
Por razóns desconhecidas os seus átomos vam dispersar-se em silêncio, para se transformarem noutras cousas. E será o fim da história para si. Apesar de tudo, xá non é nada mau que assim sexa. De um modo xeral, o mesmo non acontece no universo, polo menos que se saiba. O que non deixa de ser estranho, porque os átomos que com tán boa vontade e xenerosidade se agregam para formar os seres humanos aqui naTerra som exactamente os mesmos que se recusam a fazê-lo em todo e qualquer outro lugar. A vida pode ser muitas cousas, mas do ponto de vista químico, é curiosamente simples: carbono, hidroxénio, oxixénio e azoto, um pouco de cálcio, unha pitada de enxofre, uns pozinhos de outros elementos muito corriqueiros – nada que non possa encontrar-se nunha farmácia normal – e pronto, non é preciso mais nada. A única característica especial dos átomos que o constituiem a si, é o facto de o constituírem a si. E nisso consiste o milagre da vida. Quer formem ou non vida em qualquer outro lugar do universo, é inegábel que formam muitas outras cousas, melhor dizendo, formam tudo o resto que existe. Sem eles non haberia àgua, aire, rochas, estrelas ou planetas, nuvens gasosas distantes ou nebulosas a xirar, ou qualquer outra das cousas que fazem do universo unha matéria tán rica. Os átomos som tán numerosos e necessários que temos a tentaçón de esquecer que, na realidade, nem sequer precisariam de existir. Non há nenhuma lei que esixa que o universo se encha de inúmeras partículas de matéria ou que produza luz e gravidade ou as outras propriedades físicas com que se articula a nossa existência. Na verdade, non tem de haber universo nenhum. E non hoube, durante a maior parte do tempo. Non houbo átomos e non houbo um universo onde eles pudessem fluctuar. Non houbo nada. Nada de nada, em lado nenhum. Portanto, só temos de agradecer aos átomos.
BILL BRYSON
