
Para entender como surxe o pensamento de Bergson é necessário dar um pequeno passeio pola filosofía moderna. Xá desde a época de Descartes, com o início do racionalismo, surxe em França unha linha paralela e menos conhecida de pensadores que, sem renunciar à razón nem à ciência, reivindicam o conhecimento imediato (a intuiçón) e a vida interior. O pioneiro desta linha é Blaise Pascal, eminente matemático e filósofo, que desconfiava da deriva mecanicista do cartesianismo (“o silêncio eterno dos espaços infinitos aterra-me (…). Non devo procurar a minha dignidade no espaço, mas no curso regulado do meu pensamento. Só o pensamento fai a grandeza do home. (…) O corazón tem razóns que a razón desconhece”). Este espiritualismo françês eclode no início do século XIX na obra de Maine de Biran, mas sofre a partir de entón um estancamento que coincide com o emerxir triunfal da filosofia kantiana. Kant estabelece um armistício entre materialistas e espiritualistas ao delimitar as pretenssóns doutrinárias de ambos em relaçón aos primeiros, non há conhecimento que non sexa filtrado polas faculdades do espírito; com relaçón aos segundos, o próprio espírito non conhece nada alheio aos datos da sensibilidade. Embora muitos espiritualistas aceitassem as condiçóns da paz kantiana, outros esquadrinharom a “letra pequena” a fim de reabilitar a metafísica como saber absolucto. Assim surxiu a filosofia do romantismo alemán, que partia da experiência estéctica para fundar o conhecimento dos segredos mais profundos do universo a partir da “desconhecida raíz comum” (Kant dixit) entre o nosso pensamento e os nossos sentidos, ao qual só o xénio criador acede. Em vez de fazer do xénio unha excepçón, como Kant, o romantismo elevou-o a regra, situando a liberdade absolucta, através da qual participamos na produçón divina, no centro de um novo sistema metafísico. O principal exponente desta corrente, Schelling, estudioso das ciências naturais, acusou o seu arqui-inimigo Hegel de lhe roubar o seu sistema, transformando-o num mero instrumento lóxico desprovisto de toda a concreçón e de toda a vida: a “dialética”.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO