Arquivos diarios: 26/07/2021

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (3)

Portanto, só nos queda agradecer aos átomos. Mas o feito de estarmos formados pos átomos, e de eles se manterem xuntos, com tán boa vontade, só constitui unha parte do que nos trouxe até aqui. Para estarmos aqui agora, no século XXI, vivos e com intelixência suficiente para o constatar. O leitor também foi bafexado por unha extraordinária cadeia de felizes acontecimentos biolóxicos. A sobrevivênça na Terra resulta um assunto complicadíssimo. Dos bilións e bilións de espécies de seres vivos que existiram desde o raiar dos tempos, a maior parte (99,99 por cento) xá non andan por aqui. O facto é que a vida na Terra, non só é breve como também de unha fraxilidade deprimente. Unha característica curiosa da nossa existência, é que vivemos num planeta exímio em promover a vida, mas ainda o é mais em acabar com ela. A duraçón média de unha espécie na Terra, é de perto de quatro milhóns de anos, portanto, se quixer quedar por cá durante uns milhóns de anos, terá de ser tán versátil quanto os átomos que o constituiem. Tem que estar preparado para mudar tudo aquilo que o caracteriza (forma, tamanho, cor, espécie à qual pertence, enfím, tudo) e fazê-lo repetidamente. Cousa que é muito mais fácil de dizer do que de fazer, unha vez que o processo de mudança é feito ao acaso. Para ir de um “glóbulo atómico primordial protoplasmal” (Como afirmam Gilbert & Sullivan) até ao home erecto moderno, foram precisas repetidas mutaçóns de características, realizadas no momento exacto e durante um período longuíssimo. Portanto, e ao longo de vários períodos, durante os últimos 3,8 mil milhóns de anos, o leitor non tolerou o oxigénio, mas despois quedou totalmente dependente dele, cresceram-lhe barbatanas, membros, e curiosas velas, acabou pondo ovos, cortou o ar com unha língua bífida, tivo a pel lustrosa e depois coberta de pelos, viveu debaixo da terra, em árbores, foi tán grande como um cérvido e tán pequeno como um rato, e mais um milhón de outras cousas. Se tivesse habido o mais minúsculo desvio desta linha evolucionária, podería estar agora a lamber algas nas paredes de unha gruta, ou a arrastar-se dengosamente como unha morsa nalgunha praia pedregosa, ou a expelir aire através de um orifício no topo da cabeça, antes de mergulhar a vinte metros de profundidade, para unha copiosa refeiçón de deliciosas minhocas do mar. O leitor non só teve a sorte de estar ligado desde tempos imemoriais a unha linha evolucionária beneficiada, como também teve unha sorte extraordinária, diria mesmo milagrosa, com os antepassados que lhe calharom. Pense só que durante um período de 3,8 mil milhóns de anos, período anterior à formaçón das montanhas, dos rios e oceanos da Terra, cada um dos seus antepassados de ambos os lados foi o suficientemente atractivo para encontrar unha companheira, teve a saúde necessária para se reproduzir, e foi suficientemente bafexado pola fortuna e polas circunstâncias, para viver o tempo necessário para o fazer. Nenhum dos antepassados necessários à sua existência foi esmagado, devorado, afogado, morreu de fame, foi atacado ferozmente, ferido mortalmente, ou de algunha outra forma desviádo da missón vital de deixar unha minúscula carga de material xenético, à parceira certa no momento exacto, de forma a perpectuar a única sequência possíbel de combinaçóns hereditárias que, eventualmente, espantosamente, e com unha rapidez incríbel, resultariam na sua pessoa.

BILL BRYSON