
Até aqui vimos como Sócrates realça duas ideias fundamentais: as definiçóns universais (ou simplesmente os universais) e a centralidade das questóns morais como obxecto prioritário da autêntica sabedoria. Vimos pois, qual debe ser para Sócrates o conteúdo da filosofia, agora só nos resta ver qual é o seu método. Três som os conceitos que teremos de reter: ironia, dialéctica e maiêutica. Da ironia socrática xá falámos antes, quando recordábamos o episódio do oáculo de Delfos e o “só sei que nada sei”. Sem pretender converter Sócrates num racionalista françês do século XVII (chamado René Descartes, para ser mais exacto), a actitude irónica consiste em despoxar-se de todas as ideias preconcebidas e adquiridas acriticamente, para emprehender a procura da verdade a partir da ignorância. Assim, unha vez que nos libertemos de tudo aquilo que acreditábamos saber, mas que na realidade non sabíamos, entón xá estaremos prontos para por máns à obra e passar ao nível seguinte o da dialéctica. Voltemos a fazer unha pausa no caminho para recapitular e non perder o fío conductor do raciocínio. Na opinión de Sócrates, conhecer a realidade significa conhecer os universais que de algunha forma están por detrás (por cima, por baixo, mais além dos casos particulares. Para conhecer os universais, vimos que o primeiro passo consiste em desprender-se do suposto conhecimento adquirido de forma acrítica, isso a que uns séculos mais tarde se chamará “fazer tábua rasa” (ironia socrática). Seguidamente, equacionamos o conceito que queremos definir e a partir da análise de casos particulares e através da discussón, vamos polindo de contradiçóns e preconceitos essa primeira aproximaçón até chegar à definiçón universal. Sem dar por isso, entramos em cheio na “dialéctica” ou, como o definia Aristóteles de forma algo xenerosa, nos “raciocínios inductivos”. Recorramos de novo a um exemplo para ilustrar com maior nitidez em que consiste, embora os diálogos de Platón (em particular os primeiros, aqueles mais estrictamente socráticos) sexam férteis em exemplos. Perante a iminência das eleiçóns, decidimos descobrir o que faz um político, um bom político. Avançamos unha primeira definiçón, notando que o bom político é alguém com carisma. Alguém (um Sócrates moderno) nos responde que “Hitler também tinha carisma”, obrigando-nos com isso a reconsiderarmos a primeira definiçón (non perderemos tempo a explanar as razóns polas quais o caso de Hitler nos obrigaría a modificar a nossa definiçón, pois som evidentes para todos, salvo uns quantos descerebrados que non nos estarám a ler, pois raramente ou nunca leem libros de filosofia). Daí que corrixamos a tentativa e precisemos: “alguém com carisma que respeite e se preocupe com os seus concidadáns”. O Sócrates moderno, volta à carga: “mas Fulano de tal (que cada um ponha aqui o nome que melhor lhe aprouver) certamente que se preocupou com os interesses dos seus concidadáns, mas teve unha xestón desastrosa” ou, recorrendo à sabedoria popular, de boas intençóns está o inferno cheio e entre dizer e fazer há unha grande distância.
E. A. DAL MASCHIO


