
Gilles Deleuze, excepcional e decisivo pensador françês contemporâneo, também é entusiasta na sua avaliaçón: “Espinosa é o Cristo dos filósofos, e os maiores filósofos non som mais do que apóstolos que se distanciam deste mistério ou se aproximam dele” (com Félix Guattari, O Que é a Filosofia?). E podemos concluir esta revisón de grandes mentes pós-Kantianas que mantém Espinosa como referente com o que o principal crítico do pensamento occidental, Friedrich Nietzsche, escrebeu com admiraçón sobre o pensador de Amesterdam: “Tenho um precursor, e que precursor! Que tenha chegado a ele precisamente agora foi unha inspiraçón do “instinto”. (…) Embora deva reconhecer que as diverxências som enormes, devem-se mais a diferênças de época, cultura e ciência”. Non deixa de ser surpreendente que o mais racionalista dos filósofos, Espinosa, sexa admirado por estes (e por outros) tán diversos pensadores contemporâneos. Há algo muito resistente, muito profundo, muito intenso e muito sábio no núcleo da visón espinosista da existência. Forom citados três pensadores de primeira linha que eloxiam Espinosa. As citaçóns non correspondem, como é evidente, a unha vontade de convencer o leitor através do recurso fácil do argumento de autoridade, de amedrontá-lo com afirmaçóns irrebatíveis de grandes nomes. Trata-se de mostrar que Espinosa ultrapassou a mais implacábel selecçón à qual se submeteu na sua linha de pensamento, e que continuou a falar sobre as diversas e heteroxéneas filosofias contemporâneas e a inspirá-las. Este libro pretende descobrir a que se debe a inesperada sobrevivênça de Espinosa e a permanente actualidade de um pensamento que, segundo todos os indícios, xá non deberia estar vivo e que, no entanto, está. Ver-se-á, assim, que a maioria dos paradoxos referidos é mais aparente do que substancial.
JOAN SOLÉ