Arquivos mensuais: Xullo 2021

LITERATURA LATINA (A PROFISSÓN TEATRAL EM ROMA)

Non houbo teatros permanentes em Roma até ó 55 a. C.; os planos que forom postos em marcha sobre o ano 179 e o 174 a. C. abandonarom-se. A tradiçón romana tinha sido sempre que os actores foram às festas, non as festas aos actores. Os escenários eram pré-fabricados de madeira, probabelmente como os representados nos vasos do Sul de Itália, eram levantados em diferêntes lugares de festas. Estas e outras parafernálias resultabam próprias dos “impresari” de actores como T. Publilio Pelión, associado com Plauto por longo período, e L. Ambivio Turpión, que producía, actuaba e administraba para Terencio e Cecilio. Existe a crênça persistente de que o teatro romano no seu período primitivo era a esfera do obscuro e estaba aflixido pola pobreza. Isto resulta questionábel. Em qualquer caso Pelión e Turpión chegarom a obstentar nomes de aristocrática resonância, eram homes de peso, familiarizados com a élite política polo seu trato constante com eles, os futuros pretores e cónsules. Ambivio presenta-se a sí mesmo em prólogos de Terencio (da década do 160 a. C.) non só como um grande actor, orgulhoso da sua arte, senón também como patrocinador artístico que podía permitir-se apoiar unha obra impopular e reivindicá-la. Habia muito dinheiro em Roma nos anos que se seguirom às guerras púnicas, e do Oriente, e Pelión e Turpión pertenciam à clásse de homes que se fixérom ricos, facendo contractos oficiais com os ediles. Cara à década de 170 dessarrolhou-se unha notábel “temporada social”. As féstas relixiosas estabam precedidas por um número de dias dedicados às diversóns, financiadas e organizadas polos ediles. Carreiras (ludi circenses) e representaçóns (ludi scaenici) podiam estar acompanhadas por eventos “concomitantes”, por exemplo sesóns de luta ou carreiras com cordas. A temporada abría-se com os “ludi Megalenses” (Megalesia) (primeiros de Abril); seguíam os “ludi Cereais” (finais de Abril); Florais (princípios de Maio); Apollinares (meados de Xulho); Romani (metade de Septembro) e Plebeii (princípios de Novembro), de maneira que em teoría iam desde a Primavera ao Outono. Mas, na práctica, debido a que na década de 190 se deixou de intercalar bienalmente, o calendário non acompanhaba em absolucto o passo das estaçóns (quase quatro messes de diferênça, na época do apoxeo de Plauto; um erro reducíu a só dous messes e meio em tempos de Terencio). Assím, nos anos 180 as Megalesia acabarom caíndo a meádos do inverno e os “ludi Plebeii” no apoxeo do vrán. As féstas tinham sído instituídas unha a unha, sendo com muito as mais antigas os “ludi Romani”. O período de crescimento mais importânte foi do 230 ao 190 a. C., anos de grande tensón e ansiedade, quando o Senado consideraba ditos entretenimentos, um modo útil de substentaçóm da moralidade pública. O drama beneficiou-se em grande maneira, e cara à década do 180, é probábel que Plauto e Ennio tiveram ó redor de quatorze dias para a produçón, menos que o tempo disponíbel em Atenas para as competiçóns dramáticas. Isto non era tudo, habia produçóns ocasionais em xogos votívos ou funerários, pagadas por cidadáns particulares. Se fora observado um defeito no ritual, toda a fésta, com representaçóns e tudo, tinha que ser repetida, até que as cousas saíram perfeitas.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

HEIDEGGER (ONTICAMENTE)

Mais do que unha alternativa, o que rexe a investigaçón completa de “Ser e Tempo”, e de todo o Heidegger que vem depois, por mais voltas e armadilhas que apresente, é a pergunta elemental “como aparece unha cousa”, pois pode ser que nesse “como” resida o seu “qué”, o seu ser. À luz desta perspectiva, a obra completa de Heidegger ganha unha coherência para além dos seus desvios e desvarios. Porque o facto de que das cousas se faça agora questón a partir do sentido do ser está relacionado com o facto de as cousas se encontrarem perdidas num todo indiferente (a sua consideraçón como entes) que impede de as considerar a partir de si próprias, ou sexa, a partir da sua própria manifestaçón. As cousas aparecem só como entes, ou segundo a xíria de Heidegger, “onticamente”. A investigaçón partirá desta situaçón das cousas, todas elas igualadas no cenário desse todo, para ir em busca do seu sentido, que nunca poderá ser um conteúdo, ou sexa, que ao mesmo tempo nunca poderá aparecer como unha cousa ou como um ente. Nesse contexto, volta a ecoar aquele lema que caracterizou a fenomenoloxía de Husserl: “as próprias cousas!”, que em Heidegger se traduzirá como: “o próprio sentido!”.

ARTURO LEYTE

GLÓRIA ÓS 2000 ARTIGOS DO POMAR

Celebramos, ao som dos cascos da cabalaria Makknoviste, estes dous mil memorábeis artigos, do nosso heroico Pomar de Epicuro. E com eles, entramos num novo mundo, que parece non augurar nada de bom, para o futuro da humanidade. Parece ser, que esta xentinha, non nos vai traer nem tranquilidade nem abundância. Tudo o contrário! As desigualdades ván em aumento, e com elas, virám os conflíctos e as inxustíças. Adivinha-se, um estado mais autoritário, que intenta meter-se nos mais escondidos recovecos das nossas vidas. Caminhamos cara a unha sociedade espectral, em que o virtual acaba passando por real, e as multidóns desfilam confinadas, nas rutas dos hospitais ciêntíficos. Non digo, que non estexam emfermos! Claro que o están! Mas, a sua doença resulta doutra natureza muito mais gráve que esta do covicioso. Non há que deixar-se esmagar assim, tán facilmente, pois está claro que logo, xá non quereram dar marcha atrás, e renúnciar aos priviléxios adquiridos. Um saúdo, xusto e igualitário para quase todos.

A IRMANDADE CIRCULAR COMUNAL

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII)

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII) (ONDE EU NON VOS VISSE VER)

Parti meu de vos mia sennor

sen meu grad ua vez aqui. e na

terra u eu víví. andei sempre

tan sen sabor. Que nunca eu

pude veer. de rem u vos non

vi prazer.

Na terra u me fez morar

muito sen vos mia señor ds

fez me chorar dos ollos meus

e fez me tan coitad andar

Que nunca desque me.d.q.

E des que meu de vos quitei

fezo me sempr aver de pran.

nro señor mui grand affan

e sempre tan coitad andei

Que nunca eu pude veer

E non poderia prazer

u eu vos non visse veer.

.

CANCIONEIRO D’AJUDA (CCXLIII)

DAVID HUME (UM HOME HONESTO)

Depois de ocupar alguns postos importantes na administraçón, consequência do seu trabalho em París, Hume estabeleceu-se xá definitivamente em Edimburgo, em 1769, e retomou a sua vida social. Foram anos felizes, até que, segundo as suas próprias palabras, na primavera de 1775, teve unha crise intestinal, que no início non o alarmou, mas veio a descobrir que era incurável e mortal. Perante a iminência do seu falecimento, Hume entreteve-se a inventar algunhas desculpas enxenhosas que supunha poder dar a Caronte (o barqueiro encarregado de passar os defuntos de unha marxem para a outra do rio Estige, segundo a mitoloxía grega) e imaxinando o que este lhe responderia. Assim, utilizando unha delas, Hume dir-lhe-ia: “Tenha um pouco de paciência, bom Caronte, eu estou empenhado em abrir os olhos do público. Se eu viver mais alguns anos, poderei ter a satisfaçón de ver o declínio de alguns dos sistemas de superstiçóns que hoxe vigoram”. Ao que Caronte, perdendo toda a sua moderaçón e compostura, respondería: “Seu pândego trapaceiro, isso só acontecerá daqui a muitas centenas de anos. Acredita que eu posso conceder-lhe um prazo tán longo? Entre no barco imediatamente, seu pândego trapaceiro e preguiceiro”. Parece evidente, portanto, que Hume non confiava num triunfo xeneralizado do ateísmo ou daquilo a que hoxe chamaríamos agnosticismo, no desaparecimento das crenças relixiosas da vida social, algo que, como veremos, representava um desafio ao seu pensamento crítico. Em qualquer caso, Hume conservou esse temperamento sereno no pouco tempo que lhe restava de vida. A 20 de Agosto de 1776 escrevia à condessa de Boufflers: “Vexo sem ansiedade ou pesar como a morte se aproxima gradualmente”. Cinco dias mais tarde, nas palabras do doutor Black, o médico que o atendia, falecia “num estado de ânimo tán sereno e tranquilo que nada poderia superá-lo”. O funeral tivo lugar quatro dias despois. Unha multidón congregou-se na rua para ver a saída do féretro de sua casa. “Ah, era um ateu”, ouviu-se alguém dizer entre a multidón, ao que outra pessoa replicou: “Non tem importância, era um home honesto”.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (3)

Portanto, só nos queda agradecer aos átomos. Mas o feito de estarmos formados pos átomos, e de eles se manterem xuntos, com tán boa vontade, só constitui unha parte do que nos trouxe até aqui. Para estarmos aqui agora, no século XXI, vivos e com intelixência suficiente para o constatar. O leitor também foi bafexado por unha extraordinária cadeia de felizes acontecimentos biolóxicos. A sobrevivênça na Terra resulta um assunto complicadíssimo. Dos bilións e bilións de espécies de seres vivos que existiram desde o raiar dos tempos, a maior parte (99,99 por cento) xá non andan por aqui. O facto é que a vida na Terra, non só é breve como também de unha fraxilidade deprimente. Unha característica curiosa da nossa existência, é que vivemos num planeta exímio em promover a vida, mas ainda o é mais em acabar com ela. A duraçón média de unha espécie na Terra, é de perto de quatro milhóns de anos, portanto, se quixer quedar por cá durante uns milhóns de anos, terá de ser tán versátil quanto os átomos que o constituiem. Tem que estar preparado para mudar tudo aquilo que o caracteriza (forma, tamanho, cor, espécie à qual pertence, enfím, tudo) e fazê-lo repetidamente. Cousa que é muito mais fácil de dizer do que de fazer, unha vez que o processo de mudança é feito ao acaso. Para ir de um “glóbulo atómico primordial protoplasmal” (Como afirmam Gilbert & Sullivan) até ao home erecto moderno, foram precisas repetidas mutaçóns de características, realizadas no momento exacto e durante um período longuíssimo. Portanto, e ao longo de vários períodos, durante os últimos 3,8 mil milhóns de anos, o leitor non tolerou o oxigénio, mas despois quedou totalmente dependente dele, cresceram-lhe barbatanas, membros, e curiosas velas, acabou pondo ovos, cortou o ar com unha língua bífida, tivo a pel lustrosa e depois coberta de pelos, viveu debaixo da terra, em árbores, foi tán grande como um cérvido e tán pequeno como um rato, e mais um milhón de outras cousas. Se tivesse habido o mais minúsculo desvio desta linha evolucionária, podería estar agora a lamber algas nas paredes de unha gruta, ou a arrastar-se dengosamente como unha morsa nalgunha praia pedregosa, ou a expelir aire através de um orifício no topo da cabeça, antes de mergulhar a vinte metros de profundidade, para unha copiosa refeiçón de deliciosas minhocas do mar. O leitor non só teve a sorte de estar ligado desde tempos imemoriais a unha linha evolucionária beneficiada, como também teve unha sorte extraordinária, diria mesmo milagrosa, com os antepassados que lhe calharom. Pense só que durante um período de 3,8 mil milhóns de anos, período anterior à formaçón das montanhas, dos rios e oceanos da Terra, cada um dos seus antepassados de ambos os lados foi o suficientemente atractivo para encontrar unha companheira, teve a saúde necessária para se reproduzir, e foi suficientemente bafexado pola fortuna e polas circunstâncias, para viver o tempo necessário para o fazer. Nenhum dos antepassados necessários à sua existência foi esmagado, devorado, afogado, morreu de fame, foi atacado ferozmente, ferido mortalmente, ou de algunha outra forma desviádo da missón vital de deixar unha minúscula carga de material xenético, à parceira certa no momento exacto, de forma a perpectuar a única sequência possíbel de combinaçóns hereditárias que, eventualmente, espantosamente, e com unha rapidez incríbel, resultariam na sua pessoa.

BILL BRYSON

ARISTÓTELES (O CORPUS ARISTOTELICUM)

Por outro lado, como indicávamos, as classificaçóns cronolóxicas, também chamadas “xenéticas”, têm em conta a ordem em que as obras foram escritas. A ideia, inaugurada polo destacado especialista Werner Jaeger, é corrixir um erro cometido durante séculos: interpretar a obra aristotélica como um bloco monolítico, totalmente coherente, no qual se apresentava um filósofo radicalmente oposto ao pensamento platónico, quando na realidade a sua visón sofreu unha evoluçón ao longo dos anos, desde unha adesón quase total às abordaxens do mestre (apesar de com unha perspectiva mais científica), passando por um progressivo distanciamento, até se tornar nunha alternativa ao platonismo. É inegábel a oposiçón entre Platón e Aristóteles em certos pontos-chave, mas a introduçón do factor cronolóxico no estudo do segundo axuda a matizar as diferênças. De certa forma, Aristóteles, mais do que o oposto de Platón, representa o seu desenvolvimento. Nas palabras de Bertrand Russell, “a metafísica de Aristóteles, falando em têrmos xerais, pode descreber-se como um Platón diluído em senso comum”.

P. RUIZ TRUJILLO

OS DIAGRAMAS DE FEYNMAN (F-53)

O método gráfico de Feynman proporciona unha maneira de representar cada têrmo da suma sobre histórias. Estas figuras, denominadas “diagramas de Feynman, som um dos instrumentos mais importantes da física moderna. Na “QED”, a suma sobre todas as possíbeis histórias pode ser visualizada como unha suma sobre diagramas de Feynman como os reproducidos a continuaçón, que descrebem algunhas das maneiras em que os electróns se podem desviar um do outro mediante a forza electromagnética. Em esses diagramas, as linhas continuas repressentam os electróns e as linhas onduladas representam fotóns. Supôm-se que o tempo aumenta desde abaixo arriba, e os lugares em que as linhas se unem correspondem à emissón ou absorçón de fotóns por parte de um electrón. O diagrama (a) representa que os dous electróns se aproximan entre sí, intercâmbiam um fóton e seguem o seu caminho. Esa é a maneira mais simples em que dous electróns podem interaccionar electromagnéticamente, mas debemos considerar todas as histórias possíbeis. Polo tanto, também debemos incluir diagramas como (b). Esse diagrama também tem dous segmentos que entram, os electróns que se aproximam, e os segmentos que saiem, os electróns tras a sua interaçón, mas neste diagrama os electróns intercâmbiam dous fotons antes de alonxar-se um do outro. Os diagramas representados aqui som tán só unhas poucas das possibilidades; de feito, há um número infinito de diagramas que debem ser tidos em conta matemáticamente. Os diagramas de Feynman non som só unha maneira de representar e classificar como podem resultar as interaçóns. Também venhem acompanhados por regras que nos permitem leer, a partir de linhas e vértices de cada diagrama, unha expressón matemática. A probabilidade, por exemplo, de que os electróns incidentes, com unha certa quantidade de movimento inicial, saíam com unha certa quantidade de movimento final, é obtída sumando as contribuiçóns de cada diagrama de Feynman. Isto pode requerer muito trabalho porque, como temos dito, há um número infinito de diagramas. Ademais, ainda que os electróns incidentes y saíntes tenhem unha enerxía e unha quantidade de movimento definidas, as partículas nos bucles pechados do interior do diagrama podem ter qualquer enerxía e quantidade de movimento. Isto resulta importânte porque ao efectuar a suma de Feynman, debemos sumar non só sobre todos os diagramas, senón também sobre todos os valores dessas enerxías e quantidades de movimento. Os diagramas de Feynman proporcionarom aos físicos unha enorme axuda ao visualizar e calcular as probabilidades dos procesos descritos pola “QED”, mas non solucionarom um grave inconveniente que sufría a teoría: quando se sumam as contribuiçóns do número infinito de diferentes histórias, chega-se a um resultado infinito. (Se os têrmos sucessívos de unha suma infinita decrecen o suficientemente rápido é possíbel que a suma sexa finita mas isto, desafortunadamente, non acontece aquí.) Em particular, quando se suma os diagramas de Feynman a soluçón parece implicar que o electrón tem carga e massa infinitas. Isto é absurdo, porque podemos medir a carga e a massa e som finitas. Para tratar com estes infinitos, desarrolhou-se um procedimento denominado renormalizaçón.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

J. DERRIDA (ESPECTROS)

“Xulgo que o título “Espectros” de Marx significa ao mesmo tempo os espectros que Marx refere na sua obra, e as diferentes figuras espectrais do próprio Marx, que reaparecem hoxe multiplamente. O que queria recordar é o meu interesse muito antigo pola espectralidade e os fantasmas, que xá estaba presente nos meus primeiros textos e que é inseparábel do meu interesse pola técnica. O desenvolvimento das tecnoloxías e das telecomunicaçóns, abre hoxe espaço a unha realidade espectral. Xulgo que estas novas tecnoloxías, em vez de afastarem o fantasma (tal como se pensa que a ciência expulsa a fantasia), abrem o campo a unha experiência da espectralidade na qual a imaxem non é nem visíbel nem invisíbel, nem perceptíbel nem imperceptíbel. E tudo isto acontece através de unha experiência do luto, que sempre liguei ao tema da espectralidade que enfrentamos com o rastro, com o desaparecido, com a non presença. Insisto muito no assunto dos meios e da transformaçón do espaço público através das novas tecnoloxias multimédia, que som máquinas de produçón de espectros. Non há sociedade que se possa compreender actualmente, sem essa espectralidade dos meios, nem igualmente sem a referência aos mortos, às víctimas, aos desaparecidos que estructuram o nosso imaxinário social. Non há nenhuma análise política do campo social que non estexa determinada por essas mortes. A abertura para o porvir e para o outro, supón non só a memória viva, mas essa relaçón com o desaparecido através das obsessóns e fantasmas de unha cultura.”

J. DERRIDA, ENTREVISTA PARA A REVISTA DE CRÍTICA CULTURAL, SANTIAGO DE CHILE, 1995.

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (TEOGNIS DE MÉGARA)

Estes versos poderosos som claramnte obra de um poeta de Mégara, ainda que a maioría dos críticos están de acordo hoxe em que non podem ser de Teognis, que probabelmente era um contemporâneo de Solón, algo mais xovem que este; pode explicar-se fácilmente a sua inclusón nunha colecçón que de outra maneira parece estar limitada estrictamente a poetas da era arcaica: unha antoloxía que figuraba com o nome de Teognis de Mégara, era o lugar obvio para situálos. Os versos que están dirixidos a Cirno levam todos o selo de unha personalidade forte e especial. Non sabemos nada de el, excepto o que se nos conta nos poemas: que o seu nome era Teognis, e a sua cidade Mégara. A sua voz é a de um aristócrata amargado, um perdedor dentro dos cataclísmos sociais da Grecia arcaica, que alerta o seu amado Cirno contra a violencia e a vulgaridade dos estamentos inferiores e mais tarde, talvés xá no exílio, lamenta o seu estado de pobreza e clama vinganza. Podería-se encontrar um contexto adequado para este poeta, em quase qualquer cidade da era arcaica grega (no continente, Mégara, assim como Mégara Hiblea, a sua colonia em Sicília, à qual o vincúla Platón). Mas, hoxe, há um acordo o bastante xeral de que a sua cidade nái resulta a opçón mais probábel. Sofreu a finais do século VII a. C. o rexíme de um tirano especialmente vicioso, Teágenes, cuxo derrocamento foi seguido por muitas décadas de disturbios políticos; que acabarom pondo fim a unha democrácia, que ao parecer foi famosa polas suas medidas extremas contra os ricos, segundo nos conta Aristóteles, as suas confiscaçóns tinham levado ao exílio a tantos, que forom número suficiente como para voltar e restabelecer unha oligarquía. Teognis é o primeiro poeta da literatura grega em mostrar as preocupaçóns sobre a sorte que correrá a sua obra; de feito, anuncia que tomou medidas para a protexer: “Cirno, ao compor estes poemas para ti, quero por-lhes um selo, e nunca passará desapercibido o seu roubo, nem serán alterados por ninguém, estragando o que é bom; e todo o mundo dirá: “Estes versos som de Teognis de Mégara, famoso em todo o mundo”. Desafortunadamente, non sabemos que era esse “selo”; a simples mençón do nome do poeta apenas podía servir para protexer a integridade do seu texto, e incluso a mençón frequentemente repetida de Cirno, non sería unha barreira contra a interpolaçón. Talvés se confiou a algum templo unha cópia selada do poema; afirma-se que Heráclito de Éfeso depositou unha cópia do seu libro no templo de Ártemis dessa cidade. Fora como fora, o “selo”, foi claramente inútil. Desde que Wekker levou a cabo o primeiro intento sistemático de separar o grán da palha em 1826, seguirom as discussóns sobre o que do texto que nos chegou, sería realmente de Teognis. Um editor actual, limitando-se às sequências que contenhem o nome de Cirno e às que som citadas como obra de Teognis por autores do século IV a. C. (Platón e Aristóteles), publica 306 versos, e ainda afirma que a colecçón pode conter mais versos xenuínos, esta selecçón constitui um núcleo aceitábel. O texto tradicional inicia-se com quatro invocaçóns às divindades, duas dirixidas a Apolo, unha a Ártemis e outra às Musas e às Graças. Aristóteles identifica os versos dirixidos a Ártemis como obra de Teognis, bem poderiam ser o prólogo do libro orixinal, porque tenhem unha concissón e um toque de enxenho, característicos do melhor de Teognis.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)

FOUCAULT (DISSOLVER O HOME)

A última parte da sua obra foi, sem dúvida, a mais controversa. Supón aí, que se tivesse sido possíbel ter a perspectiva suficiente para caracterizar as regras segundo as quais se articula a “episteme” em que habitamos, sería possíbel assumir razoábelmente, que é por estarmos situados em plena mudança de paradigma que, em algum dos seus extremos, nos daria a distância necessária para ter essa perspectiva. Isto é, podemos ver a nossa “episteme” em perspectiva, porque nos estamos a afastar dela. Foucault dará alguns indícios dessas linhas de fuga que permitem adivinhar unha alteraçón na ordem cognoscitiva. Os dous que causaram mais polémica foram: em primeiro lugar, a forma como vaticina que as ciências humanas verám ultrapassado o seu derradeiro obxecto, o home. Recorde-se que Lévi-Strauss afirmou que a finalidade das ciências humanas debe ser dissolver o home, que debe resolver-se o humano no non humano. Assim, Lévi-Strauss na etnoloxía e Lacan na psicanálise serán reconhecidos como o anúncio de unha mutaçón em curso, pola sua forma de chamar à atençón sobre os códigos inconscientes (culturais e psicoanalíticos) que precedem e possibilitam a consciência humana. A pergunta “o que é o homem” está a começar a dissolver-se em benefício da questón de como funciona. O segundo aspecto polémico terá a ver, de novo, com a literatura. A forma como a literatura, desde Mallarmé, experimenta os limites do ser da linguaxem, está a abrir domínios de experiência linguística das mais diversas ordens, mas nenhum que sexa reduzido a unha manifestaçón da consciência de home. E assim, afirmará Foucault, quando o ser da linguaxem se tornar soberano, o home será evacuado.

MIGUEL MOREY

O VINHO (2)

O prazer do vinho resulta dunha harmonía com o momento. Como enóloga, podo dizer, que um bpm vinho é, para os brancos, o que tem unha boa definiçón aromática e unha maridáxe entre a acidés e a graduaçón alcohólica, e entre os tintos, unha boa qualidade tânica. Como amador, insistirei em que um bom vinho é aquele que está em harmonía com o momento no qual se disfruta. Ainda que non fora um grande vinho, ainda que non sexa conhecido, um vinho que dá prazer, unha manhám no bosque, acompanhado com unhas rabandas de chourizo, poderá resultar um vício. Por contra, um grande vinho clássico, que non estexa no seu apoxeo, mal servido, quente ou demasiado frío, ou mal acompanhado, pode perder grande parte das suas melhores qualidades. Recordo por exemplo unha cata que tivémos, com xornalistas, na qual se probarom, ademais de vinhos que eu vinifico no extranxeiro, alguns dos que tinha feito em França. Levei um Saint-Émilion château L’Angélus 1989 e um pomerol château Le Bon Pasteur 1979; o primeiro porque é um monumento, e o segundo porque pertência ó primeiro ano que o tinha feito. Durante a cata, às once da manhám, o Angélus 89, superou com muita diferênça, todos os demais vinhos. Todo o mundo admitiu a sua potência, os seus taninos, a sua concentraçón, e a densidade. Era um monumento, non cabe dúvida. Polo que se refére ao Bon Pasteur, todos reconhecerom que se trataba de unha boa anhada, equilibrada, harmoniosa, mas non excepcional. Quando servímos a comida, em Morot-Gaudry, todos os invitados pedirom o Angélus. Non obstânte, esse grande vinho perdía grande parte do seu encanto, porque non estaba em harmonía com os pratos da comida. Era demasiado opulento e poderoso para o cordeiro com cogumêlos, que nos tinham servído. É um vinho que esíxe manxáres extremadamente fortes, com o risco de que estes desdibuxem as suas virtudes. Em câmbio, o Bon Pasteur resultou absoluctamente delicioso, porque estaba em total harmonía, com estes pratos delicados… O Bon Pasteur 79 era perfeito para a ocasión, mentras que o Angélus 89, tinha que esperar o seu momento. É, portanto, possíbel cometer unha herexía total, ao beber um grande vinho em qualquer ocasión, ou nunhas condiçóns que non som as adequadas.

LAROUSSE

SÓCRATES (IRONIA, DIALÉCTICA E MAIÊUTICA)

Até aqui vimos como Sócrates realça duas ideias fundamentais: as definiçóns universais (ou simplesmente os universais) e a centralidade das questóns morais como obxecto prioritário da autêntica sabedoria. Vimos pois, qual debe ser para Sócrates o conteúdo da filosofia, agora só nos resta ver qual é o seu método. Três som os conceitos que teremos de reter: ironia, dialéctica e maiêutica. Da ironia socrática xá falámos antes, quando recordábamos o episódio do oáculo de Delfos e o “só sei que nada sei”. Sem pretender converter Sócrates num racionalista françês do século XVII (chamado René Descartes, para ser mais exacto), a actitude irónica consiste em despoxar-se de todas as ideias preconcebidas e adquiridas acriticamente, para emprehender a procura da verdade a partir da ignorância. Assim, unha vez que nos libertemos de tudo aquilo que acreditábamos saber, mas que na realidade non sabíamos, entón xá estaremos prontos para por máns à obra e passar ao nível seguinte o da dialéctica. Voltemos a fazer unha pausa no caminho para recapitular e non perder o fío conductor do raciocínio. Na opinión de Sócrates, conhecer a realidade significa conhecer os universais que de algunha forma están por detrás (por cima, por baixo, mais além dos casos particulares. Para conhecer os universais, vimos que o primeiro passo consiste em desprender-se do suposto conhecimento adquirido de forma acrítica, isso a que uns séculos mais tarde se chamará “fazer tábua rasa” (ironia socrática). Seguidamente, equacionamos o conceito que queremos definir e a partir da análise de casos particulares e através da discussón, vamos polindo de contradiçóns e preconceitos essa primeira aproximaçón até chegar à definiçón universal. Sem dar por isso, entramos em cheio na “dialéctica” ou, como o definia Aristóteles de forma algo xenerosa, nos “raciocínios inductivos”. Recorramos de novo a um exemplo para ilustrar com maior nitidez em que consiste, embora os diálogos de Platón (em particular os primeiros, aqueles mais estrictamente socráticos) sexam férteis em exemplos. Perante a iminência das eleiçóns, decidimos descobrir o que faz um político, um bom político. Avançamos unha primeira definiçón, notando que o bom político é alguém com carisma. Alguém (um Sócrates moderno) nos responde que “Hitler também tinha carisma”, obrigando-nos com isso a reconsiderarmos a primeira definiçón (non perderemos tempo a explanar as razóns polas quais o caso de Hitler nos obrigaría a modificar a nossa definiçón, pois som evidentes para todos, salvo uns quantos descerebrados que non nos estarám a ler, pois raramente ou nunca leem libros de filosofia). Daí que corrixamos a tentativa e precisemos: “alguém com carisma que respeite e se preocupe com os seus concidadáns”. O Sócrates moderno, volta à carga: “mas Fulano de tal (que cada um ponha aqui o nome que melhor lhe aprouver) certamente que se preocupou com os interesses dos seus concidadáns, mas teve unha xestón desastrosa” ou, recorrendo à sabedoria popular, de boas intençóns está o inferno cheio e entre dizer e fazer há unha grande distância.

E. A. DAL MASCHIO

ESCRITORES HISPÂNOS (PIARRES DE AXULAR)

Axular, Piarres de (Urdax, Navarra, 1556 – 1640). Talvez sexa o melhor prossista vasco. Estudou em Salamanca e foi vicedecano em Pamplona em 1595, logo foi deán em Lérida no ano seguinte. Em 1609 foi cura párroco de Sare, lugar das províncias vascas em França. O seu libro “Guero” (1643) é unha das poucas obras de devoçón escritas em vasco. Urquijo fixo notar unha possíbel influênça na sua obra de fray Luis de Granada, mas o trabalho de Axular é profundamente orixinal, com muitos e bem expostos argumentos tomados da vida diária e finas traduçóns do latím para o vasquence. Non se trata de um tratado místico ou especulativo, senón de unha obra acessíbel para todos num nível ascético. Prometeo unha segunda parte, mas ao parecer nunca foi escrita. Forom feitas várias reediçṕns da pequena obra neste século.

Oxford

ESCRITORES HISPÂNOS (JULIO ENRIQUE ÁVILA)

Ávila, Julio Enrique (San Salvador, 1892). Ainda que graduado em química e farmacia, deu-se a conhecer como poeta, influído ó princípio por Darío, mas logo, segundo Juan Ramón Uriarte, “inclasificable… ajeno a cualquier ismo”. Publicou “Fuentes de alma” em 1917, “El poeta egoísta” (1922), a novela “El vigía sin luz” (1927), que trata de um xovem cego que descobre o seu mundo interior, o poema em prossa “El mundo de mi jardín” (1927) e “Galerías” (1942).

OXFORD