Arquivos diarios: 22/07/2021

J. DERRIDA (ESPECTROS)

“Xulgo que o título “Espectros” de Marx significa ao mesmo tempo os espectros que Marx refere na sua obra, e as diferentes figuras espectrais do próprio Marx, que reaparecem hoxe multiplamente. O que queria recordar é o meu interesse muito antigo pola espectralidade e os fantasmas, que xá estaba presente nos meus primeiros textos e que é inseparábel do meu interesse pola técnica. O desenvolvimento das tecnoloxías e das telecomunicaçóns, abre hoxe espaço a unha realidade espectral. Xulgo que estas novas tecnoloxías, em vez de afastarem o fantasma (tal como se pensa que a ciência expulsa a fantasia), abrem o campo a unha experiência da espectralidade na qual a imaxem non é nem visíbel nem invisíbel, nem perceptíbel nem imperceptíbel. E tudo isto acontece através de unha experiência do luto, que sempre liguei ao tema da espectralidade que enfrentamos com o rastro, com o desaparecido, com a non presença. Insisto muito no assunto dos meios e da transformaçón do espaço público através das novas tecnoloxias multimédia, que som máquinas de produçón de espectros. Non há sociedade que se possa compreender actualmente, sem essa espectralidade dos meios, nem igualmente sem a referência aos mortos, às víctimas, aos desaparecidos que estructuram o nosso imaxinário social. Non há nenhuma análise política do campo social que non estexa determinada por essas mortes. A abertura para o porvir e para o outro, supón non só a memória viva, mas essa relaçón com o desaparecido através das obsessóns e fantasmas de unha cultura.”

J. DERRIDA, ENTREVISTA PARA A REVISTA DE CRÍTICA CULTURAL, SANTIAGO DE CHILE, 1995.