
Kant, non se casou, nem parece que sentisse inquietude, necessidade ou carência algunha em relaçón ao eterno femenino. Non manifestou elevados sentimentos acerca das mulheres (embora também non fosse misóxino, ao contrário de Schopenhauer) e, quanto à instituiçón do matrimónio, non tivo grandes ilusóns ou expectativas: em xeral, qualificaba as relaçóns sentimentais como “patolóxicas”, o que resulta exacto de um ponto de vista etimolóxico e até pode conter boa parte de verdade empírica, mas non parece a actitude mais adequada para assumir o compromisso de unha relaçón séria. Esteve duas vezes a ponto de contrair matrimónio, mas ambas as ocasións se frustraram, sem que saibamos muito bem se foi devido a ter pensado demasiado, ou muito pouco. O certo é que das duas vezes, depois de um pré-acordo claro, Kant adiou “sine die” a confirmaçón definitiva, demasiado absorto nas suas tarefas filosóficas, e as duas hipotécticas senhoras Kant terminarom por ser categóricas no seu despeito: unha casou com outro home. a outra foi viver para outra cidade. Encontramo-nos a um mundo de distância, como se vê, das desventuras amorosas do xovem Werther, que muito cedo habería de impor a norma passional na Alemanha. É duvidoso se Kant tería mostrado mais entusiasmo perante um zulu, um esquimó ou o citado Werther. Os hábitos, o sedentarismo e a independência, permitiam a Kant concentrar-se nas suas investigaçóns filosóficas, complementadas com a sua funçón docente e com os seus cargos de xestón na direcçón da universidade. A sua entrega ao trabalho foi intensa e satisfactória, em consonância com a sua concepçón de liberdade, como obediência a normas autoimpostas. Non podemos esquecer que, desde 1770, ano em que se costuma situar o início da sua elaboraçón da filosofia crítica, até 1796, continuou a dar aulas na universidade, em contacto diário com xente xovem, que se entusiasmaba com o seu vigor e a sua xenerosidade intelectuais, e que o seu maxistério non se limitou, nesse quarto de século, á filosofia abstracta (como se poderia pensar lendo a “Crítica da Razón Pura”), mas estendeu-se também a disciplinas de conteúdo tán concreto como a antropoloxia e a xeografía física. Nos seus cinco últimos anos foi perdendo a visón e as faculdades mentais, um processo dexenerativo que viveu com impotência e amargura. Morreu a 12 de Febreiro de 1804, com setenta e nove anos. No seu funeral, hoube unha assistência massiva de concidadáns de Königsberg, que o consideravam o seu habitante mais exemplar, e de grandes personalidades do pensamento e da política, que o instituíam xá como o marco iluminado que non deixou de o ser nos dous séculos posteriores.
JOAN SOLÉ