BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (4)

Parecia haber unha conspiraçón universal entre os autores de libros de estudo, no sentido de garantir que a matéria de que tratavam nunca chegasse demasiado perto de algo com um mínimo de interesse, e se mantivesse sempre a unha distância imensa do que fosse francamente interessante. Hoxe sei que há grande quantidade de escritores científicos a assinar a prosa mais lúcida e cautivante – Timothy Ferris, Richard Fortey e Tim Flannery som três exemplos que se me acordam de unha simples letra do alfabeto (para non falar no fantástico Richard Feynman, que xá non se encontra entre nós) – mas, infelizmente, nenhum deles era autor dos libros de estudo que me passarom polas máns. Os meus foram todos escritos por homes (eram sempre homes) com a curiosa noçón de que tudo se tornava claro desde que fosse expresso por unha fórmula, e a estranha crença de que os miúdos americanos achariam graça a um capítulo que terminasse com unha secçón de perguntas para tentar resolver em casa, quando tivessem tempo. E, por isso, crescim com a convicçón de que a ciência era unha matéria supremamente chata, embora sempre alimentasse a suspeita de que non tinha porque ser assim, mas de preferência tentava non pensar no assunto. E assim aconteceu durante bastante tempo. Depois, muito mais tarde – há perto de quatro ou cinco anos – estaba eu num avión sobrevoando o Pacífico, olhando distraidamente para um oceano banhado polo luar, quando pensei, com unha certa insistência desagradábel, que non sabia absoluctamente nada sobre o único planeta em que algunha vez ia viver. Non sabia, por exemplo, porque é que os oceanos eram salgados e os Grandes Lagos non. Non tinha a mais pequena ideia. Non sabia se os oceanos acumulavam sal ao longo dos tempos ou non, nem tán pouco se me deveria preocupar com os seus níveis de salinidade. (Tenho o maior prazer em anunciar ao leitor que, até aos finais da década de 1970, os cientistas tampouco sabiam responder a estas questóns. Portanto, nunca faziam muito alarido acerca delas.)

BILL BRYSON

Deixar un comentario