
Todas as relixións som, de unha maneira xeral, compostas por “verdades” relixiosas, afirmaçóns consideradas polos fiéis como indiscutivelmente verdadeiras, e por rituais -cerimónias com que estes, adoram a divindade. Por sua vez, as verdades relixiosas podem, quanto à forma como as conhecemos, ser “verdades reveladas”, verdades de que o crente tem conhecimento por revelaçón divina, ou “verdades de razón”, isto é, verdades que podem ser conhecidas meramente pola razón, independentemente de serem ou non também conhecidas por revelaçón. A “Santíssima Trindade” é um bom exemplo do primeiro tipo de verdades e a existência de Deus do último tipo. As primeiras som, por esse motivo, obxecto de “relixión revelada”, ao passo que as últimas som obxecto de “relixión natural” ou “teoloxia natural”. Embora as verdades reveladas sexam o elemento central da tradiçón relixiosa occidental, os teólogos e os filósofos cristáns procuraram, desde muito cedo e tendo por ponto de partida a filosofía grega antiga, formular argumentos para provar a existência de Deus. Desses argumentos, os mais conhecidos som o “argumento ontolóxico” de Santo Anselmo, o “argumento cosmolóxico” e o “argumento do desígnio”. De todos, o “argumento do desígnio” é histórica e filosoficamente o mais importante. A ideia de desígnio, mesmo na sua forma mais sofisticada, é muito antiga. Tem as suas raízes nas especulaçóns filosóficas gregas acerca da natureza do universo. Acontece primeiro em Platón, nos diálogos (Fedón -97 c) e no Timeu (46 d-e), e depois em Aristóteles, que faz dela unha das suas quatro causas, a causa final). Aparece em seguida em Cícero, que realça a complexidade dos seres vivos, chama a atençón para a sua semelhança com os artefactos humanos e concluie que non podem ter tido unha orixem casual. No mundo medieval cristán, a ideia volta a surxir na última das “Cinco Vias” com que S. Tomás de Aquino pretende provar a existência de Deus. A ciência moderna, que resultou da revoluçón científica do século XVII, tendeu a rexeitar as explicaçóns finalistas, mas algunhas ciências entón emerxentes, como a astronomia, a química ou a bioloxía, forneceram exemplos de sistemas de tal maneira complexos que pareceu impossíbel que pudessem ser resultado do acaso ou das meras leis da natureza. Isto tornou o “argumento do desígnio” tán popular, mesmo entre os cientístas, que era unanimemente considerado unha proba incontestábel da existência de Deus. As “ciências naturais” e a “teoloxia natural” tornaram-se assim duas faces da mesma moeda, com as primeiras a fornecer os exemplos em que se apoiavam as pretensóns da segunda. É neste contexto de optimismo, mas também de dogmatismo relixioso, em que “relixión revelada” e “relixión natural”, “verdades de fé” e “verdades de razón”, se unem para afirmar a existência de Deus e os seus dictames morais, que os Diálogos surxem em 1779. Hume xá tinha antes atacado a “relixión natural”. Na Secçón XI da “Investigaçón sobre o Entendimento Humano”, embora de forma breve, pom em causa o “argumento do desígnio” e a sua suposta capacidade de probar a existência de unha causa intelixente do universo. Os Diálogos alargam e refinam esse ataque à pretensa racionalidade das crenças relixiosas.
DAVID HUME (DIÁLOGOS)