Arquivos diarios: 02/09/2021

PLOTINO (CULTOS ORIENTAIS)

Naquela altura, a relixión persa era o zoroastrismo, culto oficial e milenar dos sassânidas que, como tudo o que vinha do Oriente, sempre tinha fascinado o xovem e carente de memória pobo grego. Plotino non era a excepçón. Na sua fase alexandrina, mostrou grande curiosidade por esse conxunto de saberes exóticos, embora non tenhamos conhecimento se, de facto, os estudou a fundo, unha vez que non chegou à Pérsia e muito menos à Índia; as alusóns à sabedoria exípcia das “Enéadas”, que incluiem unha breve reflexón sobre os hieróglifos, som bastante marxinais. Certo é que, paralelamente à sua atraçón polo que consideraba a “pureza” das relixións persa e indiana, Plotino entregou-se a unha crítica insistente e impiedosa das tentativas de vulgarizaçón dos cultos orientais que penetravam no Império cada vez com maior frequência. Assim, escrebeu um tratado “Contra os Gnósticos” (o ramo do cristianismo que lhe era mais familiar) e, posteriormente, xá em Roma, encarregaria os seus alumnos de fazer o mesmo com as doutrinas espúreas de Zoroastro que eram divulgadas em Alexandria. Assim, o mais sensato será concluir que, apesar das suas tentativas, Plotino non teve acesso real a nenhum outro saber além do clássico e das fusóns xudaico-alexandrinas que chegavam à grande urbe oriental. Por outro lado, isto é lóxico xá que as próprias relixións orientais eram cada vez menos “autênticas”, fruto de terem sido submetidas a um processo de readaptaçón e helenizaçón a partir da expansón asiática do Império Macedónio no século IV a. c. Talvez o melhor exemplo disso sexa a fusón entre o xudaísmo e o helenismo que acabou por dar lugar ao cristianismo.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (4)

Parecia haber unha conspiraçón universal entre os autores de libros de estudo, no sentido de garantir que a matéria de que tratavam nunca chegasse demasiado perto de algo com um mínimo de interesse, e se mantivesse sempre a unha distância imensa do que fosse francamente interessante. Hoxe sei que há grande quantidade de escritores científicos a assinar a prosa mais lúcida e cautivante – Timothy Ferris, Richard Fortey e Tim Flannery som três exemplos que se me acordam de unha simples letra do alfabeto (para non falar no fantástico Richard Feynman, que xá non se encontra entre nós) – mas, infelizmente, nenhum deles era autor dos libros de estudo que me passarom polas máns. Os meus foram todos escritos por homes (eram sempre homes) com a curiosa noçón de que tudo se tornava claro desde que fosse expresso por unha fórmula, e a estranha crença de que os miúdos americanos achariam graça a um capítulo que terminasse com unha secçón de perguntas para tentar resolver em casa, quando tivessem tempo. E, por isso, crescim com a convicçón de que a ciência era unha matéria supremamente chata, embora sempre alimentasse a suspeita de que non tinha porque ser assim, mas de preferência tentava non pensar no assunto. E assim aconteceu durante bastante tempo. Depois, muito mais tarde – há perto de quatro ou cinco anos – estaba eu num avión sobrevoando o Pacífico, olhando distraidamente para um oceano banhado polo luar, quando pensei, com unha certa insistência desagradábel, que non sabia absoluctamente nada sobre o único planeta em que algunha vez ia viver. Non sabia, por exemplo, porque é que os oceanos eram salgados e os Grandes Lagos non. Non tinha a mais pequena ideia. Non sabia se os oceanos acumulavam sal ao longo dos tempos ou non, nem tán pouco se me deveria preocupar com os seus níveis de salinidade. (Tenho o maior prazer em anunciar ao leitor que, até aos finais da década de 1970, os cientistas tampouco sabiam responder a estas questóns. Portanto, nunca faziam muito alarido acerca delas.)

BILL BRYSON