Arquivos diarios: 10/04/2021

AS IDADES DA TERRA

Como quase sempre que disfruto de Lisboa, também desta vez, durante a “Dictadura dos Trafulhas”, dirixo os meus reticentes passos cara às “Idades da Terra”, ou sexa ó Museo Xeolóxico. Quería fazer uns artígos da mán do meu amigo Francisco González, que prometera sacar unhas opinións heterodóxas sobre a matéria em causa. Cousa, que non cumpríu, talvés, ainda non muito confiante sobre a sua sabedoría, de todas maneiras, tem medo de caír no ridículo da opinión pública. Algo que compreendo, pois em boca cerrada non entram moscas e tampouco saem incongruêntes impropérios. Entrar no mundo da xeoloxía, non é tarefa fácil e, ademais dos cabreos e das discusóns que provoca, está tudo bem pechado e confinado, polo qual non há maneira humana de penetrar nele.

Mas, estaría realmente pechado? Quando informo o meu vecinho de Guilhade, que estivem dentro do Museo e que fum comprar uns libros à Libraría Bucholz, Um relâmpago de loucura varreu o seu olhar. ¡¡Impossíbel!! Sacou o seu telefóne-móvil e esfregou-me com el nas trômbas. Alí estavam todas as normativas gobernamentais, sobre a campânha do covi. E, segundo elas, as Librarías e os Museos, estaríam supostamente cerrados até ao dia nove de Abril! Idem. Idem. Aspas. Aspas!! Mas, xuro, que comprei seis libros, em duas librarías do centro da cidade que estabam totalmente escancaradas! Qual, quê? Isso non é possíbel, só, se tenhem material de papelaría? Ademais, xuro em arameo que, estivem dentro do Museo eu sozinho, entrei por alí a dentro, como “periquito por su casa”, e até saquei as fotografías que adxunto como proba, e inclúso um Senhor xovém amábelmente me deu o bom-dia. Nada! Tempo perdido! Ó Chico em Lisboa, ninguém logra enganá-lo, está bem documentado. Nem mesmo unha bomba vulcânica dos Açôres, de trinta quilos de peso , que está situáda à porta do segundo andar da Academia das Ciências de Lisboa, na sua cabeça, lograría fazê-lo duvidar da fiabilidade das autoridades competêntes. Mas, eu tenho probas fotográficas irrefutáveis, da veracidade incontornábel das minhas afirmaçóns. ¡¡Contra factos, non valem argumentos!!

LÉRIA CULTURAL

LOCKE (A MORAL PRÁCTICA NA AUSTERIDADE)

Em Inglaterra, as mudanças relixiosas orixinarom unha moral práctica fundamentada na austeridade, que configuraria grande parte da vida e da obra de Locke. Serve de exemplo a decência e o esmero extremo, roçando o ridículo, que emanava da correspondência amorosa que manteve com diversas mulheres ao longo da sua vida. Naquelas cartas non habia lugar para palabras fora de tom, nem indício algum de unha actitude imprópria nem passional. Manteve sempre um tom de zelosa correçón, apesar de se corresponder com mais de unha xovenzinha ao mesmo tempo. Também notámos essa prudência que o caracterizava na xestón dos textos teóricos suxeitos a unha revisón constânte e publicados tardiamente, quando a situaçón política deixou de lhe ser hostil. Apesar do seu carácter moderado, a sua convicçón e a sua aposta pela tolerância relixiosa lavaram-no a mostrar unha certa aversón pola Igrexa papal e a posicionar-se a favor do anglicanismo. Para sermos xustos, temos de reconhecer que a instituiçón católica tinha dado motivos de sobra para provocar a rexeiçón de qualquer um. As condenaçóns de Roma a cientistas como Giordano Bruno ou Galileu Galilei, por desafiarem a doutrina oficial com as suas teses científicas, ainda ressoavam nas mentes das pessoas bem formadas. Por muito que o seu poder tivesse diminuído, a Igrexa continuava a constituir unha ameaça para os que pecavam por atrevimento. Para evitar represálias, quer fosse por parte da Igrexa quer dos monárquicos absoluctistas, Locke non publicou algunhas das suas obras, até que o cenário político se acalmou com a chegada do novo rexíme parlamentarista de 1689, liderado por Guilherme de Orange.

SERGI AGUILAR