
A fenomenoloxia nunca chega a encarar como realmente natural a actitude que o libro programático de Husserl, o primeiro volume das “Ideias para unha Fenomenoloxía Pura e unha Filosofia Fenomenolóxica” (1913), estigmatizou como “actitude natural” por nela ver unha modalidade sumamente arraigada e profunda de erro, e vendo as cousas de perto, de mal moral, de infelicidade e de carência de beleza. O que motiva a abstençón filosófica tem de ser algo que xá existira antes dela; logo, é impossíbel desprezar tudo o que exista antes, deste lado da abstençón, como se fosse sempre falso, mau, infeliz e feio. Mas antes da libérrima abstençón fenomenolóxica (em grego, di-lo-ei por fim, diz-se “epochê”, isto é, época, no sentido, por exemplo, da nossa expressón “marcar unha época” – algo “marcar unha época” quando o devir da história como que, por um momento, nele se detivesse) o que existe somos eu mesmo e a realidade alheia (a que non tem vida e a que tem e, possivelmente, o Absolucto também). A questón é, portanto, se há em mim e só em mim, ou se há na realidade alheia e só nela, ou se se encontra em ambos os lados, o que de verdadeiro, bom, doce e belo non só motiva a mudança radical de actitude, mas também se conserva e passa através dele. E, a propósito, Husserl consideraba esta mudança de actitude tán radical – vimos que non lhe faltaba razón – a ponto de poder dizer que é algo muito mais taxativo e mais poderoso do que, por exemplo, unha conversón relixiosa. Afinal de contas, as conversóns relixiosas superficiais – unha brutal contradiçón de termos – non fazem de alguém filósofo… A única resposta possíbel à nossa pergunta é que tem de haber algo verdadeiro e bom no suxeito da abstencón, claro, porque esta é unha decisón perfeitamente libre que em princípio, somente a ele compromete; mas que também o há na irrupçón do misterioso real na vida, e que inclusivamente o há também nas camadas mais humildes do mundo e até nas nada problemáticas. É verdade que este bom, verdadeiro e gozoso que chama a atençón e interessa ao ser humano do berço à sepultura non pode, por si só, torná-lo filósofo, nas suas modalidades mais básicas. Para isto, é preciso que haxa problemas e que haxa acontecimentos do que tenho vindo a designar como aporético e misterioso. Sem as decepçóns, que começam por casos como os do exemplo da criança absorta nos bonecos musicais, isto é, sem ter de resolver problemas e sem ter, além disso, de enfrentar mistérios, o afán de verdade e bem non se purifica e non se agudiza.
MIGUEL GARCÍA-BARÓ