PLOTINO (O PLATÓNICO AMÓNIO SACAS)

O pouco que conhecemos do seu pensamento é que, após ter renegado do cristianismo a favor do estudo da filosofia grega, começóu a fundir as doutrinas de Platón com Aristóteles. Quando Plotino o descobriu, andaba ocupado com problemas xá propiamente alexandrinos e non clássicos. Destas inquietudes resultou a sua teoria da “unión inconfundíbel”, segundo a qual a alma, embora sendo transcendente ao corpo, se une intimamente a ele, conservando, ao mesmo tempo, a sua integridade. Dito de outra maneira, esta teoria era um modo de tornar compatíbel a diferença “de direito” alma-corpo, com unha coexistência “de facto”, para o que Amónio recorria à semelhança com o modo como a luz flui através do ar, distinguindo-se dele ao mesmo tempo que o atravessa e coexiste com ele no espaço. Amónio, que procuraba priorizar o transcendente e superior (neste caso, a alma), podia assim dizer que “non é a alma que está no corpo” (encerrada como num recipiente ou nunha prisón, na linha do pensamento cristán da época), “mas o corpo que está na alma” (como se fosse unha emanaçón ou unha imáxem empobrecida), tese que encontraremos enunciada da mesma forma em Plotino. A vantaxem desta tese é que permitia a Amónio apresentar o problema em termos propriamente espirituais (perante materialistas como os estoicos ou os epicuristas, que recorriam a unha alma corpórea), ao mesmo tempo que oferecia ao corpo unha saída muito mais prometedora que a oferecida por outras doutrinas espiritualistas que o condenavam ao papel de unha pura passividade ou mesmo de um mal absolucto, com o que impediam de entender a sua orixem. Em Amónio e Plotino, o corpo non é mais do que unha proxeçón debilitada da alma (disso nos ocuparemos no capítulo quinto), nunca algo de natureza inteiramente alheia a ela, pois, nesse caso, sería impossíbel pensar em afastar-nos das suas predisposiçóns sem o destruir. Depois de passar onze anos como aluno de Amónio, sabemos que Plotino abandonou a escola com a vontade resolucta de se iniciar no ascetismo e nos mistérios dos persas e indianos, o que tentou realizar aos 38 anos, aproveitando o facto de o imperador Gordiano III estar a preparar um exército contra a Pérsia em 242. Plotino non se envolveu na expediçón como soldado, mas como membro da comitiva do Imperador, à qual acedeu graças aos seus contactos em Alexandria. Um ano depois, as tropas imperiais reconquistaram a província de Antioquia, mas, de seguida, Gordiano foi assassinado na Mesopotâmia polas tropas do seu adversário político Filipe, que ambicionaba o trono imperial. O próprio Plotino conseguiu salvar-se por pouco da emboscada e regressou a Antioquia. Filipe, acabado de ser nomeado imperador, selou unha paz favorábel com os persas e deu por concluída a campanha, sem que Plotino tivesse oportunidade de terminar o seu privado “Erasmus” asiático.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

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