BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO

Em primeiro lugar, para que o leitor estexa aquí agora, foi preciso que bilións de átomos errantes tenham conseguido xuntar-se, nunha dança intrincada e misteriosamente coordenada, de forma a criá-lo a sí. Trata-se de unha combinaçón tán única e especializada que nunca foi feita antes, e só vai existir desta vez. Durante muitos anos futuros (esperemos), estas partículas minúsculas iram dedicar-se sem qualquer queixume aos mil milhóns de hábeis e articulados esforços necessários para o manter intacto e deixá-lo disfrutar da experiência supremamente agradável, mas xeralmente subestimada, a que chamamos existência. A razón pola qual os átomos se dam a este trabalho non é muito clara. A nível atómico, ser o leitor non é propriamente compensador. Ou sexa, apesar da atençón que lhe dedicam, os átomos non se preocupam consigo – na verdade, nem sequer sabem que existe. Nem mesmo que “eles próprios” existem. Nada mais som do que partículas sem consciência, e nem sequer têm vida própria. (Non deixa de ser lixeiramente impressionante pensar que, se tentasse disecar-se a sí próprio com unha pinça, átomo a átomo, nada mais iría conseguir do que um monte de fina poeira atómica, da qual nem um grán algunha vez tivera vida, mas que, toda xunta, era você.) E, no entanto, durante todo o período da sua existência, a única preocupaçón dessas partículas será a de responder a um único impulso incontrolábel: fazer com que sexa quem é. O lado menos bom da questón é que os átomos som inconstantes, e que o seu período de dedicaçón a unha causa é passaxeiro. Muito passaxeiro mesmo. Até unha longa vida humana non dura mais do que unhas 650 mil horas. E quando este modesto marco é ultrapassado, ou por volta dessa altura, por desconhecidas razóns os seus átomos ván dispersar em silêncio, para se tornarem noutras cousas. E é o fim da história para sí.

BILL BRYSON

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