
Por outro lado, como indicávamos, as classificaçóns cronolóxicas, também chamadas “xenéticas”, têm em conta a ordem em que as obras foram escritas. A ideia, inaugurada polo destacado especialista Werner Jaeger, é corrixir um erro cometido durante séculos: interpretar a obra aristotélica como um bloco monolítico, totalmente coherente, no qual se apresentava um filósofo radicalmente oposto ao pensamento platónico, quando na realidade a sua visón sofreu unha evoluçón ao longo dos anos, desde unha adesón quase total às abordaxens do mestre (apesar de com unha perspectiva mais científica), passando por um progressivo distanciamento, até se tornar nunha alternativa ao platonismo. É inegábel a oposiçón entre Platón e Aristóteles em certos pontos-chave, mas a introduçón do factor cronolóxico no estudo do segundo axuda a matizar as diferênças. De certa forma, Aristóteles, mais do que o oposto de Platón, representa o seu desenvolvimento. Nas palabras de Bertrand Russell, “a metafísica de Aristóteles, falando em têrmos xerais, pode descreber-se como um Platón diluído em senso comum”.
P. RUIZ TRUJILLO