
Manolo Trigueros era o xefe de compras e encargado do comedor do Hotel San Carlos, durante a temporada de vrán. No inverno vivía dos aforros acumulados e de trabalhos de “extra” em filmes nos quais também participabam Luci, a sua mulher, e Neska, a sua cadela. Neska era unha cadela super-intelixente, domesticada polo próprio Manolo. E, me atrevería a afirmar que igual de bonita, polo menos, que Luci. Eu quería-as às duas sem distinçón. E as duas queríam-me a mim, ainda que Luci evitaba as efusóns de afecto, pois Manolo, quando se passaba de copas, colhía uns ciúmes universais e furiosos. Neska era menos prudente, mas isso a Manolo non lhe importaba. Acredito que os golpes no quadrilátero das doze cordas, o tinham deixado ao meu amigo um pouco “lé-lé”, circunstância somente apreçábel quando bebia em excésso. Os turistas tinham-lhe um respeito imponente e o dono do Hotel unha confiânça cega; pesse às bebedeiras. E, tendo em conta que, às vezes se embebedabam xuntos, muito mais. Eu, Sebastián Villegas Zapata, ademais de respeito, tinha-lhe cariño. E gratitude. Da mán, pois, de Manolo Trigueros cheguei a Canet e pronto comecei a sentirme o rei do mambo; ganhaba bom dinheiro sem necessidade de ir para a Alemanha. Em Canet, em cousas da fornicaçón e dos ganhos, o mais palêrma fazía relóxios de madeira. Por primeira vez durante muitos séculos, num lugar do mundo, tinha-se abolido a divisón do trabalho que, como se sabe, foi a fonte de muitíssimos males. Em Canet, um “albañil” fazía de “camarero” e um “camarero” de intérprete, e unha criáda oficiába de relaçóns públicas nos ratos libres. Ó princípio só había um home que “chapurreaba” o alemán, um que deixou o seu emprego no banco e fixo-se “guía turístico diplomado”, tal como rezaba nas suas tarxetas: “Quim Cuixart, guía turístico e intérprete diplomado”. Isso deu-lhe muito poder nunha sociedade endogámica até entón e surpreendida de golpe polos câmbios morais e económicos. Era um poder indiscutíbel, que se manifestaba em várias direcçóns, converxentes todas num mesmo ponto: “a ganância”. Durante um tempo tudo passou por Quim Cuixart e pelo seu alemán macarrónico. A sua sabeduria descansaba na ignorância dos demais; o alemán, naqueles anos, era unha palanca idiomática que podía mover o mundo. A Quim Cuixart acudía todo aquel que quería organizar féstas e excursóns e adquirir informaçón sobre onde beber melhor e mais barato. Também se encargaba das “capeas”, sucésso imprescindíbel dentro das programaçóns turísticas; como non sabia nada de “toros”, tivo que recorrer a mím, que, por entón, e ignoro por quê razóns, xá tinha fama de experto. A minha azacaneada existência tinha-me permitido admirar em Puerto de Santa María a Rafael Ortega, o melhor toureiro da segunda metade do século, a Joaquín Bernardo nas Arenas de Barcelona, a Antoñete e a António Bienvenida em Las Ventas, e a Ordóñez non recordo onde. Barcelona tinha nos anos cinquenta e sessenta duas prazas de touros e, taurinamente, vivía da resaca chamaquista; Chamaco era um “novillero” tremendista que passou por alí como um tornado. Os domingos levávamos aos turístas à corrida, e algúns saíam vomitando e outros queríam escreber-se nunha escola de “togegos”. Cuixart, tomou boa nota, de tudo isto e combertíu as “capeas” em clásses prácticas, o qual lhe permitíu subir os preços. O professor era eu, e quem se quedaba com quase todos os marcos era él; Mas, isso non toca agora, e xá o contarei um pouco mais adiante, no capítulo de capeas e sangrías.
JAVIER VILLÁN E DAVID OURO