: ¿estás tú buscando condimento?). Isto foi comparado com unha forma de expresón favorita de Plauto, na qual as adivinhanzas (mas non os epigramas como este) plantexam-se com unha identificaçón mais ou menos rara, seguida por unha explicaçón com conxunçón non copulativa ou causal. A influênça de Nevio sobre Plauto resulta muito mais clara polos títulos e estilos dos fragmentos. Se um dramaturgo arcaico é acreedor do mérito de ter estabelecido a forma e fixado a fala da comédia em Roma, é el. Alguns suxérem que Plauto trabalhou com el, ou revisou alguns dos seus argumentos. Títulos tais como: Lampadio, Stalagmus, Stigmatias e Technicus, referem-se a escravos com papeis principais; os títulos da Comédia Nova, rara vez se referem a um escravo e muito menos ainda polo seu nome. Parece que Nevio, non Plauto, sería o responsábel da promoçón do escrávo astucto na comédia romana. Por outra parte, obras chamadas: Testicularia, Apella, Triphallus/Tribacelus; implicam um enfoque mais obsceno do que podemos encontrar na Comédia Nova ou em Plauto. Nevio rebautizaba libremente as obras que adaptaba e xuntaba materiais que tinham alusóns itálicas ou ideias dramáticas suxerídas mais ou menos especificamente por outras obras gregas. Plauto seguíu a Nevio nestes pontos e podemos sacar a importante conclusón de que non invitarom aos seus públicos ou esperarom que estes se preocuparam com os orixinais, ou mediram as excelências em têrmos de fidelidade à letra ou ao espírito. As alusóns num fragmento a Preneste e à comédia romana, considerou-se que demonstravam que Nevio inventou a “togata” (obra de toga), ou temas domésticos itálicos; de feito inventou a “praetexta” (obra de pretexta), o xénero em que os temas romanos, antigos e modernos, apresentabam-se na forma e estilo da “fabula crepidata” (obra de crepida ou sandália), quando as representaçóns da traxédia grega se conhecerom em tempos posteriores. Non obstânte, resulta ao menos tán probábel que o “Ariolus” fora unha “fabula palliata” (obra de pallium ou manto) que representaba à Comédia Nova, e que Nevio xá exploraba a ambiguedade esêncial do xénero, como que estaba claro que os gregos na sua vida familiar falabam um verso latino entusiasta e rotundo para criar um ambiente greco-romano. Este é também um rasgo central da comédia plautina. Nevio tinha entre os escoliastas reputaçón de aberto politicamente. Afirmaba-se que tinha caído em desgraça diante dos Metelos, por telos nomeado em escêna num verso irónico, mas parece questionábel que outros fragmentos restântes estéxam relacionados com este asunto. As alusóns contemporâneas em Plauto som frustrantemente difíceis para o historiador. Non obstânte, sería erróneo considerar as suas obras como apolíticas em conxunto; simplesmente foi mais cuidadoso que Nevio. Supón-se que morreu no 184 a. C., deducíndo-se pola ausência de didascalias dactadas mais tarde. É possíbel que Plauto fora um dos que suscitou a atençón de Catón o Censor naquel ano de reforma moral. O “Poenulus” do 188/7 a. C., ainda que fora unha obra desmesurada, resulta notábel polas suas premisas liberais e cosmopolitas. O amante é cataginés de nascimento e etolio de adopçón; desta maneira representa ós dous estados mais detestados e nos que menos confiabam os romanos contemporâneos. Non obstânte, é retratado com simpatía, ainda que desigualmente, e non há sinais de xenofobia, a pesar de que a obra foi producída com seguridade durante a vida de Aníbal (morto o 183 a. C.). Resulta difícil imaxinar a um partidário de Catón, financiando como edil esta obra; o feito de que Plauto tenha empreendido a sua produçón com éxito, comfirma-nos a sua autoridade e a imparcialidade do seu público.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)