Arquivos mensuais: Setembro 2021

ESCRITORES HISPÂNOS (VÍCTOR BALAGUER)

BALAGUER, Víctor (Barcelona, 1824 – 1901). Poeta catalán, dramaturgo e historiador. Destacou pola sua contribuiçón à “Renaixença” e à restauraçón dos “Jocs florals de la llengua catalana” dos quais foi “mestre en gai saber”. As suas peças teatrais som sequências de monógos dramáticos sustentados em pobres argumentos, mas as suas “Tragedias” (1876) forom um antecedente das muito importântes de Àngel Guimerà. Os seus poemas mais característicos som os de tema relixioso como “La Verge de Montserrat”; entre os de tipo patriótico “Lo llibre de la patria” e o neopetrarquista “Lo llibre del amor” resultam os mais significativos. Dos seus trabalhos como historiador -a maioria escrítos em castelán- destacam “Historia de Cataluña” (1860 – 1863), e “Historia de los trovadores” (1879). Os trinta e nove volûmes das suas “Obras Completas” forom publicados entre 1882 e 1899.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (BAILES)

BAILES: Têrmo utilizado no “Siglo de Oro”, para designar as peças para música que se bailabam entre o segundo e o terceiro acto das comédias. Um exemplo deste xénero é “Las flores” de Alonso de Olmedo, que se dançou num intermedio da obra de Calderón “Hado y divisa” (1680) precedida por unha loa e acompanhada de entremés “El labrador gentilhombre”. Alguns “bailes” também eram cantados; aqueles que em parte levam parlamentos, chamam-se “bailes entremesados”. Cervantes utilizou “bailes” em quatro dos seus entremeses. Muitos autores escreberom estas peças: Quiñones de Benavente, Quevedo, Navarrete y Ribera, Monteser, Villaviciosa, Diamante y Marchante.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (CECILIO BÁEZ)

Báez. Cecilio (1862 – 1941). Historiador paraguayo autor de mais de cinquenta libros e numerosos ensaios. Liberal e positivista, foi presidente da República de 1905 a 1906. Catedrático de Socioloxía, Dereito Romano e outras disciplinas. Alguns dos seus libros som: “Ensayos sobre la libertad civil” (1893), “Ensayo sobre el doctor Francia y la dictadura en Sud América” (1910), onde defende a heterodoxa tese de que a dictadura francesa resulta esencialmente benéfica e incide positivamente na luta de independência do Paraguay; “História del Paraguay” (1910), “Los elementos de la civilización cristiana” (1913), “História colonial del Paraguay y Río de la Plata” (1926) e a “História diplomática del Paraguay” (1931 – 1932, dous volûmes).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JUAN ALFONSO DE BAENA)

BAENA, Juan Alfonso de. Poeta menor de orixem xudéu, cuxa maior contribuiçón à literatura foi a compilaçón do “Cancioneiro” (1445) que leva o seu nome. Ofertou-o a Juan II, para quem escrebeu um “Decir” ,que non figura no libro. A única copia conservada encontra-se na Biblioteca Nacional de París. O “Cancioneiro de Baena”, é unha fonte importânte de conhecimento das correntes literárias existêntes nos séculos XIV e XV. Alguns poemas están escrítos em Galego-Português, mas a maioría están em Castelán, que xá começaba a exercer a sua hexemonía na Península. Menéndez y Pelayo comenta ácidamente, que o Cancioneiro oferece muitos versos e muito pouca poesía, mas o mesmo pode afirmar-se de muitas antoloxías. O “Cancioneiro” resulta interesante desde o ponto de vista histórico, porque mostra a transiçón do “Mester de Clerecía” para o novo estilo cortesán, e a introduçón dos metros italianos. Assím, podem-se encontrar poemas cheios de galeguismos (como por exemplo os de Gonzalo Rodríguez, arcediano de Toro), versos cheios de relixiosidade, refléxivos e moralizantes (Ferrán Sánchez de Talavera), versos do sevilhano Ruy Páez de Ribera ou do converso Ferrán Manuel de Lando, xunto com a alegoría inovadora de Francisco Imperial. Em total, o “Cancioneiro” contêm quinhentas setenta e seis composiçóns de cinquênta e quatro poetas. A introduçón de Baena, merece ser lída polas suas ideias sobre a natureza da poesía e a problemática da versificaçón.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (ANTONI MARIA BADIA I MARGARIT)

BADIA I MARGARIT, Antoni Maria (Barcelona, 1920). Filólogo. Entre os seus numerosos trabalhos encontra-se a “Gramática histórica catalana” (1950), a “Gramática Catalana” (1962) e “Llengua i cultura als Països Catalans” (Barcelona, 1964). “La Llengua catalana ahir i avui” recolhe quinze artígos sobre o catalán e a sua desvantaxa frente ao castelán, por ser o primeiro unha fala de minorias.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (DOMÈNEC BADIA I LEBLICH)

Badia i Leblich, Domènec (Barcelona, 1766 – 1818?). Viaxeiro e escritor, conhecido polo pseudónimo de “Ali Bey”. Exercéu diversos cargos administractivos baixo os reinados de Carlos III e Carlos IV. Em 1801, acordou realizar unha viáxe a África e Meio Oriente, para o qual solicitou axuda oficial, que lhe foi concedida baixo a condiçón de realizar certos serviços políticos a Manuel Godoy. Estudou árabe em Madrid e passou unha temporada em Londres, onde aperfeiço-ou os seus conhecimentos, sendo circuncidado. Em 1803 chegou a Marrocos com documentaçón falsa, facendo-se passar por Alí Bey-el-Abbasí, descendente lonxano de Mahomé. Visitou as principais cidades do país e estabeleceu amizade com o imperador. Em 1805 abandonou Marrocos e embarcou cara a Grécia, Chipre e Exípto sendo o primeiro viaxeiro europeu que estivo na Meca. Visitou também Xerusalém e Constantinopla; desde ali dirixiu-se para norte, e traspassou os limítes do império octomano pola Roménia em 1807. No seu regreso a Espanha, colaborou com José Bonaparte, razón pola qual tivo que exiliar-se na França. Em París publicou em françês os “Voyages d’Alí-Bey” (1814, três volûmes), nos quais relatou as suas viáxes, fazendo gala dos seus grandes conhecimentos em etnoloxía, botânica, arqueoloxía, etc… Morreu durante unha nova viáxe, desta vez à India, com unha subvençón do goberno françês.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MAURICIO BACARISSE)

Bacarisse, Mauricio (Madrid, 1895 – 1931). Poeta menor e ensaista, autor de “Los terribles amores de Agilberto y Celedonia” (1931), novela que ganhou o Premio Nacional de Literatura aquel ano. Os seus antecedentes françêses evidenciam-se na sua poesía, que recorda a de Verlaine e Mallarmé. O seu primeiro libro foi “El esfuerzo” (1917), no qual se tratam temas de tipo social, baixo unha perspectiva irónica. “El paraíso desdeñado” (1928), foi seguido por “Mitos” (1929). Traducíu a Verlaine e ao “Edipo rey” de Sófocles. Bacarisse frequentaba a tertúlia do café de Pombo em Madrid, fundada por Ramón Gómez de la Serna.

OXFORD

¡¡ QUE NADA SE SABE !! (47)

E, que poderias afirmar sobre os animais de pel manchada ? Como a pantera, o leopardo, o cán e outros semelhantes? E, quê das herbas, como o estragón, o cardo prateado, o trêbol moteado ? E, das flores variopintas, da betônica forraxeira e da violeta ? E, do feixón turco ? E das aves, como o pavón e o papagaio ? Será que, asignarás diferêntes temperaturas a unha mesma pluma de pavón, a unha mesma flor das prantas moteadas, a um mesmo pelo de leopardo ? Mas som cores permanentes. Quê dirás da pedra iris, da pomba variopinta, de um recipiente de vidro de àgua e de outro sem ela, cousas todas que, expostas ao sol de diferêntes maneiras ou segundo os diferêntes pontos de vista dos quais se miram, exhibem cores tán diversas ? Com razón quedarás mudo ! Como eu ! E muito mais respeito de todas as demais cousas, que temos enumerado anteriormente. Isto é asunto de nunca mais acabar; quanto mais rebuscamos, em mais líos nos metemos, em maior confusón nos vemos, e a saída mais se complica, “pois onde há multidón, reina a confusón” !

FRANCISCO SÁNCHEZ

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (115)

Pola força da experiência, no referênte ao sonho suxerído, parece confirmar-se o seguinte: quando unha pessoa sonha com sitios, lugares ou casas, sexam animados ou inanimados, tocantes a ex-queridos, e algunhas vezes a pessoas non conhecidas, sem xamais habelas visto; sendo pessoas do sexo femenino, a estas parece acontecer-lhes logo que sonhais com elas o seguinte: o corpo conserva algunha pena ou paixón, ainda que non sexa senón um vago recordo, carnalmente (em estado de vixília). E, em estado de sonho queda em fermentaçón, de maneira que transmite a sua influênça ao Spírito. Entón o nosso espírito divaga polo mundo, e por virtude de outros espíritos que também tomam parte na acçón, acaba reencarnando-se nunha terceira pessoa (isto é, a que tem comunicaçón com o obxecto sonhado), entón neste caso sonhado, vé, passea, goza, etc… Non podendo realizar-se, polos motivos anteriores. Há, unha consciência e razón em afirmar, que estes sonhos som provocados por meio da maxía negra. Parece ser, que esta classe de sonhos, com aquelas pessoas que vós habeis mantído algunha relaçón com elas (ainda que somente fora aparente) e que se encontram encantadas ou apouquentadas, por algúm seductor, cuxa vontade (da pessoa seducida) non está no seu estado natural e tem pensamentos contrários aos do seductor, e que logo som dominados polo referído seductor ou polas pessoas com quem este mantém comunicaçón. E, o que vós sonhais, pode realizar-se nalgúm dos casos seguintes:

1º Pola saúde, abundância da pessoa, inclinaçón natural da mesma. 2º Pola fé na supestiçón, riqueza rústica, egoismo. 3º Polo lugar que a pessoa ocupa, Lacer. 4º Polo vício, orgulho. 5º Por mancomunidade com prostitutas, que sirvem como alcahuetas. 6º Por unión de Spíritos protectores, semelhantes à sua condiçón. 7º Pola intervençón da Maxía. 8º Pola maldade, fé, impertinência (entenda-se o mesmo seductor).

MANUEL CALVIÑO SOUTO

WITTGENSTEIN (SECESSIONISTAS)

Wittgenstein tinha um temperamento vienense. O seu carácter polifacetado e o fervor com que viveu e se dedicou à filosofia denotavam um ar de família característico de alguns dos vienenses que presenciaram a entrada no século XX. Refiro-me a artistas e intelectuais da envergadura do compositor Arnold Schönberg, do escritor Karl Kraus, do arquitecto Adolf Loos, do pensador Otto Weininger ou dos pintores Egon Schiele e Richard- Gerstl. Alguns leitores perguntarám-se, porque deixei o conhecido Klimt fora da minha lista se, além do mais, tinha beneficiado directamente do mecenato dos Wittgenstein. Naquela Viena de tán grandes afinidades, também hoube profundas diferênças. É conveniente distinguir duas correntes: a que albergaba figuras como as que enumerei, inclusive o próprio Wittgenstein. e outra, onde estaría a essência do “movimento secessionista” e autores como o seu ideólogo, o escritor Hermann Bahr. O traço distintivo fundamental era de índole moral, Janik referiu-se ao primeiro grupo como “modernismo crítico”. Os modernos críticos non deixaram de lutar contra o “estecticismo vazio” de significado reinante na corrente oposta através do seu próprio trabalho, onde prevalecia unha perspectiva formal rigorosíssima, quer fosse no campo da arte quer do pensamento.

CARLA CARMONA

LA BANDA

“La banda”, começou a medrar bem pronto e xá non quixo saber mais nada da construçón civil. Fora tanto o interesse suscitado pola Academia, “ligue seguro”, que abandonarom também a hostelaría em qualquera das suas vertêntes. Mais tarde, os fracasos sistemáticos dos alumnos na cousa do “ligue” começarom a causar problemas. Somente habia duas asignaturas: Alemán e Seducçón de Extranxeiras, que pronto se modificou, por “ligue”, resultando como mais natural. Nesta asignatura, quem mandaba como xefe de estudos e programas era Roberto. O resto da banda actuaba como de axudantes, que, por um canibéte que tinham aplicado certo dia a unhas holandesas um pouco borrachinhas, pensabam que eram uns atletas sexuais. Em realidade, parecia extranho, que aquelas tías beodas fossem holandesas. As holandesas eram muito exquisitas e non se xuntabam com golfos; mas, parece ser que, por unha vez, perderom o pé e a dignidade, acaso por culpa do condenado metílico. Claro que os alemáns eram proletas com pôsses, non como os espanhois mortos de fame. Aos espanhois que trabalhabam na Alemanha, Polster tinha-lhe um certo respeito, “espanhois non perros, como perros turcos, espanhois buenos…”. Adolf Polster non viaxába nos autocarros gregários, senón que num Volkswagen desportivo, acompanhado de unha loura que, nada mais que cruzar a fronteira françêsa, se dedicou a pôr-lhe os cornos com ânimo redobrado. Polster, afogaba em cervexa e em “Schnaps” o seu passado de guerra e o seu pressente de chifres.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO

PASCAL (PENSAMENTOS)

A chegada de Pascal à capital francesa coincidiu com unha nova crise em Port-Royal. Em 1661, a Assembleia do Clero tinha redixido um formulário no qual se condenavam várias das teses jansenistas, um documento que todas as congregaçóns relixiosas deviam assinar obrigatoriamente, caso non quixéssem seríam suprimidas de imediato. Os irmáns Arnauld, responsábeis por Port-Royal, concordaram em assinar o documento, enquanto Pascal e a sua irmán se recusarom categoricamente. A postura adoptada polos Arnauld fixo com que Pascal se afastasse da comunidade relixiosa de Port-Royal. Sobre este episódio, Pascal deixou escrito: “Quando vi todas as pessoas que xulgava conhecedoras da verdade por vontade de Deus hesitarem e esmorecerem, confesso que senti tal dor que non consegui resistir e tivem de sucumbir a elas”. Este distanciamento coincidiu com unha boa notícia da qual tanto el como o seu amigo Roannez estabam à espera há algum tempo. Por fim, tinha-lhes sido concedida a licença real necessária para poderem montar um negócio que tinham estado a planear: a implantaçón de um sistema de transporte público em París baseado nunha rede de carruaxens. Pascal e o duque non tinham um interesse económico no negócio; tinham decidido que os lucros que obtivessem seriam destinados à beneficência. Infelizmente, non conseguirom desenvolver este proxecto, visto que a saúde de Pascal começou a piorar de forma muito preocupante, e ele próprio pediu que o internassem no “Hospital dos Incurábeis”. Finalmente, a sua irmán Gilberte convenceu-o a instalar-se na sua própria casa, para que ela pudesse cuidar dele. A saúde do nosso filósofo non melhorou, e começou a temer-se o pior. Pascal, que tinha consciência da situaçón em que se encontrava, decidiu tratar dos seus assuntos e fez um testamento no qual deixava o seu dinheiro aos hospitais que cuidavam dos mais necessitados. A dezassete de Agosto de 1662, Blaise Pascal pediu para receber a extrema-unçón e, por fim, na noite do dia dezanove, à unha da manhám, faleceu. Pascal foi enterrado a 21 de Agosto de 1662 na Igrexa de Saint-Étienne-du-Mont. Era o fim do home, mas o começo de unha lenda, e non só polo que xá tinha trazido ao mundo em vida, mas também porque na sua mesa de trabalho se encontrariam as notas que componhem a sua obra-prima, os “Pensamentos”.

GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE

O FADO (ANA MOURA)

Nasceu em Santarém, começou a cantar para amigos e familiares. Na sua época de xuventude, formou parte de unha banda rock. Ana Moura, é hoxe em dia, unha das mais estimadas cantadeiras de fado da actualidade. O seu primeiro CD, “Guarda-me a Vida na Mao”, foi editado em 2003, e nunca mais deixou de cantar e encantar o mundo, com a sua voz bem timbrada e a sua beleza exóctica.

LÉRIA CULTURAL

RAWLS (A CORRIDA POLA COMPETIÇÓN SOCIAL)

Unha vez garantída a proteçón da liberdade pessoal, preocupar-se-án com o facto de todos terem igualdade de oportunidades para levarem a cabo a vida que desexarem, polo menos que ninguém parta com priviléxios decisivos para ultrapassar os outros na corrida pola competiçón social, ou sexa, para chegar aos cargos sociais mais relevantes e limitados. Além de igualdade de oportunidades, também ván querer estar a salvo das penúrias da pobreza para o caso de descobrirem, ao retirarem o “véu”, que som eles os pobres. Inicialmente, talvez pensem que os recursos económicos se deviam distribuir sempre com igualdade, e non apenas no início do périplo vital. Dessa forma, assegurar-se-iam de que ninguém está melhor do que os outros em nenhum caso. Contudo segundo Rawls, os indivíduos apercebem-se rapidamente que há unha opçón melhor para os seus próprios interesses: permitir que os mais talentosos obtenham mais lucros se isso contribuir para que os que ganham menos sexam menos pobres do que seriam em condiçóns de igualdade económica. Afinal de contas, unha pessoa egoísta prefere sempre ter mais recursos económicos do que menos, independentemente do que os outros tenham, a non ser que sexa invexosa, além de racional. Mas a invexa, afirma Rawls, non debia fundar unha teoría da xustiça e, portanto, o “véu de ignorância” cobre também, oportunamente, os invexosos, para que a invexa non afete a escolha dos princípios de xustiça. Poder-se-ia pensar que nem todas as pessoas som tán prudentes e que muitas preferirám arriscar, por exemplo, favorecendo princípios que deem mais vantáxens aos ricos. Como na lotaria, talvez algunhas pessoas optem por apostar tudo no número vencedor se o prémio for realmente apetecíbel (por exemplo, ser multimilionário e non apenas ter um salário um pouco melhor do que os outros). Muitos estaríam dispostos a arriscar sem se preocuparem muito com as consequências de perderem. Porém, Rawls acredita que, nunha escolha vital como a dos princípios de xustiça que orientarám permanentemente as instituiçóns sociais, os amantes do risco, moderar-se-án para assegurarem, como os outros, que non sofrerám os piores efeitos de serem os mais desfavorecidos depois de se despoxarem do “véu de ignorância”. Rawls assume que a racionalidade dos membros da “posiçón orixinal” non inclui aspectos psicolóxicos particulares sobre como se enfrentam os riscos. Há, no entanto, unha questón que non debia passar desapercebida: porque é que os membros da “posiçón orixinal”, que desconhecem quem som de um modo particular, pensam, porém, que os talentosos ván pôr os seus talentos a trabalhar “apenas” se ganharem mais do que os outros?

ÁNGEL PUYOL

LITERATURA HISPÂNA (O ROMÂNCE SENTIMENTAL)

Assim como a “novela picaresca” apareceu como um anacronismo diante dos críticos que usavam patróns europeus, as metamorfoses da “novela sentimental” da América Hispâna, haberíam de despistar a mais de um catalogador. Producto do seminal século XVIII, a “novela sentimental” contaminou na Europa inclúso aqueles que deberíam haber tido a mente mais lúcida. Nón somente Samuel Richardson producíu algunha das obras mêstras do xénero (e Sterne a sua magnífica paródia em “Tristram Shandy); Rousseau, Goethe e Chateaubriand encontrarom formas de ventilar o seu sentimentalismo em libros que hoxe parecem mais lacrimóxenos que verdadeiros. A epidemía desatada por estes mêstres, e polos românticos mais novos que os seguem, habería de chegar à América com toda a sua força a partir de 1830. Mas a melhor producçón do xénero, María, 1867, do colombiano Jorge Isaacs (1837- 1895), non se publicaría até passado o meio século. Nésta novela quintaesência-se o elemento idílico (de égloga clássica e renascentista) no qual se basa o xénero, mas como a data de redacçón resulta tardía, Isaacs tivo tempo de depurar a sentimentalidade até torná-la contída e elegante. Em lugar de lacrimóxena, María resulta tríste e sombría, com o peso da fatalidade em cada unha das suas páxinas. A pesar dos anos, e dos câmbios das modas, está considerada a mais lexíbel (ou a única lexíbel) das novelas sentimentais do século XIX na América Hispâna. Unha matizaçón do sentimentalismo que conheceu um êxito extraordinário foi a “indianista”. Como em outros xéneros, a variante tinha sido também anticipada na Europa por Bernardin de Saint-Pierre com a sua “Paul et Virginie” e polo ubicuo Chateaubriand com “Atala”. Parecia inevitábel que ao intentar resgatar o passado indíxena, como xá tinham apontado os precursores do americanismo literário, os româncista hispânoamericanos acudirom ao modelo sentimental da “novela indianista”. Nas máns da peruana Clorinda Matto de Turner (1854 – 1909), autora de “Aves sin nido” (1889), a novela sentimental dexenéra no panflecto indixenista com um vigor que non exclúie o melodrama, de forte presênça na cultura popular. Mas, talvés a mais ambiciosa das novelas “indianistas” sexa “Cumandá” (1879), do peruano Juan León Mera (1832 – 1894). Situada nos começos do século XIX, e com um vago contexto histórico de rebelión de indios que na realidade correspondia ao século anterior, Mera usa outra vez o recurso favorito da novela sentimental de fazer que os namorados sexam irmáns (o “deus ex machina” deste xénero parece ser o incesto), mas o melhor da novela non reside no seu socorrido esquema sentimental, senón no vigor com que se denuncíam os atropelos contra os indíxenas.

RBA EDITORES, S. A. – BARCELONA