PLOTINO (CULTOS ORIENTAIS)

Naquela altura, a relixión persa era o zoroastrismo, culto oficial e milenar dos sassânidas que, como tudo o que vinha do Oriente, sempre tinha fascinado o xovem e carente de memória pobo grego. Plotino non era a excepçón. Na sua fase alexandrina, mostrou grande curiosidade por esse conxunto de saberes exóticos, embora non tenhamos conhecimento se, de facto, os estudou a fundo, unha vez que non chegou à Pérsia e muito menos à Índia; as alusóns à sabedoria exípcia das “Enéadas”, que incluiem unha breve reflexón sobre os hieróglifos, som bastante marxinais. Certo é que, paralelamente à sua atraçón polo que consideraba a “pureza” das relixións persa e indiana, Plotino entregou-se a unha crítica insistente e impiedosa das tentativas de vulgarizaçón dos cultos orientais que penetravam no Império cada vez com maior frequência. Assim, escrebeu um tratado “Contra os Gnósticos” (o ramo do cristianismo que lhe era mais familiar) e, posteriormente, xá em Roma, encarregaria os seus alumnos de fazer o mesmo com as doutrinas espúreas de Zoroastro que eram divulgadas em Alexandria. Assim, o mais sensato será concluir que, apesar das suas tentativas, Plotino non teve acesso real a nenhum outro saber além do clássico e das fusóns xudaico-alexandrinas que chegavam à grande urbe oriental. Por outro lado, isto é lóxico xá que as próprias relixións orientais eram cada vez menos “autênticas”, fruto de terem sido submetidas a um processo de readaptaçón e helenizaçón a partir da expansón asiática do Império Macedónio no século IV a. c. Talvez o melhor exemplo disso sexa a fusón entre o xudaísmo e o helenismo que acabou por dar lugar ao cristianismo.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

Deixar un comentario